O tempo que o pai fica sem ver os filhos

Arisca escreveu:

Andreia238 escreveu:

Mas Arisca ela nao o conheceu so aos 20anos. Aos 11 "perdeu" o pai.

Mas que belo pai esse... e enquanto andava a dar as voltinhas também deve ter sido muito presente

Andreia238 escreveu:

Ela chama de pai ao homem que está com a minha tia. E ela mesma diz, "ele é meu pai, quer queiram quer não, deu-me a mão quando precisava, ajudou-me na escola, fez tudo por mim"

É por essas e outras que para mim 23 genes não fazem a diferença. Pai é quem ama, quem muda as fraldas, qum passa noites a tratar de uma criança doente... entre outras coisas, claro.

Ele nunca esteve presente, agora sim liga-lhe fala com ela, quer que ela vá lá a casa dele, passam os natais juntos, etc.
Mas naquela altura ele nunca quis saber, e se queres que te diga, nem sei se ele dava dinheiro... era bem capaz de não dar...

E sim, pai é amor, é quem está lá para eles.

Tantos pais que por aí andam que não são os pais biológicos e nem sabem... e acreditem, são pais na mesma. E os filhos parecem-se com eles, ou com os avós paternos, têm o mesmo feitio e tudo

Isso da ligação com uma mãe que rejeita uma filha, tu ajudaste. Se calhar outra não o faria. Depende das pessoas e não dos genes, na minha opinião. Mas somos todos diferentes

(Se colocarmos uma pessoa adulta, que nunca conheceu o pai (ou mãe) à frente de meia dúzia de potenciais "pais", será que ela consegue sentir alguma ligação biológica? Ou será que a sentiria apenas por saber que "aquele" era o tal? É um exemplo esquisito mas é assim o que me ocorre...)

Olha o meu psicologo disse-me que não entendia como ainda tinha eu uma relação com ela, que depois daquilo tudo que eu ainda a punha no pedestral.
E posso-te dizer que a minha mãe foi a razão de muitos problemas que tive até hoje.
E por palavras dele, tenho de dar muitas graças à minha avó, pois se não fosse ela, e se ela não me tivesse dado as bases que deu, que eu hoje não seria como sou, que estaria muito mal....

No fundo o amor da minha avó, até aos meus 12anos, altura que me mudei para casa dos meus pais, "salvou-me" dos males que passei na casa dos meus pais.

Arisca,

Os genes estão lá, o que não quer dizer que todos irão reagir da mesma forma. Claro que a educação irá fazer evoluir a pessoa e irá também condicionar todas atitudes, mas isso não quer dizer que a componente genética não tenha influencia.

E a tua frase "depende das pessoas e não dos genes" está errada , porque são mesmo as pessoas dependem implicitamente dos seus genes!

jbsn escreveu:

Arisca,

Os genes estão lá, o que não quer dizer que todos irão reagir da mesma forma. Claro que a educação irá fazer evoluir a pessoa e irá também condicionar todas atitudes, mas isso não quer dizer que a componente genética não tenha influencia.

E a tua frase "depende das pessoas e não dos genes" está errada , porque são mesmo as pessoas dependem implicitamente dos seus genes!

Não podes acreditar que os teus genes te condicionam a esse ponto, certo? Continuo a achar que depende das pessoas. Se uma mãe rejeita duas filhas, uma pode simplesmente virar-lhe as costas e a outra sentir uma vontade de a conhecer. Os genes estão lá, certo? Nas duas.

E percebo o que queres dizer, há algo a que não podemos fugir. Mas continuo a acreditar que podemos contrariar certas tendências.

Até porque a maneira de ser, não a parte física à qual não se consegue fugir assim tanto, depende principalmente do meio onde crescemos, das nossas influências.

Arisca,

Mas isso é o mesmo argumento que se pode utilizar para os filhos que são criados da mesma forma e que reagem de forma diferente às coisas... Não te digo que os os genes são a parte fundamental, o que te digo é que geneticamente somos a soma do pai e da mãe!

Se fores a dizer que depende da educação de cada um... é provavel. Há pessoas que unica e simplesmente não conseguem perdoar, e afastam-se mesmo, e nem querem saber.

Se eu sou assim com ela pela educação que recebi da minha avó? É provavel... mas continuo a achar que tem de haver mais..

Não sei!

Calma, eu sei que temos 46

Não concordamos mas não é preciso ficares nerbioso....

Arisca escreveu:

Calma, eu sei que temos 46

Não concordamos mas não é preciso ficares nerbioso....

E porque é que ficava nerbioso?

Pois JB nem pela educação se pode ir... há filhos que tem a mesma educação, mas que seguem caminhos diferentes.

Ainda no outro dia foi discussao ao almoço com um colega meu.

A minha colega nao entendia como as 2 filhas eram tão diferentes e um colega nosso contou-nos de 1amigo dele.

Irmãos, mesma educação, o que um tinha o outro tinha, não havia diferenças em nada.

1 é engenheiro e tem uma vida decente. O outro é drogado, já roubou os pais etc...

Porque uma exclamação é um grito? (ou será apenas uma exclamação? )

(Agora para terminar, e para que percebas a minha opinião, se eu tivesse crescido sem pai e ele de repente aparecesse eu ia tanto ligar aos cromossomas como à cor do cabelo, entendes? E podes dizer que eu não sei como ia reagir pq só quem passa por isso é que sabe. E até podes ter razão. Mas cada um de nós conhece-se e sabe como provavelmente reagiria a certa situação.)

Andreia238 escreveu:

1 é engenheiro e tem uma vida decente. O outro é drogado, já roubou os pais etc...

Até podíamos dizer que seriam os genes mas no caso de gémeos, nem isso pode ser explicação.

Olha eu tenho um primo cujos pais se separaram muito cedo (acho que ele tinha 1 ano) e o pai optou por se afastar totalmente, embora até tenham ficado a morar perto.

Toda a vida do miudo (que agora já tem 27 anos) se pautou por uma relação de amor/ódio com o pai. Mas posso dizer-te que se notou sempre uma necessidade de aceitação nele. Nem te sei explicar porque.

O racional é o que tu dizes. Mas o ser humano é muito mais que o racional. E ainda bem. Se não eramos apenas máquinas...

jbsn escreveu:

Olha eu tenho um primo cujos pais se separaram muito cedo (acho que ele tinha 1 ano) e o pai optou por se afastar totalmente, embora até tenham ficado a morar perto.

Toda a vida do miudo (que agora já tem 27 anos) se pautou por uma relação de amor/ódio com o pai. Mas posso dizer-te que se notou sempre uma necessidade de aceitação nele. Nem te sei explicar porque.

O racional é o que tu dizes. Mas o ser humano é muito mais que o racional. E ainda bem. Se não eramos apenas máquinas...

Mas essa necessidade de aceitação é normal, infelizmente. Todos nós sentimos isso, acho... mas o que pode explicar essa necessidade, o sentimento de rejeição e o que provoca, isso é que eu não acho que seja por causa da parte genética, percebes? É só isso.

Mas Arisca, não é só isso.

Também te posso dizer que o miudo não teve falta de carinho nem daquelas pessoas que ele até acabaram por preencher o papel de pai. Mas existiu sempre a fixação no Pai biológico. E hoje até se dão bem.

Não é genes, nem educação, não é nada!!!
É aquela questão de pai é pai.
Como um filho adoptado querer procurar o pai, é algo que está no ser humano e pronto....

Mas essa curiosidade qualquer pessoa tem. Se descobrirmos que o pai que nos criou não era o pai biológico, não seria natural querermos descobrir? Para comparar o aspecto, sei lá... Mas isso é curiosidade, o ser humano é mesmo assim, meio estranho

Arisca,

Procurar o pai/mãe não é curiosidade! Aí discordo na totalidade.

Por muito que a pessoa esteja bem de vida e que esteja equilibrada, as origens não se descobrem por curiosidade. É uma necessidade inata do ser humano!

E sim, somos mesmo complexos. Mas talvez seja por isso que estamos no topo da pirâmide animal.

jbsn escreveu:

Arisca,

Por muito que a pessoa esteja bem de vida e que esteja equilibrada, as origens não se descobrem por curiosidade. É uma necessidade inata do ser humano!

Há filhos que não tentam descobrir. E mais uma vez não concordo.

Mas acho que mesmo esses só o fazem porque se impõe o desprezo aos pais, para que sofram o mesmo que eles sofreram.

Existe diferença entre não sentir nada e o sentimento de raiva e mágoa.

Mas podes continuar a não concordar...

O que se passa Maria?

jbsn escreveu:

Mas acho que mesmo esses só o fazem porque se impõe o desprezo aos pais, para que sofram o mesmo que eles sofreram.

Existe diferença entre não sentir nada e o sentimento de raiva e mágoa.

Achas que pode ser por desprezo mas eu acho que pode ser por se sentirem bem com os pais que têm e não fazerem questão de saber.

Entre o não sentir nada e a raiva e mágoa há muitas emoções

mariasemsaida escreveu: