O pai que nunca quis ser pai agora quer levar o filho!

Sou uma gata escaldada, sorry, pois cá em casa era minha a culpa de todo o mal que vem ao mundo.
Bem sei que são precisas duas pessoas para dançar o tango (bem ou mal) mas senti-me culpada durante muito anos, ele fazia-me sentir culpada e eu tentei sempre fazer o meu papel (de mãe, esposa, amiga, amante, dona de casa, ter a minha profissão, etc)
Não é de ajuda que as mulheres ou homens precisam... é de companheirismo, é de distribuir e partilhar tarefas, acho que foi isso que falhou no meu caso.

justmyself escreveu:

Ela(s) são demasiado controladoras e nós demasiado comodistas.

Contra mim falo mas sim, entendo perfeitamente o que escreveste e a verdade é que, pelo menos no meu caso, sempre gostei de ter "os pratos" arrumadinhos à minha maneira [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem] e fui fazendo... fazendo... e ele sentadinho em frente ao pc. A culpa é dos dois, pois.

Agora acho que o que gostava mesmo é de ter alguém que desarumasse os pratos! [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Para a próxima compro descartáveis! [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Os meus filhos estiveram doentes durante o fim de semana. Embora este fosse o fim de semana do pai, por estarem doentes ficaram comigo. No entanto, convidei o pai a visitar os filhos lá em casa e sugeri-lhe que os levasse no próximo fim de semana que era meu. Assim eles não perdem o convívio com o pai que, embora seja o maior sacana que conheço, é o pai deles.

Não sei se fiz bem. Não tenho a culpa que eles tivessem adoecido. E ele (pai) pôde visitá-los à mesma. Eu não tinha de lhe dar o próximo fim de semana. Fiquei com a parte pior, os cuidados e a falta de saúde, as preocupações... Ser mãe acima de tudo. Ser pai é fácil assim.

Então no sábado lá veio ele. O meu filho não o queria nem por nada e doentinho ainda menos queria sair do meu colo. Julgam que ele (o pai) se importou? Mais uma vez e como sempre dedicou-se à filha que já tinha relação com ele. O único momento que lhe pedi para ficar com o bebé para ir buscar um supositório para a febre foi apenas um instante. Ele veio logo pôr-mo no colo porque o menino estava a chorar. "Toma, fica com ele ou vai pô-lo a dormir" foi a única coisa que me disse (depois do tribunal não trocámos mais palavras senão por email ou sms). Onde estava então o pai extremoso, dedicado, choroso e saudoso do filho que se apresentou à juiza? E a juíza que não o vê agora?

FA,
espero que não me leves a mal, mas acho q se continuares assim quem sofre mais és tu (como até agora).
Não penses o que ele faz ou deixa de fazer com o filho, se não criar laços quem fica a perder é ele.
Fizeste bem deixar o pai ir ve-los no fds em que estavam doentes. Aproveita o proximo fds para ir ao cinema, estares com amigos etc.
Se continuares com essa mágoa, revolta só te faz mal. A vida são 2 dias há que aproveitá-los.
bjs e força

Unfug escreveu:

Não penses o que ele faz ou deixa de fazer com o filho, se não criar laços quem fica a perder é ele.

Não, Unfug, quem fica a perder mais é o meu filho que é ignorado por um pai que um dia vai ter o direito de levá-lo e sabe-se lá como vai tratá-lo. Eu bem sei que a indiferença é a pior chapada que se leva de alguém, mas em tão tenra idade, sentir a forma discriminatória como o pai trata a irmã e a ele não lhe deixará marcas?

Fa ...

Quando um dia o pai dos teus filhos deixar de sentir culpa - porque é a culpa que o leva a afastar-se do filho - tudo mudará...

Até lá ... dias virão em que o teu filho reclamará do pai a atenção que presta à irmã ... para ele, à medida que for crescendo. E nessa altura terás uma surpresa. Mas a maior vai ser do pai.

As crianças retêm o que há de melhor. O teu filho encontrará o afecto do pai ainda que na pessoa de outro alguém, caso o continue a não ter do pai.

Mas a tua dor e a tua raiva têm de amainar.
Um dia.
Quando a poeira assentar. Aproveita o teu tempo para ti.

Força
BG

FA, para que o teu ex venha a sentir pelo filho o mesmo que já sente pela filha, terá de manter o contacto com ele. A proximidade, o cuidar dele vai fazendo com que ele o ame cada vez mais. Por isso promove essa proximidade. És tu que tens de fazer essa ponte. Pelo teu filho! Mas fá-lo de forma descontraída, natural, sem sofrimentos da tua parte. Tens de ter paciência, dar-lhe tempo para aprender a lidar com o filho da mesma forma que lida com a filha. Se ele gosta dela, gostará dele.
Tu ficas de consciência tranquila, fazes a tua parte e ponto final!
O sentimento de rejeição é terrível para qualquer criança.
Já repararam que ninguém em adulto tem de procurar um psicólogo, porque quando criança foi muito amado e estimado por todos?! Mas o contrário sim, não é?!!

Eu tenho a minha consciência tranquila. Sempre fiz o que pude para ele se relacionar com o filho, até lho impingi! Mas como diz uma pessoa amiga, se antes que vivia com ele não conseguia que ele mudasse, então agora ainda menos. Não posso fazer com que ele ame o filho, isso não está ao meu alcance. E mesmo que rodeie o meu bebé de todo o amor que tenha, mais cedo ou mais tarde o meu filho vai questionar-se dessa falta de amor da parte do pai. E vai sofrer, nisso concordamos, não é?

Não concordo é com a parte "se ele gosta da filha vai gostar do filho". Isso era se ele fosse um pai "normal". Ora ele já provou várias vezes que não é. O amor não se obriga, não resulta forçado. E concordo com a DH, este bebé representa o que ele não queri (mais um filho, mais um laço à família da qual ele quis fugir) e a gravidez surgiu na altura em que ele já fazia planos para "saltar fora do barco", tornando-o ainda mais condenável aos olhos da sociedade e isso revolta-o, ele ainda deve ver neste bebé um obstáculo. Infelizmente, não sei se isso alguma vez se ultrapassa...

Ultrapassa sim, o tempo vai tratar de lhe ensinar que quando achamos que já sabemos todas as respostas, a vida vem e muda todas as perguntas...
O meu ex saíu para ir viver com outra, cheio de certezas do que queria.
Casou com outra, hoje somos amigos mas o olhar dele quando fala comigo não engana. Foi-se a segurança, ficaram as incertezas. Não está mais feliz!
O teu também aprenderá algo. E quando a lição estiver aprendida, vai olhar mais além e verá quem é de facto importante!
Por isso continua a promover o contacto entre os dois. Um dia verás os frutos...

FA
Por muito que nos doa, as minhas filhas não escolheram o pai, fui eu, assim tento o mais que posso lhes dizer que o pai gosta delas e que sente a falta delas apesar de às vezes não o saber demonstrar.
Se me custa fazê-lo? muito mas elas estão numa posição muito dificil e eu sei que elas sentem a falta do pai, ainda por cima que no meu caso dava banhos, preparava comida e às vezes ate a historia para adormecer

PCBL, é isso mesmo linda [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Ontem ele veio cá buscar os dois filhos. A mais velha para passar o fim de semana com ele e o mais pequenino para almoçar. Durante a semana houve troca de mensagens porque ele achava que só para almoçar era pouco tempo e que queria levar o bebé o dia todo.

Quando chegou o bebé não quis ir ao colo dele. Mas teve de ir. Foi a chorar e a espernear e a chamar "mamã". Ainda o ouvi na rua. O meu coração estava feito em pedaços, mas teria de aguardar até depois de almoço para ter o meu filho de volta. Eis senão quando recebo uma mensagem, faltava ainda uma hora para o almoço, do pai a dizer que vinha nessa altura trazer o filho porque estava rabujento. Depois de tocarem à porta, ouvia o meu bebé a chorar dentro do elevador. Quando chegou, trazia os olhinhos vermelhos de tanto chorar. O pai deixou-mo sem nada dizer. Passada meia hora o menino ainda soluçava mas já não tinha lágrimas e olhava desconfiado para a porta de entrada de cada vez que ouvia algum barulho.
O que lhe deve ter custado aquela hora e meia com o pai. Nem a irmã lhe valeu para o acalmar...

da próxima ele vai pensar 2 vezes antes de o levar, se é que o leva, vais ver.

força, rapariga

Fa,

Levar um bebé tao pequeno à força, alem de uma violencia enorme é de uma estupidez total.

Talvez devesses passar a ter alguem contigo que possa testemunhar o estado em que fica o bebé, para poderes vir a fazer legalmente alguma coisa.

Tenta falar com o pai porque a criança tem que passar por um periodo transitorio, acompanhado por ti, para que comece a reconhecer aquela pessoa como pai.

Um abraço e tudo de bom para voces

Não há possível diálogo entre nós, sobretudo depois da última ida a tribunal. No fim de semana anterior em que os filhotes estiveram doentes, o pai foi visitá-los lá a casa. Ainda lhe disse algumas coisas relativamente aos filhos mas ele não me dirigiu uma palavra a não ser para dizer que se ia embora. O mais pequenino estava mais doente mas o pai não lhe ligou patavina...

Antes de começar a deixar ir o meu filho (começou a ir com 14 meses e meio e tem agora 17), tentei que o pai se relacionasse com ele em casa. Até fazer um ano o pai pura e simplemente nunca quis saber dele. Nada! Apenas perguntava por ele em sms para poder ficar registado e mostrar ao tribunal que se interessava pelo filho. Ele chegou a ir lá a casa quando ia buscar a mais velha e ficava lá cerca de uma hora (às vezes nem isso) para poder conviver com o bebé. Mas não estava a resultar. Ele acabava por brincar mais com a filha que lhe pedia atenção e não investia no bebé. Entretanto, quando eu soube que ele ia ser pai outra vez achei que tinha de fazer alguma coisa. O pediatra aconselhou-me a deixar ir o bebé por uma ou duas horas. E não queria que o meu filho um dia pensasse que não tinha relação com o pai porque eu o retive.

Então o meu menino começou a ir, mas sempre se queixou e choramingou. Pensei que ele se habituasse ao pai mas a reacção é cada vez pior. Não sei o que fazer...

Olá, FA!!

Dizem que quando não sabemos o que fazer, não devemos fazer nada e simplesmente confiar em Deus. Queria saber te dar algum conselho, mas não sei o que te dizer, para mim, nesses momentos o melhor que faço é orar a Deus pedindo que Ele abra meu entendimento e procuro fazer o que for melhor para minha filha, se o pai não quer estar com ela ou ela não quer estar com ele, deixo rolar, não forço nada, até agora tem dado certo. Mas uma coisa você tem que separar bem, ele ainda é muito novo, quem merece mais atenção neste momento é a mais velha, pois ela sim, já sente e percebe bem as coisas.

Fique com Deus

E não é que eu concordo com a Shiva, FA?

E sabes, a mana é mais velhinha e apercebe-se do que se passa com o pai e o mano ... e podes ter aí um efeito multiplicador ...

O melhor mesmo é deixar correr.
Abraço
BG

FA,

Força e muita coragem!!

browneyed girl escreveu:

E sabes, a mana é mais velhinha e apercebe-se do que se passa com o pai e o mano ... e podes ter aí um efeito multiplicador ...

A mana é mais velha mas só tem três anitos e meio, ainda é tão pequenina. Apesar de eu achar que ela é muito perspicaz, não sei até que ponto será sensível ao sofrimento do irmão e saiba intervir para o ajudar [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem] . Por outro lado, não devo pôr essa responsabilidade aos ombros dela.

Não tenho dito nada FA, mas continuo a "seguir-te" com muito carinho. O problema FA, penso eu, é que daqui a pouco tempo das duas uma:

- ou ela aprecia mesmo ser "especial" aos olhos do pai, e usa isso a seu favor
- ou os laços com o irmão são tão fortes que ela se sente mal porque o pai não trata o irmão da mesma forma que a trata a ela, e é capaz de mostrar esse descontentamento ao pai.

E eu inclino-me mais para a segunda hipótese.

Os meus filhos não aceitam nada de ninguém se não puderem levar também para o irmão(ã). E eu sei as vergonhas que já passei por causa disso

O tempo e o teu coração vão mostrar-te o passo que deves dar a seguir. Dá tempo.
Abraço

Durante a semana que passou falei com o meu advogado sobre o acontecimento traumático de há 15 dias. Aconselhou-me a não voltar a deixar ir o meu filhote nas mesmas condições. Também falei com uma pedopsiquiatra que foi da mesma opinião, a construção da relação entre pai e filho tem de ser gradual e tudo menos traumática.

Assim, sugeri ao meu ex voltar a passar tempo com o filho em minha casa, deixei-o à vontade para estar o tempo que quisesse durante a manhã de sábado. Ele não aceitou, disse que queria levar o filho e que se ele chorasse outra vez o vinha trazer a casa. Eu respondi-lhe que se quisesse levar o bebé eu também iria, até porque acho que ele não ia voltar a dar o braço a torcer, ou seja, reconhecer a fraqueza de ser mau pai e vir trazê-lo a casa.

Ontem de manhã não sabia o que me esperava, qual era o plano dele. Quando chegou eu tinha o bebé ao colo. O meu pequenino começou logo a chorar, e a subir por mim acima. O pai nem fez por lhe tocar. Nem um beijo. mas o meu filho nada queria com ele. O pai perguntou-me apenas se o menino estava pronto para sair. Respondi-lhe que se o bebé saisse eu também iria. Ele chamou a filha e foram embora. Assim. Pronto. Que grande esforço que ele fez para se aproximar do filho.

Que me/nos reserva o futuro?

E se for ele a propôr? Pode ser que ele tenha uma ideia diferente que resulte. Pede a opinião dele... às vezes eles não fazem o que nós proposmos porque partiu de nós e não deles... por birra, vá...

Um futuro melhor do que antes de tomar essa atitude.

Exacto FA, faz como diz a Dharma. Fala com ele, explica que entendes que o menino e ele têm de conviver e qual a melhor forma que ele acha que deve ser feito. Fala também das opiniões da pedopsiquiatra. Voçês devem dialogar. Pelos vossos filhos tem de ser assim.
Eles não gostam de ser mandados, gostam de pensar que a decisão é deles [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]
Temos de ser nós a contornar a coisa...

FA,
Não é mau pensado a sugestão da Dharma, eu também estou a viver um embirração parecida:(
Ainda este fds, supostamente dele, no sabado ao final da tarde quando as fui buscar escuteiro acabou com um "então fica tu com elas!" e já podes imaginar a troca de palavras que acabou com ele insultar, como de costume.
Pode ser que ele pensando que tem o comando da situação consiga aproximar do teu filho, porque o que mais me doi é ver que ele acaba por despreza-las e elas qdo ele aparece parace que nada se passou, sofrem com a ausencia.

Fica bem