O tempo que o pai fica sem ver os filhos

Susy... quem acompanhou de perto o crescimento das minhas meninas vê claramente aquilo que relatei hà pouco....

Não permito que o pai brincasse com o estado emocional e psicologico delas... não permiti que pusesse em causa a segurança e estabilidade que acho necessarias aos seu crescimento... não permiti que pusesse em causa a saude das crianças....

De todas a maior motivação do meu divorcio foi mudar a vida das minhas meninas... E isso consegui a 100% felizmente.... Sinto muito orgulho nisso...

problemas de consciencia em relação ao pai biologico... e ao afastamento... já não tenho... hoje vejo e tenho a certeza a absoluta que fiz a melhor escolha em relação a elas....

quando me separei as minhas filhas pareciam dois bichinhos ariscos... anti-sociais...
Felizmente eram pequenas... e até a mais velha que me foi revelando problemas de comportamento e integração... vejo-a hoje muito melhor...

Do dia para a noite...

Mas a minha historia é muito diferente da vossa... Não era apenas um pai que não pagava pensão ou que não queria saber das filhas... Foi bem mais grave.... Por isso tambem a mudança tão radical...

Lamento muitas situações aqui descritas, e vejo realmente que no meu caso, foi apenas e somente o meu casamento que terminou: o meu ex quer continuar a ser meu amigo, é um excelente pai e paga uma pensão acima da média.

jbsn escreveu:

@Su,

Desculpa a frontalidade mas acho mesmo uma vergonha que um pai não se digne a pagar a PA.

Certo Jb, nem tens que pedir desculpa, e a desculpa dele é que fiquei com a casa e o recheio.... por uns tempos fica sem pagar!

Vou à carga! preciso mesmo de levar

"ele tenta compra-la materialmente, compra-lhe coisas que eu nao compro"

Suzy, eu acho que a questão nunca é o que ele lhe compra ou deixa de comprar.

O que tu estás a dizer é que ele quer voltar a filha contra a mãe... Isto é verdade?
E tu notas isso de alguma forma por parte da tua filha?

Quanto às pensões de alimentos, acho que o valor acordado deve ser baseado no essencial, ou seja, se eu quiser comprar um vestido xpto para a minha filha, compro e dou-lhe. Não acho que deva ter a obrigação de dar o dinheiro há mãe para o fazer, mesmo que o beneficiário seja o mesmo. E quem diz vestido xpto, diz cinemas, diz brinquedos, tudo aquilo que obviamente faz falta mas não é essencial.

@ Alice, cada caso é um caso, o teu foi mm radical, o meu e como descrevi, as proprias ideias de psicologos dividem-se, confusas já nos por vezes andamos....

Por agora, não a sinto instavel, mas os miudos nem sempre revelam o que lhes vai lá dentro.

Insegura em relação ao pai, claro que sim! Vou deixando o relacionamento entre eles decorrer com normalidade, agora quando a Ines me disser que nao quer ir, nao vou obriga-la para cumprir uma sentença, isso nao!

Pedro_1975 escreveu:

"ele tenta compra-la materialmente, compra-lhe coisas que eu nao compro"

Suzy, eu acho que a questão nunca é o que ele lhe compra ou deixa de comprar.

O que tu estás a dizer é que ele quer voltar a filha contra a mãe... Isto é verdade?
E tu notas isso de alguma forma por parte da tua filha?

Quanto às pensões de alimentos, acho que o valor acordado deve ser baseado no essencial, ou seja, se eu quiser comprar um vestido xpto para a minha filha, compro e dou-lhe. Não acho que deva ter a obrigação de dar o dinheiro há mãe para o fazer, mesmo que o beneficiário seja o mesmo. E quem diz vestido xpto, diz cinemas, diz brinquedos, tudo aquilo que obviamente faz falta mas não é essencial.

Pedro, a minha questao nem é essa do que compra ou deixa de comprar no sentido que eu nao posso, mas sim no sentido que ele apregoa que faz e compra etc, e eu nao! nesse sentido acho que se faz superior perante os olhos da filha.

Se tenta coloca-la contra mim, penso que sim, mas sinto que ela nao deixa, sou sincera, por enquanto acho que ela não se está a deixar levar por aí.

Tens toda a razao, o que se dá, dá e ponto final!

Entendo a parte em que dizes de tudo o que é "nao essencial" mas nem para o essencial dá, descrevo: saude, escolar, alimentação. Isto é básico e tem custos.

Quando fiquei com a casa e o recheio porque ele disse que nao queria nada, foi pq saiu directo para outro sitio onde nao precisava de nada! E fazia questao que nao faltasse nada à Ines, e depois mudou de ideias...

Conforme lhe convem...

Sim, é claro que te percebo... Não disse que não faz sentido pagar PA. Não devia chegar a ser obrigação, é um dever! Estava só a referir que não concordo com a ideia que deve pagar a PA conforme as possibilidades que tenha, ou seja uma PA não tem o propósito de garantir as mesmas condições de vida nas duas casas. Se as condições financeiras dos dois pais forem diferentes, que sejam.

Usar isso de alguma forma para condicionar a relação filhos/pais é que nunca pode acontecer.

Pedro_1975 escreveu:

Sim, é claro que te percebo... Não disse que não faz sentido pagar PA. Não devia chegar a ser obrigação, é um dever! Estava só a referir que não concordo com a ideia que deve pagar a PA conforme as possibilidades que tenha, ou seja uma PA não tem o propósito de garantir as mesmas condições de vida nas duas casas. Se as condições financeiras dos dois pais forem diferentes, que sejam.

Usar isso de alguma forma para condicionar a relação filhos/pais é que nunca pode acontecer.

Pedro, nem eu queria uma pensão para dar à Ines o mesmo que o pai pode dar, acho que me expressei mal dando essa ideia...

A tua ultima frase sim, embora ache que a Ines ainda nao esteja nessa onda, penso claramente, porque o conheço há 18 anos, que deseja condicionar, cativar a filha pelo materialismo (a mae dele fez isto com ele e hoje nao se falam...), e com o passar dos anos é que saberemos se a minha princesa vai discernir entre o que é futil e o que é essencial. Estou confiante que sim, como apesar de tantas duvidas que me assolam por vezes, estou confiante que vou ultrapassar quês e porquês que em nada já fazem sentido

Temos dias... mas sempre volta o

Acho que passaste para o "papel" tudo aquilo que sinto!

O meu tem 3 anos, é um doce de menino... e é meu porque o pai abdicou completamente dele.

Bem.. até me vieram as lágrimas aos olhos.

O pai do meu bebe desde que estamos separados (poucos meses) nunca me deu um tostão, mesmo assim fui insistindo para que ele fosse pai.

Cada vez que me perguntava se podia ver o filho eu dizia q sim mas a condiçao dele era eu estar sempre presente. Ao principio tudo bem mas depois começou a dizer que me amava, mas ao mesmo tempo insultava-me.. etc etc . Comecei a desesperar porque precisava mesmo de seguir com a minha vida em frente.

conclusão desde que lhe dei a entender que a nossa relação acabou... tambem acabou com o filho :'(

No outro dia fui ao hospital com ele , ainda é um bebe, e mandei-lhe uma mensagem e a resposta dele foi "Quem escolheu foste tu.. não me deixas ser pai!"

Nem perguntou se estava melhor, quanto gastei na farmacia .. nada!

P.S - Estou na situação de algumas pessoas aqui. Esperança !!

Tenho esperança que ele mude para sermos aquilo que sonhei, uma familia.. nao mudando digo a mesma coisa que a autora "Nem um pai soube escolher para o meu filho"

Carlosluis

Lamento informar-te de 2 coisas:

1. Nem penses que consegues mudar as pessoas se as próprias não o quiserem!

2. A vida é mesmo assim: dura! E muitas vezes ingrata.

Mas a boa noticia, é que um raio de luz acaba sempre por penetrar a mais sombria escuridão! E não te culpes por não saberes escolher um pai para o teu filho. Tem é pena dele que não irá ter o prazer de disfrutar de ver o crescimento do vosso filho.

Obrigada jbsn !

Tem toda a razão, eu não consigo mudar ninguem... Ele é que escolhe o caminho dele.

Mas como é que é possivel um Pai ser assim? É tão bom quando o meu filho dá gargalhadas (aprendeu a pouco tempo) é uma delicia, depois está sempre a palrar.. começa a brincar com os pezinhos, a puxar o nariz e o cabelo.

São momentos maravilhosos.. infelizmente ele não os vê!

Primeiro quero q o meu filho seja muito feliz e o mesmo desejo para mim.

Compreendo as mães e entendo a dor delas... infelizmente passo por algo identico.

carlosluis escreveu:

Mas como é que é possivel um Pai ser assim?
...
São momentos maravilhosos.. infelizmente ele não os vê!

Todos gostariamos de ter a resposta a essa pergunta e compreender esse comportamento, infelizmente, tão vulgar...
Mas é como tudo na vida... cada pessoa tem a sua consciência, a sua formação, os seus valores e age em função deles...
às vezes, arrependem-se dos seus actos (mais tarde....)... outras vezes nem por isso.

Não vale a pena sofrermos por isso. Aproveitemos os nossos filhotes. Façamos por eles tudo o que pudermos e o melhor que soubermos...

Carlos eu vou-te dar um exemplo para entenderes isso dos pais...

Eu tenho um tio que era muito mulherengo...
Era casado com a minha tia, tinha uma filha e andava com outras por fora. Divorciaram-se e ele esqueceu-se que tinha filha. A filha como tinha 10/11 anos começou a ir por caminhos que não devia por não aceitar a separação dos pais.
A minha tia em vez de ligar ao meu tio ligava ao meu pai para a ajudar, pois o meu tio só se preocupava com a próxima gaja que ia comer (desculpem o termo).

O tempo passou e ele casou de novo, teve um filho, passado uns anos separou-se porque a vida dele não mudava, era mulher atrás de mulher. Esqueceu-se que tinha filho.

A filha conforme cresceu não perdoou o pai, mas procurou-o, e quis ter contacto com ele, e conseguiu, pois no fundo era pai.

O meu tio morava sozinho, um dia deu-lhe uma hemorrogia, desmaiou e assustou-se de tal forma que endireitou a vida dele.
Arranjou a mulher que tem hoje (5anos se não em engano), que era viuva, e tinha um filho.
Ele entrou nos eixos, procurou a filha já com 21 ou 22 anos que ela tinha, e o filho, nessa altura com 11anos.

Mas mesmo assim cometeu um erro, como ele estava todos os dias com o filho desta mulher actual, dava mais importancia a ele que ao filho. E o filho afastou-se, e o meu tio deixou, não quis saber do filho.

Hoje o meu primo tem 16anos e anda a tentar perdoar o pai, porque é pai. Mas devias ver como ele chorou no casamento do meu irmao ao contar que nao sabia quem era o pai, pois o pai nunca quis saber dele.

O meu tio ganhou juizo so agora, quase aos 50anos, está a tentar recuperar os filhos, mas se formos a ver já é um pouco tarde, porque no fundo os filhos continuam magoados.
A minha prima como já tem 27anos já não ganha rancor, há entende e passa ferias com ele, e natais, mas há alturas em que ela ainda diz que ficou muito magoada com ele, e já falou com ele sobre isso.

Agora o meu primo ainda é dificil pois tem 16anos. E é ver o meu tio, triste como anda porque não tem o filho como queria ter.

A vida é mesmo assim minha linda. Há pessoas que só mais tarde entendem o que fizeram. Mas tanto pode ser tarde como não. Ai não depende deles mas dos filhos.

Beijinhos

Penso que nesse caso o que poderá, com sorte, conseguir será uma espécie de amizade. A relação pai-filho(a) não começa aos 20 anos. Não considero uma relação dessas, por muito boa que possa ser, uma relação pai-filho(a).

Arisca escreveu:

Penso que nesse caso o que poderá, com sorte, conseguir será uma espécie de amizade. A relação pai-filho(a) não começa aos 20 anos. Não considero uma relação dessas, por muito boa que possa ser, uma relação pai-filho(a).

Claro que não. Ela adora o pai porque é pai, mas não há aquela intimidade de pai/filho.

Concordo Arisca!

Andreia238 escreveu:

Arisca escreveu:

Penso que nesse caso o que poderá, com sorte, conseguir será uma espécie de amizade. A relação pai-filho(a) não começa aos 20 anos. Não considero uma relação dessas, por muito boa que possa ser, uma relação pai-filho(a).

Claro que não. Ela adora o pai porque é pai, mas não há aquela intimidade de pai/filho.

Até nisso não acredito, sabes? Ela pode adorar a imagem que criou de TER um pai. Mas podia ser um desconhecido, era igual.

@Arisca,

Isso não concordo. Sabes que os laços de sangue são sempre muito fortes. Podemos mesmo não ter muita afinidade com as pessoas, mas efectivamente os genes estão lá!

Mas Arisca ela nao o conheceu so aos 20anos. Aos 11 "perdeu" o pai. A partir dos 17/18 anos ela procurou-o, já adulta teve uma conversa com ele, e hoje da-se bem com ele.
Claro que não há intimidade, mas pai é pai.

Mas sabes a maior chapada para o meu tio?

Ela chama de pai ao homem que está com a minha tia. E ela mesma diz, "ele é meu pai, quer queiram quer não, deu-me a mão quando precisava, ajudou-me na escola, fez tudo por mim"

É "triste" mas verdade, e o meu tio fica triste mas só tem de aceitar...

@ Jbsn

Ora aí está algo com que não concordo mesmo. Mas cada um tem a sua opinião

Andreia238 escreveu:

Mas Arisca ela nao o conheceu so aos 20anos. Aos 11 "perdeu" o pai.

Mas que belo pai esse... e enquanto andava a dar as voltinhas também deve ter sido muito presente

Andreia238 escreveu:

Ela chama de pai ao homem que está com a minha tia. E ela mesma diz, "ele é meu pai, quer queiram quer não, deu-me a mão quando precisava, ajudou-me na escola, fez tudo por mim"

É por essas e outras que para mim 23 genes não fazem a diferença. Pai é quem ama, quem muda as fraldas, qum passa noites a tratar de uma criança doente... entre outras coisas, claro.

Arisca acredita que no fundo pai é pai. Há sempre algo quanto mais não seja genes.
E tu se fores a ver há pais muito maus, há pais que não querem saber, mas os filhos procuram-nos sempre.

Eu por exemplo dou-me muito mal com a minha mãe, não a aceito como mãe por coisas que ela me fez e porque fui criada pela minha avó, ela sim era minha mãe.

Mas hoje falo com ela, e se lhe acontecer algo eu estou lá para ajudar, e quando foi internada que nem comer conseguia eu dei-lhe a comida na boca (depois levei com a resposta de que nem filha soube ser porque nunca fiz nada por ela, mas quem sou eu para contrariar), é mãe, por muito que eu tente fugir, por muito que não goste dela, não sei explicar há aquela ligação....

Claro Arisca! Isto das opiniões é assim mesmo.

Mas também acho normal aquilo que a Arisca refere que a prima tem muita afinidade com a pessoa que está com a tia. Afinal, pai é pai mas também não é só o factor biológico que conta. Se a outra pessoa esteve em todo o crescimento é natural que ela a tenha a afinidade total com ele.