Como explicar aos filhos?

Dói horrores vê-los de coração partido.
Mas a morte faz parte da vida ... mais ou menos pintada de cores suaves consoante a idade, como convém, penso eu de que ...

Força Nocas!
BG

"Para onde foi?
Foi para o teu coração, para o meu, para o coração de todos que o amaram. Depois de eles cá entrarem, fazem o ninho e vivem para sempre"

Citação :

que não se deve substituir a pessoa/animal desparecido por um objecto ou elemento ou sequer dar a ideia de que está de alguma forma presente, pq segundo os entendidos, criam-se expectativas

Há uma foto que faz parte da minha vida... eu e o meu avô... faleceu quando eu tinha 10 anos... era a pessoa que mais amei até hoje nesta vida.

O meu filho vê e pergunta... agora sabe que é o Avô... que estava velhinho, e foi para o céu, e é uma estrela que nos guarda...

xela escreveu:

Citação :

que não se deve substituir a pessoa/animal desparecido por um objecto ou elemento ou sequer dar a ideia de que está de alguma forma presente, pq segundo os entendidos, criam-se expectativas

Há uma foto que faz parte da minha vida... eu e o meu avô... faleceu quando eu tinha 10 anos... era a pessoa que mais amei até hoje nesta vida.

O meu filho vê e pergunta... agora sabe que é o Avô... que estava velhinho, e foi para o céu, e é uma estrela que nos guarda...

Na tua situação Xela, era o teu avô, ou seja o bisavô dele que não conheceu e com quem não interagiu. È, para ele, uma figura abstracta embora consiga perceber que a mãe gostava muito dessa pessoa.

Conheço um caso, infelizmente demasiado chegado, em que "o pai se tornou numa das estrelinhas do céu", para esta criança é uma profunda tristeza quando olha para o céu estrelado e : nem vê o pai, nem o pai "desce" para estar com ela... quando ela tem saudades dele e quer estar com ele.
Acho que é isto que se pretende evitar e era isto que eu não queria.

Gostei Pedro, e é uma hipótese, mas conhecendo o meu filho como conheço, é rapazinho para me dizer que não o quer no coração mas sim no jardim a brincar...

Obrigada pelas vossas respostas.
Bjs&Abr

então aproveitas e dás uma lição 2 em um!

Não se pode ter tudo o que se quer! Temos de saber aproveitar e usufruir do que se tem...

E neste caso, doces lembranças do amigo com quem brincou desde que nasceu!

Pedro_1975 escreveu:

então aproveitas e dás uma lição 2 em um!

Não se pode ter tudo o que se quer! Temos de saber aproveitar e usufruir do que se tem...

E neste caso, doces lembranças do amigo com quem brincou desde que nasceu!

Nem mais!

Por isso escrevi o ultimo parágrafo, e embora doa, dá-nos(lhes) uma lição de/da vida.

Tens razão Nocas... e que situação triste deve ser... coitadinhos... enquanto não entendem o porquê das coisas às vezes vemo-nos a braços com perguntas difíceis.

[quote="xela"]

Citação :

O meu filho vê e pergunta... agora sabe que é o Avô... que estava velhinho, e foi para o céu, e é uma estrela que nos guarda...

A minha filha não se lembra do avô paterno, faleceu quando ela tinha 18 meses... quando viu as fotos e perguntou (4 anos), expliquei que estava muito doente e que morreu e por isso agora é uma estrelinha no céu... confesso que não sabia bem o que dizer mas, aparentemente, a explicação foi suficiente. Um dia destes se calhar pergunta mais qualquer coisa e aí terei que explicar algo mais.

Como explicar ao filho que a mãe está no hospital por se ter encharcado de comprimidos?

Uma sugestão? Que a mãe está doente e que os médicos estão a tratar dela e que um beijinho dele vai ajudá-la a ficar boa...

Se calhar é demasiado simplório, mas no hospital alguem poderá aconselhar melhor.

Por mais que o meu EX diga que adora o filho, ultimamente tem-se "cortado" a alguns tempos que deveria ficar com ele, normalmente aos fins de semana, diz que tem que trabalhar mas é quando o miudo gosta de estar mais com ele que jogam uma série de jogos que ele gosta.... Pelo que o conheço, quando ele começa a deixar o filho de lado é porque há "peixe novo na rede". Por incrivel que pareça é algo que prefiro nem saber, nem nesta altura me desperta lágrimas, mas começo a ficar aflita a ver a expressão na cara do meu filho quando lhe digo "o pai hoje não vai poder ficar contigo".

É um muido extremamente inteligente e sabe muito bem como o pai é, mas gosta dele e das brincadeiras de rapaz e claro, gosta de se sentir amado. Quando lhe digo isto no início ele começou a reclamar, depois começou a não dizer nada e comecei a ver-lhe os olhos baixos e um olhar de desilusão....

E não quero que ele passe pela desilusão que o pai costuma dar às pessoas: há alguem novo, deixa os filhos "para depois", que foi o que fez com os do anterior casamento, tenho medo do que vai fazer com o meu se a nova namorada não estiver para aturar um miudo com o caracter dele.

O que lhe digo? Não adianta dizer que o pai tem que trabalhar porque o miudo percebe que não é exactamente assim e fica triste.... como se compensa isso, como lhe tiro aquele ar de tristeza e desilusão da cara, sobretudo se piorar?

Ver a cara dele quando digo que o pai não pode parte-me o coração...

Sofiaa escreveu:

Uma sugestão? Que a mãe está doente e que os médicos estão a tratar dela e que um beijinho dele vai ajudá-la a ficar boa...

Cuidado com a parte de "um beijinho dele vai ajudá-la a ficar boa". Se acontece alguma coisa à mãe ele pode ficar a pensar que a culpa é dele. Eu acho que é melhor realmente dizer-lhe a verdade de forma simples, tal como o resto da frase: "Que a mãe está doente e que os médicos estão a tratar dela".

Sofiaa escreveu:

O que lhe digo?

Não dizes, que seja o pai a dizer. A ti custa o mesmo, vê-lo triste, mas se a decisão não foi tua, deixa que seja ele a inventar a mentira.

Arisca escreveu:

Sofiaa escreveu:

O que lhe digo?

Não dizes, que seja o pai a dizer. A ti custa o mesmo, vê-lo triste, mas se a decisão não foi tua, deixa que seja ele a inventar a mentira.

Olha... não é que não me ocorreu? Acho que tenho sempre que explicar tudo.... mas na verdade isso é da responsaboilidade dele mesmo. Acho que vou começar a usar o "" Oh filho, n sei, tens que perguntar ao pai" e ele que explique....
Tks.

Como explicar à minha filha com 19 anos o que lhe aconteceu hoje?
Passo a explicar:
Fui com ela a casa dos avós paternos buscar os irmãos e o tio insistiu que ela entrasse,pois desde a nossa saída de casa nunca mais entrou lá,ela acedeu ao pedido do tio e foi muito bem recebida por toda a família...estava a cumprimentar toda a gente e reparou que o pai havia abandonado o local para não ter que a cumprimentar...entrou no carro e desatou a chorar...
Será que a minha filha cometeu um erro tão grave? Mesmo que tivesse cometido um filho é sempre um filho e a única coisa que fez foi apoiar a mãe no momento que ela precisou...
Ainda bem que ela tem uma mãe que a apoia em tudo porque pai,ela não tem e eu não cnsigo encontrar uma explicação para esta situação...
Um grande bem haja aos meus companheiros do forum que tratam os filhos como eles merecem...

Quando me separei fui eu que transmiti à minha filha mais velha que o pai tinha saído de casa para ficar sozinho... O pai dela disse-me cruamente: " Diz-lhe tu qual é a dificuldade?" A minha filha adorava-o e quando se disse ele chorou imenso e quis dormir na cama com a almofada do pai. Meus Deus custou-me imenso ver o sofrimento dela. O meu ex magoou-me imenso, de facto foi um ser egoísta e reles!! Existem formas de comunicar, mesmo que de forma inesperada, que não queremos continuar a viver com outra pessoa. Ficaria magoada quaisquer que fossem as palavras!! mas não ele fez questão de me pisar, dizer horrores, foi muito muito mau!! À minha filha só consegui arranjar forças para lhe dizer que apesar da separação o pai gostava muito dela!! E sempre pensei que ele colocasse as filhas sempre acima de tudo pese embora me dissesse cruamente que estava farto de pensar em mim e nas filhas e que tinha ainda idade de ser feliz com outra pessoa!
Lamentavelmente e quando se diz que as crianças são quem mais sofre tem de facto alguma veracidade!! para mim é muito triste ver que o pai não as coloca acima de tudo pois em primeiro lugar está ele, depois a namorada e se houver tempo as filhas!! Não tenta compreender a mais velha e em vez disso exige, exige. Exige que ele atenda sempre os seus telefonemas ( caso contrário não deixa a deixa falar com a mãe no fim-de-semana seguinte) exige que ela seja simpática com a namorada ( porque tem de ser) esquecendo que a miúda nota o quanto ele mentiu e continua a mentir esquecendo que a criança tem nove anos e apercebeu-se de tudo o que ele fez e continua a fazer. Enfim culpa-me de tudo porque eu aparentemente deveria continuar igual apesar da separação!! E não se apercebe que foi ele que não soube tratar as situações em tempo oportuno!! Evito falar do pai em casa porque a mais nova nem se apercebe e a mais velha não quer ouvir falar dele. Expliquei-lhe inúmeras vezes que o pai tal como a mãe e tal como toda a gente tem defeitos e também tem coisas muito boas pelo que devemos gostar das pessoas com os defeitos que têm e com as virtudes também.
Creio que é uma fase e que vai passar!!

Andreia rafaela,

felizmente a tua filha tem em ti uma amiga e um exemplo de mulher com M grande.

Adrea Rafaela, Foi uma situação muito complicada para a tua filha, a explicação que poderia haver era a vergonha do pai perante a filha. Pois tu es uma grande mulher e a tua filha uma boa filha.

Obrigado pelas tuas palavras Basco!!!!
Vergonha? Talvez mas para ela foi como se o mundo lhe caisse em cima...

Rocana:
Sei que sou a melhor amiga dela e por isso mesmo não queria vê-la a sofrer!!!
Espero que ela siga em frente e não deixe que esta situação abale com a auto estima....
Adoro os meus filhos e não me importo de fazer o papel de pai e de mãe

Andreia... provavelmente ele um dia arrepender-se-á bastante disso, para já tu tens que a apoiar, acredito que te custe, a tua filha está numa idade crítica e certas coisas que os pais fazem deixam-nos de rastos.

A propósito disso lembro-me de uma de muitas que o meu pai me fez: tinha eu uns 17 anitos e o meu pai trabalhava como "apanha copos" num bailarico onde eu costumava ir.

E alcoólico como era, fazia a tristeza de beber os restos dos copos que apanhava com qualquer coisa alcoolica, o que eu tentava ignorar e divertir-me.

Entretanto acabei por conhecer lá o meu primeiro namorado, de uma gentileza sem par, que um dia me diz: olha, aquele Sr. é engraçado, vai apanhando os copos e bebendo os restos deles....

Claro que eu olho para o lado e vejo o meu pai... e apenas digo: "bom, ficas já a conhecer o meu pai"...

Eu fiquei branca, o meu namoradio ficou vermelho, e tive que viver toda a adolescência com as vergonhas que o meu pai nos fazia passar, em privado e publicamente.

Hoje rio-me imenso desse episódio, mas naquela altura, quando um dos pais nos faz mais mal que bem, acabamos por o por de lado para não sofrer e um dia a vida faz-nos aceitar as coisas, afinal nenhuma família é perfeita, separada ou não.

Hoje não lhe tenho ódio ou rancor, apenas não criei qualquer laço afectivo com ele, tenho pena dele, mas não lhe dou grande confiança, é como um estranho, mas devo-lhe ao menos alguns genes, a minha referência paterna foi o meu avô, um Sr. exemplar na conduta e na vida, e foi o que me valeu, porque acho que a falta de amor de um dos progenitores nos cria défices que um dia vão prejudicar-nos, por isso é importante sentir amor de ambos.

Vou ver se ganho coragem e se consigo ler (e ler até ao fim...) os testemunhos sobre como contar aos filhos a separação dos pais. Até agora, tenho tido muita dificuldade...

Neste próximo fim-de-semana, vamos contar às nossas filhas... Apesar de ser Dia da Mãe, como explicar às pequeninas que o pai não estará presente?...

É curioso... a minha mãe nunca me disse que se tinha separado do meu pai... Dizia que ele tinha ido viajar... E ele dizia o mesmo! Deviam pensar que eu era burra... pfff...

Isabel, se tiveste uma experiencia em criança, tenta lembrar-te o que funcionou e o que devia ter sido evitado ou contornado... talvez seja um bom contributo para fazeres às tuas filhas bem melhor do que fizeram contigo...

Acho que a minha historia de como contei aos filhos está aí algures (fez agora 2 anos), mas resumindo:
Sentamo-nos os 4 e eu e a ex contamo-lhes o que iria acontecer, que apesar de sermos amigos ja nao eramos "namorados" e que nos iriamos separar, cada um iria viver na sua casa.
Que ambos os pais naturalmente continuavam a gostar deles (muuuito) e que continuavamos a ser pai e mae deles. Que iriam viver uma semana com o pai, uma semana com a mae etc.
Posso dizer que para mim foi dificilimo, que houve algum choro, mas passou. Eles na altura tinham 6 e 8 anos. Algum tempo depois ocorreu a separação e eles foram alegremente uma semana para a casa da mãe. Quando essa semana passou vieram alegremente para a minha.
Entretanto passaram 2 anos nisto. Posso dizer que eu nao noto qualquer alteração nos meus filhos, na escola continuam os mesmos alunos alegres e felizes e com o mesmo aproveitamento.
Tenho um relacionamento cordial com a ex, vemo-nos algumas vezes (nas actividades dos filhos, qd eles mudam de casa etc) e até passamos o natal e fim de ano (passado) juntos, o que eu ja considero demais, lol. Acho isso importante para eles essa relaçao, mas reforço sempre que nao ha volta e que, provavelmente, mais tarde ou mais cedo eu ou a mãe teriamos outra vez um@ namorad@. Mas geralmente nao abordam esse tema. Qd nao estou com eles falo sempre uma vez á noite pelo telefone e a mae faz o mesmo.
Portanto está aqui um testemunho de como as coisas podem correr bem tambem.

Obrigada pelo testemunho, Unfug.
E quando os pais estão bem... os filhos também!