E quando é que um pai deve desistir de um filho?

E quando é que um pai deve desistir de um filho?
A resposta óbvia é nunca... a educação que os nossos pais nos deram ensina-nos que isso é impensável, mas se a sociedade e a justiça por serem retrógradas e ainda verem as mães como donas dos filhos, nos tiram as armas para lutar, que fazemos?
Lutamos com o coração, com o amor que temos pelos nossos filhos!
Mas e se no nosso coração não houver desse amor, forte, que vence tudo, porque não houve forma de o deixar nascer e crescer.
Filho é aquele que é do nosso sangue ou aquele que criámos?
Deixo-vos aqui a história resumida do meu marido:
Quando a filha foi concebida já não estava com a mãe da menina, a relação tinha terminado uns meses antes, o que implicou que a gravidez não fosse desejada por parte dele, apesar disso depois de se habituar à ideia decidiu fazer parte da vida da filha da forma que fosse possivel, tendo em conta a situação. E assim foi fazendo, apesar de estar a trabalhar no estrangeiro decidiu voltar para Portugal para acompanhar o crescimento da filha, isso aconteceu quando ela tinha 3 meses, antes disso só a tinha visto quando nasceu.
Até aos seis meses via a filha de 15 em 15 dias, quando vinha a Lisboa, vivia no Porto na altura, durante umas horas sempre com a presença da mãe.
Quando a menina tinha seis meses pediu à mãe para passar uma manhã sozinho com ela, foi-lhe negado esse direito. A mãe dizia que ele só podia estar com a filha na presença dela porque não sabia com quem ele estaria e não queria por a filha em risco, e exigiu que as visitas passassem a ser na sua casa. Esta mãe foi a mesma que engravidou e decidiu ter um filho de um homem que já sabia não gostar e não desejar ficar com ela.
O Pai não aceitou, e decidiu partir para um acordo de regulação paternal, que até à altura por negligencia não tinha sido feito. Não foi fácil chegarem a um consenso porque a mãe entre outros disparates só queria que a bébé começasse a dormir na casa do pai com 4 anos. Ao fim de 3 meses de discussão ficou definido que a partir do ano e meio a menina começaria a passar o fds com o pai de 15 em 15 dias, até ao ano e meio até lá o pai estaria com a filha 6 horas de 15 em 15 dias. Ridiculo!! Durante os 3 meses que demorou para a audiencia o pai só viu a filha 2 ou 3 vezes.
Até ao ano e meio aquele pai nunca beijou a filha ao deitar, nunca lhe deu banho, nunca lhe vestiu o pijama, nunca presenciou a sua boa disposição matinal.
Este pai não presenciou o primeiro sorriso, os primeiros passos, as primeira palavras, tão pouco teve conhecimento deles. Este pai não decidiu o nome da filha, o colégio em que estudaria, qual o médico que deveria ir, quase nunca foi consultado ou informado das decisões mais ou menos importantes da sua vida...
Efectivamente não foi pai.
A partir do ano e meio, o pai e a filha começaram a criar um laço, sempre com a mãe a criar problemas, sempre com discussões mensais, ora por dinheiro, ora porque a mãe não queria que a filha ficasse mais um dia no Porto. Com 2 anos e meio a criança começou a dizer que não gostava do pai, ensinaram-lhe a dizer o seu nome omitindo o pronome do pai, parecia infeliz quando estava conosco, nunca a tratámos mal, muito pelo contrário até poucos meses antes gostava do pai e imenso de mim. No meu entender começou a ser manipulada.
O desgaste é imenso, a revolta também, estamos cansados, queremos paz, no limite já nem sabemos se não será o melhor para todos, até para a miuda, que tão pequena e já não quer estar conosco. Queremos criar a nossa filha, entretanto tivémos um bébé, sem estar no meio desta guerra. A decisão é dele, mas já não sou capaz de lhe dizer para lutar, como sempre fiz. Mas sinto-me culpada e sei que ele também porque como já disse os nossos pais nos ensinaram que não se desiste de um filho. Porque a minha filha tem uma irmã e um dia vai saber disso e perguntar-me por ela. Que lhe direi?

A minha opinião sobre - "Quando é que um pai deve desistir de um filho?" é

NUNCA

Por mais díficil que seja a luta.. por mais sinuoso que seja o caminho...
Ponto final.. parágrafo...

smendes, tenho um problema da mesma esfera, mas absolutamente diferente.
Tocam-me este tipo de temas mas devo abster-me de fazer comentários.

Mas quero deixar-lhe uma esperança... tudo se resolve... dizem... e aqui vai encontrar uma serie de opiniões diversificadas... espero que se sinta apoiada.

Pois é.

É o Mal de muita Gente usam os Filhos para atingir os Outros.
Queria mais Provas que o Pai deu para poder acompanhar o crescimento da Filha?

Cobardia completa.

Só não são cobardes é para pedir a compensação monetária ai falam e experneiam logo.

É muito triste ver estas coisas.

Cya
JC

Desculpem a forma que vou dizer, mas acho que o que falta cá, são juizes com eles no sitio.
Isto não acontecia.
:S

Espero é que ele nunca desista da filha, nunca desista de ser pai. Porque um dia ela vai perceber. E vai ver que o pai fez o melhor por ela....

smendes, os meus pais separaram-se quando eu tinha 1 ano. Com 3 anos não o reconhecia e tinha medo dele. Era um estranho para mim e rejeitava-o. Ele afastou-se!!
Só vi o meu pai uma vez na vida e de longe, indicado pala minha mãe, que o reconheceu e me disse: "aquele é o teu pai".
Hoje, não sei se foi o meu pai que desistiu de mim se a minha mãe! Para mim (que também sou mãe) uma mãe deve tentar promover o mais possível o contacto com os filhos, se essa for a vontade do pai. E eu acho que na altura ela fez o que achou melhor para ela: "guardar-me" só para ela!
E o que me leva a pensar assim é o facto de ter outra irmã, de quem o meu pai também se separou da mãe dela ainda cedo e tem uma relação excelente com essa filha, acompanhou-a sempre ao longo da vida e ajudou-a em tudo que pôde!!
O que fez a diferença entre nós duas?? Secalhar as mães!!
No vosso caso a menina ainda não pode escolher, tem de estar com pai e acabou, ela ainda é muito pequena para entender a manipulação a que está sujeita, mas ela vai crescer e daqui a nada ela mesma tirará as suas próprias ilações e irá agradecer o facto do pai não ter desistido dela!!

Topázio escreveu:

A minha opinião sobre - "Quando é que um pai deve desistir de um filho?" é

NUNCA

Por mais díficil que seja a luta.. por mais sinuoso que seja o caminho...
Ponto final.. parágrafo...

Subscrevo.....

Concordo com o Topázio e com o MartinsR: Nunca se desiste dum filho.

A verdadeira questão é: como se continua a lutar pelo filho, se começa a ser mais doloroso para a criança estar com o pai do que sem ele?

Smendes, conheço as dúvidas que vos atormentam. As lutas constantes com a mãe da criança, a luta quinzenal para ver a filha, a frustração das tentativas falhadas, que se reflete também na vida do casal e do novo bebé. Não desistam. Se a menina não quer estar com o pai, o pai que se faça presente na vida da filha, nem que seja por carta, pequenas lembranças, através da escola, etc. A menina não vai ter 3 anos para sempre, vai crescer, e um dia vai perceber que o pai lutou, de diversas formas, umas vezes mais afincadamente, outras vezes de uma forma mais discreta, porque a paz também é necessária nas nossas vidas, mas lutou.

Bjs

Smendes continuem a lutar, não apenas o pai mas tu também pois fazer parte da vida do pai.

As crianças são muito espertas, quando for mais crecida ela vai entender e sentir e reconhecer quem gosta dela e quem lhe quer bem.

O pai será sempre pai para toda a vida, sangue do mesmo sangue e um dia mais tarde ela vai saber agradeçer o não afastamento.
Claro que esta situação não é uma situação agradável, sei o que é isso de fazer a cabeça da criança contra a nossa vontade.
Mas acima de tudo pensem na felicidade dessa criança, o afantamento não seria bom para ninguém nem pai nem filha, apenas seria bom para cumprir um capricho dessa mãe com uma estranha forma de amar.

Olá,
Obrigada a todos pela vossa opinião, acho que é unanime!! [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]
O que não é de todo surpreendente... a decisão não é minha, é do Pai, mas claro que influencio. Acho que tenho influenciado pela positiva, neste momento não consigo, digo apenas para ele fazer o que quiser que eu vou aceitar, talvez seja só uma fase, daqui a uns tempos talvez volte ao meu optimismo ingénuo de acreditar que tudo se resolve pelo melhor. Não sei!

Analu, obrigada pela tua história, é muito parecida com a da minha enteada. Uma das coisas que me atormentam é que um dia para esta criança perceber que o pai não é mau, terá que ver que a mãe não é perfeita. Enfim...

O futuro o dirá.

smendes e quem é perfeito?? [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem] e nem sequer era preciso isso para eu saber quais os defeitos dela...

pois, ninguém... mas daquilo que eu tenho percebido, sendo ela tão pequenina, a minha enteada tem uma sensibilidade muito grande, o que faz dela também uma miuda muito inteligente... não sei se será bom ou mau.

3 anos são sempre 3 anos, independentemente da inteligência dela...
Precisa de tudo o que as outras crianças precisam: amor e segurança!

Pai é para toda a vida!!!
O meu esteve ausente, e eu senti a sua falta, foi um vazio...
quando ele quiz conhecer os netos e aproximar-se, já eu "estava longe"
de querer essa aproximação...
Eu perdi... mas ele perdeu muito mais.

Um pai tem a obrigação de estar SEMPRE presente, pai é isso mesmo,
companheirismo, dedicação, preocupação, cumplicidade, se isso não
fôr dado a um filho por muito dificil que seja chegar a ele, mais tarde
ele vai sentir na pele o não ter estado à altura!!!

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Olá Mite95,
o Pai não está sempre presente porque não pode, a ultima vez que o Pai a foi buscar a mãe disse que ela é que decidia e não trouxe a menina ao Pai, eu pela primeira vez, tentei falar com ela se a podia ir buscar, e ela desligou-me o telefone. Entretanto o Pai viu a filha no dia do Pai porque foi ao infantário. A miuda nem reagiu bem nem mal, reagiu com indiferença.
O Pai ao longo de 3 anos tem lutado, lutado, lutado. E eu lutado ao lado dele.
As Mães também têm que lutar para que os Pais mantenham uma relação com os filhos, mas à Maes que fazem exactamente o oposto.
E depois à filhos que porque passam 26dias em 30 com a Mãe e porque as mães lhes fazem a cabeça, acabam por acreditar que os Pais não prestam. Cada história é uma história, esta é a minha, a do meu marido e a da minha filha.
Em relação à minha enteada acredito que se o Pai desaparecer terá sempre um vazio na vida dela, tenho pena, porque também gosto dela, mas isso 1º que tudo devia ser uma preocupação da mãe, mas não é.
Que o Pai vai perder sei que sim, vi isso estampado no seu rosto ao longo destes 3 anos. Aprendemos a viver com os azares que a vida nos trás, ganhamos defesas, aquilo que um dia nos partiu por dentro, um dia torna-se suportável, quase que nos esquecemos, fazemos aquilo que achamos melhor, seguimos o caminho mais fácil, desistimos...
à dias que estamos mais optimistas que outros, hoje estou num daqueles dias não...

Madrasta escreveu:

... se começa a ser mais doloroso para a criança estar com o pai do que sem ele?

Esta é a verdadeira questão e a minha luta!!
Se não fosse eu a incentivar "forçar" um pouco não iam com o pai e pior é que o pai não ia lutar pelo contrario.

por ex. Quando o pai lhe obriga a tirar uma t-shirt, que lhe comprou! sob ameaça de ela não sair com ele, porque é de pobretanas, isto entre outras coisas não é fácil ...

olá SMendes

É muito triste que hajam mães assim, como também existem pais assim , que querendo vingar-se nos ex's utilizem os filhos.

O importante é a pessoa lutar até ao limite pelo que quer, depois são as circunstâncias e essas muitas vezes não são como queríamos, aí resta
a certeza que se tentou TUDO até à exaustão , pelo menos a consciência
fica descansada , dou-te tbm os parabéns por o ajudares nessa tentativa de aproximação a isso dou o nome de verdadeiro COMPANHEIRISMO.

Bjinhos
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Mité! [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem] De volta!!!!!!!!!!!!!!

Que saudades de te ler! Confesso ainda que te releio sempre que os meus dias são mais cinzentos e o teu solinho conforta-me muitas, taaaaaaaantas vezes!!!!!!!!!!!!

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Bjo
BG

Minha querida BG [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Que contente fico com as tuas palavras, nem imaginas!!
Sabes que existem seres humanos que sabem dizer coisas lindas que nos fortificam insentivam e nos põe felizes...

Tu conseguiste-o em absoluto, obrigada, só por isso vou tentar vir aqui
muitas vezes...

Bjos bons amiga, fica bem!!! [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Olá Mité,
obrigada pelas palavras.
As questões são:
O que queremos? Queremos Paz para nós e para a nossa enteada, queremos viver com uma familia, não a tradicional, mas a que temos, queremos que ela seja feliz conosco, queremos que seja um prazer para nós ela entrar na nossa casa. Quantas vezes o conseguimos nestes tres anos, raramente... é sempre um problema atrás de outro
Onde é o limite? Atingimos-o à pouco tempo, mas daí surgiu a pergunta... Lutámos o suficiente? Acho que não... mas forças onde as vamos buscar? Ao tal amor que o Pai devia sentir, mas que lhe foi atrofiando no coração.
E a nossa consciencia? Sabes eu tenho um grave problema de ser muito auto-critica, acho que podia ter feito mais, já me disseram que muitas no meu lugar tinham mandado passear o Pai, a mãe e a enteada, logo no inicio. Sei que tratei aquela miuda sempre bem, não como se fosse minha filha, mas como se fosse minha sobrinha... podem-me pedir mais?

Olá Smendes

Eu penso que todas as lutas atingem limites, penso que o teu papel é estares de facto ao pé dele nesta luta, mas não mais do que a conta, e que ele só poderá lutar até sentir que algo pode fazer, o importante é ele ir vendo a menina nem que seja no infantário, tentar o mais possível mostrar que existe.

Existe realmente um problema na vossa vida, mas existe tbm a vossa vida
os anos passam e os miúdos crescem se ele fôr mostrando que está lá que não pode estar mais porque não o deixam , pode ser que um dia ela perceba que afinal há um pai interessado nela, muitas vezes penso que isso acontece com a chegada da adolescência.

Uma coisa é a vossa vida a vossa família e outra aquilo que é possivel construir com a filha que ele tem, e isso, não pode ser o centro da vossa existência senão os anos passam e a vossa relação desgasta-se e não
é vivida com a intensidade que qualquer relação necessita...

Tu tens provado que estás lá, que mais podes fazer... e ele tem que dar tempo ao tempo.

O meu pai esteve ausente. não me procurava, e ao longo do meu crescimento eu fui vendo isso avaliando tentei a aproximação mas ele
não estava tão interessado assim.

Mas penso, que se como no caso do teu marido, o meu pai tivesse aparecido mostrado que estava lá, tudo teria sido diferente, porque as
pessoas interferem na nossa cabeça até um dia, o dia em que começamos a questionar-nos dos porquês.

Isto é apenas a minha opinião, desculpa se de alguma forma te confundi
porque da mesma forma que um pai tem que lutar por um filho, a mãe também deve de o fazer, e afastar uma filha do pai, só porque lhe apetece sem pensar nas necessidades da filha revela muito de egoísmo e pouco de maternal...

Bjos [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Não me confundiste, acho que todos deviamos ter o bom senso que aqui descreves. A ver vamos, pode ser que o tempo seja um bom conselheiro, pode ser que um dia se possa remediar a montanha de erros e decisões erradas. Obrigada mais uma vez [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

Aqui à tempos li que prevê-se que nesta geração 1 em cada 6 crianças Portuguesas vão crescer sem conhecerem o Pai.

Sei hoje que a minha enteada fará parte desta estatistica. O Pai desistiu, a mãe nunca lutou.

Cada um terá a sua história, esta será a do nosso país.

Smendes o teu companheiro que defenda os direitos dele de visita com a lei. A menina ainda não tem vontade própria, tem de ir e pronto. E um dia ela acabará por agradecer tudo isso. Quando o entendimento dela o permitir.
Caso contrário não adiantará ele dizer um dia que apenas cedeu às vontades da mãe dela! Ela não entenderá que ele não tenha feito prevalecer a vontade dele, os direitos dele sobre ela!!

Concordo com a Analu... Acho que ele está a ir por um caminho que nada de bom vai trazer á menina e a ele.... E um dia ira arrepender-se...