O pai que nunca quis ser pai agora quer levar o filho!

Já deixei algures por aqui e por ali a minha história mas vou resumir. O meu marido deixou-me para ir viver com outra quando faltava um mês para o nosso filho nascer. A nossa filha ainda não tinha dois anos. Este bebé nunca teve outra coisa do pai a não ser a célula da fecundação. Desde que foi concebido que o pai nunca se preocupou com ele, (chegou a admitir durante a gravidez que não se sentia ligado ao bebé), e depois de ele nascer nunca lhe deu carinho, ao longo de nove meses de vida nem nove minutos de colo lhe deu, chegou a passar mais de um mês sem o ver, sem perguntar por ele, já para não falar que nunca lhe deu um presente nem quando ele nasceu nem no Natal.

Agora é este mesmo pai que vem - sabe-se lá porquê - reclamar em tribunal que quer passar a levar o filho quando ele completar os doze meses. Como é que o meu bebé vai com um estranho? Sim, porque o menino chora quando vê - diga-se esporadicamente - o pai?

Estamos em fase de acordo. Ele chegou a meter uma acção em tribunal contra mim a requerer a guarda e poder paternal dos filhos para ele... Afinal agora quer um acordo. O meu bebé só tem tido a mim e à minha família que nos apoiou. Agora de repente aparece um pai a reclamar direitos? Levá-lo sem o conhecer? Parece-me que doze meses é cedo...

ola FA

eu imagino a ua angustia mas olha, idependentemente de tudo o que se passou entre voces, nao gostavas que o teu menino tivesse uma ligaçao afectiva com o pai?
eu tambem tive um fim de casamento muito complicado e doloroso que se traduz actualmente em mau ambiente entre mim e o meu ex mas, eu luto para que isso nao intrefira, ou pelo menos minimizar os danos, pela minha Nicole. nao imaginas o quanto me doi saber que a Nicole convive com aquela pessoa que ajudou a me causar tamanho sofrimento. mas é pai dela, nao sou eu ou ele que tem direito, é a minha filha que tem direito a ter um pai, se é bom ou mau, pois temos pontos de vista diferentes eu e ele, mas o que fazer? é o pai que ela tam, e fui eu que lho dei.
eu quero sobretudo, que um dia mais tarde, a minha filha nunca me possa dizer, que nao tem contacto com o pai por minha culpa, isso jamais.
tenta, se calhar, em primeiro lugar que ele tenha algum convivio com o bebe na tua presença. para que o menino comece a conhecer aquela figura e comece a ter tranquilidade junto dele, e depois mais tarde, quando o bebe já for mais crescido entao ele poder leva-lo. primeiro algumas horas, e possivelmente depois um fim de semana ou algo assim. mas sempre com uma convivencia gradual, nunca algo demasiado fora da rotina porque ele é muito pequenino.

é a minha opiniao.
coragem e muita força

A convivência gradual é a chave, FA...
Custa, ó se custa!

Força, FA, não lutes contra a situação, luta sim a favor de uma aceitação melhor por parte do bébé...certamente será inevitável, e serão concedidos os tempos de vista ao pai, por isso o melhor é que seja a bem, tanto para a criança como para os pais...se ele estiver/ficar bem tu tb ficarás.


O meu tb era muito pequenino (6 m), o sistema adoptado foi esse, 1º visitas em casa, depois uma tarde por semana, depois 1 dia e agora fds inteiro 15 em 15 dias.
Só passou ao fds inteiro quando tinha 18 meses. A minha "luta" foi sempre para que ele conseguisse identificar e reconhecer o pai e nisso as fotos foram cruciais, e por mt que me custasse fi-lo...e fi-lo pelo meu filho.
Beijinhos

FA,
Concordo com a Karina e a Nocas. Terás de gradualmente ir introduzindo o pai na vida da criança ou mais tarde tudo isto se pode virar contra ti. Querendo ou não, ele é pai do pequeno e se mostra agora algum interesse não leves como uma tentativa de "roubo" da parte dele. Encara como algo positivo. Sei que é difícil mas é um exercício psicológico que terás de fazer. Imagina que ele até aqui tinha medo de ficar com a criança por ser demasiado pequena, por medo de falhar nos cuidados a prestar (especialmente se sempre foi ausente-não aprendeu como se faz), sei lá. Para bem da criança ela deve manter contaco com ambos os progenitores, por muito que isso custe a A ou B.
Força e coragem.

No meu caso, quando o pestinha nasceu eu e o pai dele já não estavamos juntos. Nos 5 meses que eu estive em casa, o pai (e avós) vinham visita-lo a minha casa ou eu às vezes passava em casa deles (Natal, passagem de ano, aniversários, etc).
Quando eu fui trabalhar, combinamos que o pai o levava um dia do fds de 15 em 15 dias. E assim foi até quase aos 2 anos, domingo sim, domingo não, o pai vinha busca-lo e levava-o a almoçar, passava a tarde com ele e vinha deixar-mo ao fim do dia.
Depois tivemos ali uma curta fase em que começou a passar uma noite com o pai, de sábado para domingo... e dai a ir à sexta e vir ao domingo foi um instante.

Durante este tempo, o pai sempre soube (tal como sabe hoje em dia) que o pode ver sempre que quiser, seja em minha casa, seja em casa dos meus pais.
Compreensivelmente não o faz com regularidade, pois tem a sua vida pessoal e respeita imenso a minha. Mas dia sim dia não, telefona para dizer olá ao filho. E quando não telefona (pois uma criança de 3 anos, nem sempre lhe apetece falar), fala cmg pelo MSN ou por mail.
Nós nunca recorremos ao tribunal, porque sempre nos fomos entendendo... e porque nos parece que nós saberemos melhor as necessidades do nosso filho do que o juiz. Mas também é precisa muita paciencia e muitas cedencias a gerir isto. Até ver corre bem...

Tenta fazer as coisas gradualmente... ainda para mais se ele vai para o pai com a irmã, penso que mais fácil será a adaptação dele ao pai.

Que corra tudo pelo melhor!!!!

Citação :

A minha "luta" foi sempre para que ele conseguisse identificar e reconhecer o pai e nisso as fotos foram cruciais, e por mt que me custasse fi-lo...e fi-lo pelo meu filho.

Nokas, admiro-te! Não sei até que ponto aguentaria ter de fazer isso...

Parabéns Mary

Nas negociações para um acordo propus que ele levasse o filho a partir dos 18 meses mas até lá tem de ter aguma convivência com ele, não pode continuar a ignorá-lo como sempre fez e depois chegar o dia e vir buscar o menino que não vai querer ir com um desconhecido. Nunca quis este filho, preferiu não se lembrar dele nem se aproximar dele até que o tribunal o determine e pensa que nesse dia as coisas serão tão simples? Mesmo a família dele, que agora é que lhe anda a fazer a cabeça para ele reclamar o filho como se de um bem qualquer se tratasse, nunca quis este menino, quando eu fiquei grávida outra vez ficaram furiosos porque pensaram que iam por água abaixo os planos deles de me separarem do idiota do filho. Sempre agiram como se não houvesse bebé nenhum na minha barriga ainda que esta teimasse em crescer. E desde que o neto nasceu nunca quiseram saber dele, nunca o viram, nunca lhe mandaram nada, nunca mais me falaram (e ainda bem!) porque afinal o que interessa é apoiar o filho. E se o filho agora tem outra, aceitam a outra e eu já não presto.

Por isso, propus que o leve aos 18 meses mas até lá tem de interagir com o menino nem que tenha de aturá-lo cá em casa. É um sacrifício que tenho de fazer pelo meu filho para ele um dia dar-se com o pai. Sacrifício sim e pelo meu filho sim porque se não fosse por ele e pela irmã (a minha filhota mais velha), o pai nunca mais entrava cá em casa. Sacrifício porque tenho de continuar a dar-me com ele até os meus meninos serem maiores, porque é o pai deles, ainda que essa pai seja uma *****.

Muita força, FA!
Vais ver que tudo correrá pelo melhor.

Beijinhos

coragem Fa

Olá!
A minha filha de 15 em 15 dias vai passar o fds com o pai que vive com a companheira e um filho dela, é uma situação difícil, tenho estado muito atenta as reacções dela mas acho que dentro do que é normal ela reague bem.
Eu e ela encaramos esta situação como umas férias, ela vai sábado à tarde e domingo a noite volta para casa. Para a sua casa, para a sua mãe. Mata as saudades do pai e vive mais feliz do que se estivesse sempre a imaginar como seria estar com o pai.
Espero me ter feito entender, não é o pai que tem direito a filha, mas sim a filha que tem direito a estar com o pai.
FA, eu também não queria aceitar, mas pela minha filha tive de o fazer.
No inicio uma tarde parece uma eternidade, choramos, sentimos raiva, saudade, não temos culpa do que aconteceu e nao queremos afastar-mo-nos dos nossos "amores prefeitos" os nossos filhos.
Com o tempo tudo fica mais facíl acredita.

Também sei que é a filha que tem direito ao pai e não o pai (que pai este!) que tem direiro à filha. Mas sofro por antecipação desde o meio de semana só de pensar que fico sem ela. É uma sensação horrível, de aperto no coração. Não sei como vou viver quando chegar o primeiro fim de semana, a primeira noite longe de casa... e as férias? No entanto, a filha ainda lhe diz alguma coisa, já o filho nada lhe desperta. Ainda pensei que com esta história do acordo ele se quisesse aproximar mais do menino, que é um bebé tão querido, mas não. A semana passada enviou uma proposta de acordo que apenas fala da filha, nem sequer contempla o filho, o nome dele nem sequer é referido. É este o pai que um dia vai ter direito (que direito?!) a levar um filho que não o conhece!

E que juiz é esse que deixa que o pai leve um filho e esqueça outro! Sabes, dizes que o teu menino é querido, mas de certeza que o pai não sabe isso porque não convive com ele. A minha filha é uma peste, está sempre a falar e a fazer asneiras, está muito engraçada e carinhosa, mas se estiveres apenas 15 minutos com ela é um anjinho que nem fala. Há coisas que não entendo mas espero um dia entender!
Força nessa caminhada que se avizinha

Amanhã lá vem ele buscar a filha. Nestas dias, fico sempre à espera do esforço dele para estar com o filho. O que falámos na ultima reunião foi que, a meu pedido e sugestão, ele começasse a passar mais tempo com o menino cá em casa para este se ir habituando gradualmente ao pai e não ser um choque de ser levado por um desconhecido na altura que o tribunal o decretar. Mas o esforço dele tem sido tão grande ou tão pouco que bastam uns minutos - e é porque se deve sentir pressionado por mim - para ele achar que já cumpriu a obrigação. Ao primeiro pedido do bebé para vir para o meu colo, assim ele mo entrega como se de um objecto indesejado se tratasse...

Esta semana voltamos ao tribunal e, afinal, nenhum acordo foi conseguido. O que será dos meus meninos? A nova lei enaltece a figura do pai, seja ele bom ou mau... ou nada.

O pai dos meus filhos, (que já os/nos abandonou duas vezes) nunca ligou muito aos garotos, nem dormia em casa quando ia para a amante, não se preocupava com nada e agora parece que são a única coisa que tem na vida. Quer estar com eles a toda a hora quando antigamente os deixava na creche ou em qualquer lugar onde não o incomodassem. Não se incomodava se tinham o que comer, se tinham o que vestir, se queriam brincar ou ir aos baloiços, mandava-os calar, batia no mais pequeno quando ele não queria comer, etc
Arranjou amantes, saíu de casa há uns tempos, retornou e voltou a sair há dois anos, não pediu o divórcio nem regulação do poder paternal, vive com os pais, não faz nada a não ser ir trabalhar e arranjou este passatempo de fazer braço de ferro porque quer ver os filhos a toda a hora e quando lhe apetece. Quando os meninos estão a apanhar seca voltam para a mãe, nem sequer aguenta ficar uma semana de férias com eles... quer os filhos às pinguinhas (coitados). Acho que os e as "ex" fazem isto para provarem alguma coisa a eles próprios... é uma questão de posse. Deviam respeitar o bem estar e a paz dos filhos se realmente gostassem deles. Acho que é um pouco egoísta exigir estas tretas todas, só pensam no bem estar deles.
Mesmo com a nova lei penso que a custódia só é partilhada se os dois concordarem... (espero eu).

Eu dou graças a deus por me ter divorciada cerca de 15 dias antes da aprovação da nova lei. Tenho a custódia total. Mas, a custódia nada tem a ver com o direito das visitas.

O meu ex também raramente estava muito tempo com a filha sem ser para brincar. Não a alimentava, não lhe dava banho, não a deitava, não ia vê-la quando ela tinha pesadelos, não lhe dava os medicamentos, não...

Agora grita aos sete ventos que a ama muito, que a adora, que ela é o Sol da vida dele.

Por vezes acontece que só quando são privados da companhia diária dos filhos dão pela falta que eles lhes fazem...

Estou cada vez mais apreensiva com o aproximar do dia para ir a tribunal. Parece-me mesmo que vai ser dificil chegar a um acordo.

A quem já passou por isto, ou seja, não haver acordo entre as partes, como é que correu depois? Foram a julgamento? E a decisão provisória acabou por ser depois a definitiva? Contem-me das vossas experiências!

Já alguém tratou do poder paternal, agora responsabilidade parental, ao abrigo desta nova lei?

FA,

Não. Eu tratei de tudo ao abrigo da lei antiga... Mas, se tiveres um bom advogado, mesmo que o teu ex não queira entrar em acordo será difícil ele mostrar que quer muito o bem estar dos filhos nunca tendo qq contacto com o filhote mais novo...

tem calma.

Olá FA,
caso os pais ñ estejam de acordo e o juíz que decide.
Força....Calma...Muita frieza...
Vais conseguir!!!

Depois de dois adiamentos, lá voltámos ao tribunal para a tentativa de conciliação no divórcio litigioso. É um nome um tanto ridículo pois se duas pessoas estão separadas sem conseguirem entender-se certamente não chegam a tribunal dizendo que querem reconciliar-se. Pensava eu que desta vez ficaria decidido finalmente a questão do poder paternal, mas não. O juíz acho que deve ser o primeiro juiz (que nos ouviu em Janeiro na conferência de pais, cuja conclusão foi entretanto foi adiada) que deve dar seguimento ao que começou. E nada se resolveu.

Entretanto, a minha filhota fez os 3 anos e eu, tal como tinha proposto ao pai dos meus filhos, deixei (deixar nem é bem o termo, mas não me ocorre um melhor) que ele levasse a menina a dormir com ele no fim de semana. Apesar de ela dizer sempre que não queria ir dorir a casa do pai, lá a fui convencendo devagarinho que um dia isso teria de acontecer e que iria correr tudo bem. Ela perguntava sempre "eu vou mas depois volto para ti?" "Sim, filhota, voltas." E ela foi. Não correu mal, não me parece que ela tenha vindo traumatizada, mas a mim doeu muito. Ai, nem sei dizer o quanto! E o pior é saber que 15/15 dias vai ser sempre assim! E as férias!!

Mas a situação que mais me preocupa é a do meu filhote bebé, só tem um aninho. Um ano de indiferença, de desprezo, de total ausência de amor por parte do pai. No dia em que o meu filho fez um ano, diz-lhe para vir visitá-lo, dar-lhe um beijo, mas ele não quis. Quando veio buscar a filha mais velha, ofereci-lhe a possibilidade de calçar o menino para ele levar o filho a dar uma volta no passeio aqui em frente a casa, estava sol. Não quis. Contudo, escreve-me emails a dizer que quer passar o fim de semana com os dois filhos. Isto é só para juíz ler. O que doi é saber que independentemente da relação que se venha a estabelecer ou não com o filho, um dia (que eu receio com os cabelos em pé) ele terá a possibilidade de levá-lo. Será um estranho a levá-lo. E irá fazê-lo, nem que seja só para provar que me vence, para depois depositá-lo sabe-se lá onde. E o meu menino? Uma criança com um ano não tem sentimentos? Ajudem-me a encontrar uma solução? Existe??

Pareces mais calma FA, mas pareces também muito dorida. Não sei se há solução, mas acompanho oteu drama aqui no forum e só te posso dizer que me tens do "teu lado". Um Abraço

Um abraço, querida FA!
Tudo se resolverá a seu tempo...não sofras por antecipação!
Como vês tudo correu bem com a menina, tudo correrá bem com o menino tb.
E pensa o seguinte, apesar do pai ser um estranho para o filho, terá sempre a irmã a seu lado...

Um beijo e conta connosco

Força FA, tudo se há-de resolver da melhor maneira, vais ver

Estou em ansiedade. Está a chegar novamente o fim de semana da minha filha ir com o pai. Recomeço devagarinho a dizer-lhe que o pai vai voltar para a levar a dormir lá em casa. Apercebi-me que ela considerou a primeira experiência de há 15 dias como uma brincadeira. Agora entendeu que afinal é para ser sempre assim e quando lhe disse ontem "vais voltar a dormir no papá" ela respondeu "mas eu não gosto". E agora?

Também fiquei a saber que no mesmo quarto onde ela dormiu, dormiu o pai e a namorada que, segundo ela conta, se despiu à frente dela. A minha filha também me vê nua mas será a mesma coisa? Não acho normal! Ou é a minha dor de corno a falar?

Também é este sábado que vamos fazer a experiência de ele passar uma hora com o filho. Foi algo que foi conversado entre nós e os advogados quando saímos da audiência do tribunal. O problema é que ele não quer estar com o filho lá em casa, no ambiente que o menino conhece, mas quer levá-lo (de certeza que será para o mostrar aos pais, os mesmo que sempre fingiram não ver a minha gravidez e que nunca quiseram ver o neto desde que ele nasceu). Tentámos uma solução intermédia: ele vai estar com o filho na rua em frente ao prédio. Mas eu terei de estar por perto, apesar de ele não querer. Afinal ele não deixa de ser um desconhecido para o menino. Custa, pois, custa! Preciso de consolo...

FA tens que ter muita calma e muita paciência. Eu já tenho o meu filho criado e estou a ver-me agora no papel de futura madrasta, não te consigo ajudar muito.
Bjinho de coragem