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divórcio, separação, filhos, apoio emocional
 
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 A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos?

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Madrasta
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Madrasta

Feminino
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Data de inscrição : 26/07/2008

A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 Vide
MensagemAssunto: Re: A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 EmptySex Ago 01, 2008 12:48 pm

Lili, compreendo a tua posição. O teu filho tem pai e mãe, não precisa de mais ninguém a decidir a vida dele Smile Concordo plenamente.

A questão que coloco não é se a madrasta/padrasto deve ocupar o lugar de pai ou mãe, mas sim se pode/deve ser mais activo na vida da criança. Ou seja, complementar o papel do pai ou da mãe quando lhe é solicitado. Por exemplo, se o pai fica retido no trabalho até mais tarde, é aceitável que seja a madrasta a buscar a criança no colégio?

Compreendo as mães que esperam que as madrastas não interfiram em nada na vida dos filhos, mas têm de admitir que é complicado receber uma criança em casa e fazermos de conta que não está lá. Em diversos aspectos do dia a dia e da convivência com os enteados, a madrasta sente o impulso de fazer um comentário, de dar um esclarecimento, de fazer uma sugestão, de apaludir uma atitude, de repreender uma acção.

Mesmo que seja apenas durante 4 dias por mês, nesses dias vivemos juntos na mesma casa, na nossa casa (do pai, da madrasta, do enteado) e não é saudável comportarmo-nos como estranhos Smile

beijos
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Lili
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Lili

Feminino
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A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 Vide
MensagemAssunto: Re: A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 EmptySáb Ago 02, 2008 7:16 am

Olá "Madrasta",

Eu sei que eu estou do outro lado e que nem todas as madrastas são iguais.

Eu sei que a criança passa tempo com o pai e consequentemente com a a madrasta. Mas eu acho que no caso de uma criança adolescente é mais dificil. A criança não aceita bem a decisão do pai se divorciar e arranjar outra familia. No caso do meu filho o pai nem admite que tem outra mulher apesar de andar semrpe com ela e estar com ela nas férias dos filhos.

E a madrasta não deve hostilizar a mãe e vice versa. No meu caso a outra fulana dorme no meu quarto e dormiu e coloca certas coisas em locais estratégicos para dizer que esteve ali. Ora, eu penso que uma mulher decente não faria uma coisa dessas. Eu nunca lhe fiz mal nem sei bem quem ela é nem nunca tentei saber. Portanto penso que essa harmonia entre pais e mãe e madrastas e enteados depende deos motivos da separação e como as situações são tratadas e encaradas.

No meu caso só quero paz e sossego e que o meu filho esteja bem. Agora sei de fonte segura que o meu ex está-me a fazer a vida negra para eu sair de casa porque a outra deseja ficar na casa.

Espero não ofender ninguém, mas como disse há situações e situações.

E digo que não aceito interferencias da outra parte na partilha dos bens porque quando me casei e despendi esse dinheiro essa pessoa não estava lá.

É complicado.
Mesmo assim digo ao meu filho para aproveitar o máximo da vida independentemente com quem esteja.

O meu filho não fala com ela mas penso que cabe a ele decidir, até porque o pai não está a ser correcto com ele.

Se eu fosse madrasta não interferia nas coisas com a ex-mulher e tratava o filho dele como se fosse um amigo do meu, nunca como o meu própio filho, porqur isso era impossivel.

Beijinhos e desculpa qualquer coisa mas não tenho intenção de ofender mas de dar uma opinião sobre a parte das mães não madrastas Smile

Beijinhos e fica bem.
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Madrasta
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Madrasta

Feminino
Número de Mensagens : 330
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A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 Vide
MensagemAssunto: Re: A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 EmptySáb Ago 02, 2008 1:19 pm

Olá Lili.

Desculpa, não percebi, o teu ex recebe a namorada na tua/vossa casa?
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Lili
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Lili

Feminino
Número de Mensagens : 425
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A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 Vide
MensagemAssunto: Re: A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 EmptySáb Ago 02, 2008 3:42 pm

Boa noite "Madrasta",

Ele não admite mas mesmo quando estavamos juntos ela ia para lá.
o meu filho chegou a ver a cama toda remexida e as minhas coisas espalhadas após a empregada ter ido embora há umas 2 horas.

Cheguei de estar fora em trabalho e tinha as minhas coisas mexidas apesar de fechar o quarto à chave.

A invasão do meu espaço não perdoo mesmo.

Beijinhos,

Lili.
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RD
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RD

Feminino
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A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 Vide
MensagemAssunto: Re: A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 EmptySáb Ago 02, 2008 8:28 pm

Como sabem tenho um bébé de 11 meses fruto de uma relação após o meu divórcio. O pai do meu filho decidiu voltar outra vez para a ex dele.
Já fui madrasta e nunca interferi no que o pai decidia ou ralhava com eles mas depois à parte sem que eles ouvissem dava a minha opinião. Sempre fui amiga deles e gostavam muito de mim.
Hoje já não os vejo tanto, mas faço questão de nunca perder o contacto com eles, e as saudades são muitas.
Agora estou do outro lado, ele leva-me o meu filhote e felizmente consegui (não me perguntem como Smile dar-me bem com a mulher dele e trocamos mensagens sobre o que lhe dou de comer, se ele está bem se os filhos deles estão bem. Já me ficou com ele porque eu não tinha ninguém e o pai não estava cá. Enfim, consigo aos poucos meter na minha cabeça que mãe há só uma e que ele nunca irá deixar de gostar de mim. Mas é muito complicado, principalmente porque existe melhores condições financeiras do lado do pai e ás vezes passa-me pela cabeça que inocentemente ele um dia prefira o pai e a madrasta porque têm melhores coisas na casa deles do que na minha Rolling Eyes
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Madrasta
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Madrasta

Feminino
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A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 Vide
MensagemAssunto: Re: A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 EmptyDom Ago 03, 2008 2:49 pm

Lili,
lamento a dor que o teu ex marido te causou. Imagino que seja difícil de esquecer e ultrapassar.
O meu marido nunca traiu a ex, nem comigo nem com ninguém, quando o conheci ele já estava separado, e mesmo assim ela me culpa da separação.

RD,
é disso que falo. Há coisas a falar sobre os filhos/enteados que tanto podem ser faladas entre pai e mãe como entre madrasta e mãe, depende das circunstâncias, da situação em si.
Gostava que a mãe dos meus enteados tivesse a tua clareza de ideias.

beijos
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HAVM
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Masculino
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MensagemAssunto: Re: A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 EmptyDom Ago 03, 2008 3:24 pm

Como já tive oportunidade de escrever num outro tópico a mulher é a maior fonte de coesão no lar. Assim, a madrasta [a boa madrasta] pode influenciar o pai no sentido de aumentar o interesse do pai na vida dos filhos, de forma a que este se torne um pai presente. Por outro lado, as madrastas com um carácter duvidoso fazem o inverso, envenenam os filhos contra o pai e vice-versa, hostilizam a criança.

Falou-se aqui na interferência que a madrasta tem na educação dos filhos, nomeadamente a RD deu o seu exemplo pessoal. Para eu entender uma outro perspectiva [a padrasto vs filhos na visão da mãe] vou fazer algumas questões:


  • Como deverá se posicionar na educação dos filhos e que tipo de relação deverá estabelecer com estes?


  • Como acham que o vosso eventual namorado/marido deverá tratar os vossos filhos? O que esperam da relação padrasto/filho?


Boa semana para todos

Abraço
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LECUNGA
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LECUNGA

Feminino
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MensagemAssunto: Re: A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 EmptySeg Ago 04, 2008 2:33 am

study study
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RD
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RD

Feminino
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A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 Vide
MensagemAssunto: Re: A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 EmptySeg Ago 04, 2008 5:31 am

Ola HAVM

Depois do meu divórcio já vivi com outra pessoa que supostamente era o padastro da minha filha.
Deixei-o sempre influenciar na educação da minha filha, visto que eles os dois se adoravam. Começaram por jogar, brincar (ela tinha 10 anos na altura) iamos sair, passear e aos poucos e poucos ele também ralhava quando tinha de ralhar ou então dizia-me o que ela tinha feito deixando o "castigo" para mim.
Ela nunca lhe faltou ao respeito e sempre o viu como um segundo pai, porque era a pessoa que fazia a mãe dela feliz.

Sinceramente o que eu espero de um padastro será tal e qual o que espero do pai verdadeiro, porque se uma pessoa nos ama incondicionalmente também terá de amar os nossos filhos da mesma maneira.

Não sei se te ajudei alguma coisa, mas espero que sim Very Happy

Beijinhos
RD
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LECUNGA
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LECUNGA

Feminino
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A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 Vide
MensagemAssunto: Re: A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 EmptySex Ago 22, 2008 2:28 am

"Sinceramente o que eu espero de um padastro será
tal e qual o que espero do pai verdadeiro, porque se uma pessoa nos ama
incondicionalmente também terá de amar os nossos filhos da mesma
maneira." RD







flower flower
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mimi
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Feminino
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A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 Vide
MensagemAssunto: Re: A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 EmptyTer Set 09, 2008 10:19 am

Hoje sou mae!
A experiencia que a minha filhota teve com a namorada do pai não foi nada de positivo.
A miuda gostou logo dela, até porque lhe prometeram irmãos, coisa que ela muito deseja, mas com o tempo tornou-se um empecilho e além de cara feia chegou a chamar estupida á miuda.
Só alguem sem classificação faria isto a uma criança. Ela contou ao pai e o namoro entretanto acabou, a minha filha acabou por me confessar tudo isto e que pensava que era culpada do fim do namoro....
Passados alguns meses já existe nova namorada, e esta já tem uma filha, só espero que desta vez tudo corra bem....porque no fim quem sofre sempre é a minha filha!
Amanhã posso vir a ser madrasta, não sei como me vou comportar, mas espero conseguir ser amiga!
Não pretendo ocupar o lugar de ninguem, mas se dividir o meu espaço com alguem todos os dias teremos que ter regras!
Fundamental para a boa convivençia!
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Mar
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Mar

Feminino
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Data de inscrição : 27/06/2008

A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 Vide
MensagemAssunto: Re: A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 EmptyTer Set 09, 2008 12:25 pm

É tão fácil amar uma criança... I love you I love you
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LECUNGA
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LECUNGA

Feminino
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Data de inscrição : 10/07/2008

A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 Vide
MensagemAssunto: Re: A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 EmptyQua Set 10, 2008 4:12 am

sunny sunny
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marisa



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A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 Vide
MensagemAssunto: a madrasta que não é má.... A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 EmptyTer Out 21, 2008 2:23 pm

A madrasta que não é má...






Quando iniciei a minha relação com o Paulo, ele tinha duas filhas de um relacionamento anterior, a Patrícia de 8 e a Beatriz de 7 anos. No dia que as conheci, receberam-me com um sorriso rasgado! Guardo esse momento na minha memória para sempre... Aquele sorriso vindo do lado de dentro delas fez-me quebrar todas as minhas defesas. “- São lindas! - lembro-me ter pensado. Fiquei completamente rendida aos seus encantos. Há medida que as ía conhecendo melhor, mais me fascinavam. Eram bonitas, inteligentes, dóceis e educadas. E eu comecei a apaixonar-me por elas. Senti claramente que as ía amar para sempre! Era simplesmente impossível resistir-lhes, como foi impossível também manter as minhas defesas e não deixar de me envolver com elas. Não que o tivesse estipulado de alguma forma tácita e racional, pois ao pensar constituir familia com o pai delas deveria preocupar-me com elas também, mas mesmo que o quisesse não o conseguiria e comecei-me a entregar de coração a duas completas desconhecidas



Passado pouco mais de um ano de namoro com o Paulo, decidimos viver juntos. E com isso passaria a conviver com elas praticamente todos os dias. Esta ideia tinha tanto de actrativo como de assustador, confesso. Mas resolvi ir em frente. Nunca gostei de virar costas a um grande desafio. Tive receios, como ainda hoje tenho. Conviver com as meninas num regime proximo de um de guarda repartida, implicaria um contacto estreito com a mãe das meninas, a ex do Paulo; com os avos maternos, amigos e todo um conjunto de pessoas que faziam parte do mundo delas e que para mim representava o “pisar” terrenos desconhecidos!



Quando decidimos viver juntos eu ainda não conhecia muito bem as meninas e nem elas me conheciam a mim e a “imposição”de convivência diária poderia criar atritos e conflitos que eu não me sabia a altura de os ultrapassar. Os nossos caracteres, personalidades e educação eram diferentes e não tinhamos laços familiares, afectivos ou uma historia de vida comum, como se passa na outras familiais ditas “regulares” ou “normais”, que servisse para amenizar os problemas.



Mas esta “imposição” foi só exterior, da minha parte, e sinto que delas também, pois do lado de dentro de nós houve um consentimento mútuo. Foi como se do lado de dentro de nós, tivessemos entrado em acordo, mesmo sem termos proferido uma única palavra. Não sei se em sonhos, ou num dos momento em que rimos a bandeiras despregadas, ou talvez numa outra qualquer altura em que nos entrelaçamos num abraço sincero e adormecemos no conforto umas das outras. Não sei ao certo precisar, mas houve decerto um qualquer momento, em que houve um consentimento colectivo, do lado de dentro de todos nós, em viver todos juntos como uma grande familia.



É obvio que nem tudo foi pacífico. Todas temos personalidades muito vincadas e apesar deste consentimento interior e informal, todas impusemos os nossos limites. Mas até aí, quandos nos chateavamos, ralhavamos, fazíamos birras ou nos aleanavamos para mostrar o nosso descontentamento, até aí, nunca fazemos sentir ao outro lado que não gostavamos de estar juntos.



O meu amor por elas foi crescendo de tal forma que hoje muito dificilmente consigo ver a minha vida sem as minhas “meninas”. Que me desculpe a mãe delas, porque eu não quero, nem posso substituir o lugar fulcral que ela ocupa nas suas vidas. Mas é-me já de todo imposível não as sentir um pouco minhas, também.



Reparto o meu amor de mãe, por elas e pelo meu filho da mesma forma. Não sei se dou mais beijos a ele do que a elas ou se dispenso mais tempo e cuidados com ele do que com elas. É dificil contabilizar isso porque o Tomás ainda é um bebé e necessita de todo um conjunto de atenções directas. Para além disso o Tomás está a tempo inteiro connosco ao passo que ela estam medade do tempo com a mãe. Mas sei que quando estamos todos juntos, trato-os por igual.



Trato-os todos por igual dentro das suas especificidades de caracter, porque acredito que tratar por igual não é fazer tábua rasa das suas personalidades e contabilizar o milímetro o que fazemos por forma a obter um quoeficiente, que corresponderá ao cunhão a que cada um terá direito. É obvio que terá sempre que haver um critério de justiça, mas sempre na base da qualidade e não tanto de quantidade. Mas não me vou querer alongar muito aqui sobre este assunto de igualdade e de justiça, dado que isso será abordado em outra estória.



Voltando ao assunto desta estória e mantendo uma linha condutora (ou melhor dizendo alguma linha condutora, dado que este assuntos estão todos interligados entre si,) eu sei que tratos as minhas crianças por igual, porque é o que eu sinto. É o que eu sinto quando lhes dou o beijo de boa noite, quando não consigo adormecer sem ter a certeza que estão todos bem aconchegados, quando me aproximo deles, sinto o seu cheiro e o meu coração a fica quente. Quando lhes dou um beijo na testa com o forte desejo que tenham uma noite descansada. É com a mesma intensidade, com o mesmo carinho, o mesmo sentimento. E quando os repreendo ou os chamo à atenção, faço-o com as mesmas crênças, a mesma veemência e com o mesmo amor.



Digo tudo isto, porque quero estabelecer um interlúdio ao acontecimento que me tomou por assalto no outro dia.



Na tentativa de defenir papeis (assunto que também será abordado, mais à frente numa estória), a Beatriz, que é a mais extrovertida, confrontou-me, preocupada, com a seguinte questão: “-oh, marisa, o que és tu a mim? És minha madrasta, não é? Mas eu quero chamar-te Maí... (não, não é um erro ortográfico. Maí, foi a primeira tentativa do Tomás para dizer o meu nome, marisa.) E a Beatriz continou o seu discurso dizendo: “ – eu não quero chamar-te madrasta. Madrasta é feio...”



“Madrasta é feio!... ?” Pensei. Pode até ser que a fonética da palavra nem seja das mais felizes, mas aquele “madrasta é feio” que a Beatriz dizia encerrava outro significado muito mais abrangente. De tal forma abrangente, que até a mim, adulta, racional e com capacidades de sublimar o meu inconsciente, me fazia alguma confusão. Eu sabia que era madrasta dela, mas também não me sentia muito confortável com a dita expressão.



O que a Beatriz queria dizer daquela forma espontânea e directa era simplementes que a palavra madrasta estava carregada de uma simbologia negativa que ela não queria ver associada a mim. Simbologia que pertence a estórias infantis, como da gata borralheira, ou à cinderela, entre outras; significância que se extrai de alguns acontecimentos verídicos infelizes onde existem crianças maltratadas por madrastas e padrastos; simbologia que se pode até extrair das nossas conversas quotidianas, onde a conotação negativa gravada no nosso próprio inconsciente, mesmo que não seja expressa verbalmente, em palavras, porque são crivadas pelo nosso super-ego, traduz-se num conjunto de sinais, de comunicação não verbal que acaba por colorir o nosso discurso. Alheios a isso todos nós somos um pouco proporsores dessa simbologia negativista que recobre a palavra madrasta. Mesmo eu, que estou ciente disso, deixo-me reprimir pelo meu inconsciente marcado com a repressão dessas estórias, dessa simbologia e não gosto da ideia que as mnhas meninas me possam chamar madrasta.



Sinto-me surpreendida com a ligação afectiva que me prende às meninas e mesmo assim... ou quem sabe, talvez por isso, não me reconheco no papel de madrasta.



Nao me espio demasiado porque encaro a minha condição humana com alguma naturalidade e considero que não há nada mais dificil do que mudar mentalidade, tenho uma calma aparente. Porque acredito que demorá, com certeza, mas chegaremos à mudança.



No entanto, e enquanto emprego tempo e esforço para interiorizar esta nova mentalidade dentro de mim, apetece-me gBeatrizr ao mundo: Ok, eu posso até ser a madrasta das minhas meninas... mas sou uma madrasta que não é má!



E esse mundo que me poderá ouvir, constituído de pessoas, que intergirem e socializam com crianças que poderão ter uma madrasta que não é má ou um padrasto que não é mau, é importante que se despojem da conotação da palavra “madrasta” e não deixem essa simbologia negativa trespassar para o universo intelectual ou emocional das crianças. Deveremos ter consciência de que a conotação que damos às palavras, sobretudo quando falamos de alguém muito próximo, é algo que todos nós somos sensíveis, e em especial as crianças. Estas, por vezes alheias à totalidade dos vocábulos do nosso código linguístico, baseiam as suas pequenas elacções na observação dos pequenos gestos, tons de voz, agitação e nervosismo que podem fazer parte integrante da conversação e que, quase por ironia, provem do nosso inconsciente e são-nos imposíveis de controlar.



“-Mas eu não disse nada de mal!” Podemos por vezes afirmar com convicção, quando na verdade toda a comunicaçao não verbal, fugida do nosso controlo consciente, transmitiu claramente o nosso posicionamento afectivo em relação a um determinado assunto.



Por isso madrastas, padrastos, pais, avós, educadores e todos os demais influentes da constituição de uma nova mentalidade, é importante que se faça um esforço para deixar cair preconceitos e ideias pré-formuladas, e caso seja de todo impossivel recuperar a simbologia ancestral da palavra madrasta, do latim, que significa em lugar de mãe vamos acreditar que existem muitas madrastas que tal como eu amam as suas crianças, como se elas fossem um pouco suas, também.



Por toda a parte haverá madrastas que não são más... o meu bem haja a todas elas.
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SA
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Feminino
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Data de inscrição : 16/06/2008

A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 Vide
MensagemAssunto: Re: A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 EmptyTer Out 21, 2008 2:30 pm

Muitos parabéns por este testemunho lindo, íntegro e generoso.
Felicidades!
SA flower
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AISHA
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AISHA

Feminino
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A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 Vide
MensagemAssunto: Re: A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 EmptySex Out 24, 2008 8:14 am

Realmente as palavras madrasta e padrasto teem uma conotação negativa, eu não sou madrasta, mas penso que madrastas como tu deveriam de ser chamadas de "mães de coração", não és biológica mas és de coração que é o que conta.

Felicidades
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LECUNGA
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LECUNGA

Feminino
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Data de inscrição : 10/07/2008

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MensagemAssunto: Re: A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 EmptySáb Out 25, 2008 8:13 am

flower flower
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Laine
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Laine

Feminino
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Data de inscrição : 29/10/2008

A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 Vide
MensagemAssunto: Re: A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 EmptyQua Out 29, 2008 8:17 am

Marisa

O que voce escreveu sobre sua ligação com as entiadas, me desenhou.
Eu tenho duas filha, uma meu sangue e outra meu coração.
Não consigo trata-las diferente, e pela minha entiada, sou amada, sou acarinhada, como tratar mal, quem nos faz tanto bem, nos tras tanta alegria...
O que a Aisha disse tambem é verdade, a Teté (minha entiada) detesta quando eu falo que sou madrasta, ela diz, você é minha mãe tortinha, mas eu te chamo de tia porque tenho mãe.
Quer coisa mais maravilhosa que isso???
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MensagemAssunto: Re: A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? A Madrasta pode ajudar na relação pai/filhos? - Página 2 Empty

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