Um sorriso no meio de tanta tristeza e revolta

O pai do meu filho de vez em quando lembra-se de o ir buscar. Pelo menos 1 vez por semana vai... ultimamente e por causa duma discussão feia entre nós, ele já não via o menino há quase 3 semanas.

Hoje foi buscá-lo à creche.

À hora que lhe pedi veio entregá-lo, nunca falhou neste ponto, o meu filho vinha eufórico, o pai fez-lhe um penteado com gel e o menino só dizia que foi o pai, foi o pai... Eu a fazer o jantar e ele lá na língua dele, que só tem 2 anos: bola à pai, bola chuto pai...

Estava tão feliz!!!

Não consegui segurar a lágrima... ela caiu e o meu menino perguntou: que foi... eu só lhe respondi: a mamã e o papá gostam muito de ti!

Isso é muito muito bom.

Apesar de tudo, basta os nossos filhos estarem bem e contentes para nós também o estarmos

Ola Xela,
Que bom que é a criança fora do conflito.
Que venham muitos momentos desses...
Um abraço

Citação :

Por vezes é preciso fazer das tripas coração e dizer bem do pai ao filho.
Dizer mal é que nunca.

Tounessa, e depois o que acontece quando levamos a vida inteira a esconder dos filhos aquilo que realmente o pai é?? Passamos a vida a esconder os seus erros e a desculpabiliza-los???

A minha filha mais velha tem apensas seis anos. Eu fui uma das mães que nunca lhe quis dizer mal do pai... sempre desculpabilizei as falhas dele... as coisas chegaram ao ponto em que elas ja não o vêm ha dois anos... Primeiro porque ele desapareceu... e depois porque eu impedi... E não foi por ressentimentos e raivas... Foi pela segurança das minhas filhas, pelo seu bem estar fisico e psicologico... Existem processo em tribunal e muito dificilmente eu perderei esta causa.


O problema é que agora a minha filha não entende porque não vê o super pai que eu lhe fiz crer que ela tinha??? Como é que agora lhe vou dizer que aquelas vezes que ele não foi busca-la não era porque estava a trabalhar, era simplesmete porque não lhe apetecia.... Como lhe explico que ele, sim apareceu à procura delas, mas o que queria realmente era destabilizar a minha actual relação e atingir-me de qualquer forma??? Como lhe explico que afinal ele não foi trabalhar para muito longe, e estava ali a cinco minutos da nossa casa, não aparecia porque não queria??? como lhe explico que afinal o pai não tem apenas dificuldades financeira... que ele não quer é trablhar?? como lhe explico que ele não lhes dava banho nem refeições decentes porque estava sempre drogado???

Complicado não??? Cheguei ao ponto de não saber o que dizer... de tal forma que não consigo falar com ela soubre isso... A criança sentiu isso e tambem deixou de falar... Contudo sinto que ela precisa entender, mas o que lhe vou dizer?? Que sempre lhe menti??? Que o pai dela não vale nada???

O meu filho não entende o porquê da separação e acho que nem entende que estamos separados.
Gostava que sempre se desse bem com o pai...

MAS... no dia que o meu filho me perguntar o porquê da separação e se tiver idade para o entender contarei toda a verdade!

Não é falar mal do pai, mas quero que ele saiba o porquê de tudo...

Pois...o pior é que a linha entre o contar a verdade e falar mal do pai é muito ténue!!!

A realidade é que nenhum de nós sabe exactamente qual a melhor atitude, mas penso que vamos tentando fazer o melhor que podemos, sempre a pensar no melhor para os nossos filhos.

Até lá, se alguém tiver a solução milagrosa, por favor que a partilhe com os restantes

Eu acho que nem é muito relevante eles saberem a historia da relação dos pais... Acho que isso são cosias de adultos e mesmo quando eles são mais cresciditos, não devem ser metidos no meio dessas coisas, até porque cada um dos lados terá a sua versão... e não gostaria de correr o risco de por uma das minhas filhas numa situação em que se sentissem obrigadas a tomar partido de alguem...

O mais grave para mim, são mesmo as questões que dizem respeito aos filhos directamente... As atitudes que se tem com eles, perante deles, em nome deles...

Sei a que te referes alice.rosa,

Nos últimos dias o meu filhote tem falado muito do pai e faz com que o meu coração encolha...
Posso fazer o que fizeste e desculpabilizá-lo e depois correr o risco de passar pela situação que agora passas com a tua filha ou contar-lhe a verdade que agora não me pareça vá conseguir entender e que na verdade nem quero que entenda.

Não sei qual a melhor atitude mas será que fazer do pai um ser perfeito e sem falhas não se vai acabar por magoá-los ainda mais assim que descobrirem a verdade?

Vocês lembram-se de como viam os vossos pais em pequenas? Eu lembro-me perfeitamente de como via a minha mãe e o meu pai: eram seres perfeitos e eu adorava-os. Faz parte de determinada idade. Até desculpamos tudo o que eles nos possam fazer de menos bom.

Eu não sou perfeita e os meus filhos acham que eu o sou a melhor mãe, a pessoa mais bonita, a melhor cozinheira que a Terra alguma vez viu, a mulher mais cheirosa, ....

Sei que daqui a poucos anos eles me vão ver como eu sou, e isso é muito importante para que eles cresçam e se tornem homens e mulheres independentes. Eu vou perder a minha "aura", tal como os meus pais a perderam para mim (e eu não deixo de amar os meus pais profundamente).

Não têm que ser vocês a dizer nada de mal dos vossos ex, nem, pelo contrário, pintar os vossos ex de ouro. Não temos que ser nós a encobrir defeitos, nem a inventar virtudes. Se não há bem a falar, não falem. Acima de tudo deixem que eles experimentem o pai e a mãe que têm (claro que há excepções Alice, entendo-te!). E que cresçam e percebam que não são perfeitos. Dói? Claro que dói! Crescer dói! Mas crescer é maravilhoso.

Confirmem a cada instante o Amor que têm aos vossos filhos.... Com gestos, com palavras, com sinais, ... O resto o tempo acaba por trazer. Quem semeia amor colhe amor.

Tão bem lhes queremos, tão mal lhes fazemos.

Demasiadas vezes subestimamos a capacidade de adaptação e de compreensão das crianças e protege-mo-las do mundo e de tudo o que as possa magoar. Mas elas mais tarde ou mais cedo, terão de viver nesse mundo e quanto mais tarde tiverem de entrar nele, maior vai ser o choque e algumas nunca terão o tempo necessário para se adaptar.

Porque não se lhes conta a verdade, simplesmente a verdade ou a verdade possível? Porque não se lhes diz simplesmente que o pai e a mãe, já não são capazes de viver juntos e que como não querem andar a discutir todos os dias, preferem viver em casas separadas? Não têm de haver um vilão e um santo, culpados ou inocentes, simplesmente 2 pessoas que preferiram seguir rumos diferentes.

Se calhar, o problema não está no que dizer ou não às crianças, mas está em vocês, que de tão feridas e tão magoadas, são incapazes de falar do ex sem raiva e ficam sem saber o que dizer.

Mas a nossa primeira responsabilidade é para com as crianças, não para connosco. Se amamos os nossos filhos, temos de fazer o melhor para eles e se eles gostam do pai, por muito mau marido que tenha sido, deixem-nos crescer com o pai.

Concordo com tudo o que aqui foi dito... Mas no meu caso, o que devo fazer??

Não tenho respostas Alice. Tu és sensata, podes apenas dizer que o pai não tem condições para as vir buscar, e quando forem mais velhas, e tiverem capacidade para perceberem os verdadeiros motivos, explicas os pormenores. Elas perceberão que foram privadas do pai pela própria segurança.

Eu também não deixava ir os meus filhos com um pai que utilize drogas...

Diz que o papá está doente e quando estiver "bom" já vai poder ir buscá-las...

Tem um "dói-dói" muiiiiito grande! Mas um dia fica bom!

Eu ja disse tudo isso mas ela não entendeu.... e como é muito esperta percebe que é um assunto que me transtorna então deixou de falar nisso em casa...

Contudo tem revelado algum problemas na escola, e de integração junto de outras crianças...

Eu vivi coisas muito complicadas e ela esteve sempre presente nesses momentos... E apesar de nessa altura ela ser muito pequenina, ela ainda se lembra... E depois é muito esperta...

A ideia que ela tem neste momento é que eu não quero o pai delas por perto...Não sei o que ela pensa ao certo, mas parece-me que deve pensar que tenho medo dele ou que ele mas tire, sei lá...

À mais nova passou-lhe tudo ao lado, até porque raramente o pai esteve com ela ... e como era mais bée não se apercebeu de muita coisa... Tinha dois anos...

Agora a mais velha... é que ainda por cima ela é super parecida com ele, até no feitio... Eles sempre gostaram mt mais da mais velha, por ser muito parecida com eles, a outra era tipo ovelha negra...

Tenho andado muito preocupada com ela... fico com um aperto no coração...

Porque claro que os miudos se adaptam a tudo, mas ha coisas que marcam para sempre...
E apesar de serem as duas saudaveis, intiligentes e quem as vir diz que são super felizes... Eu noto nos olhinhos dela uma tristeza... e estou a falar de uma menina de seis anos... estou seriamente preocupada, sem saber o que fazer...

Não podes impedir marcas Alice... Eu estive separada dos meus pais um ano. De um momento para o outro fiquei numa terra diferente, numa casa diferente, sem as pessoas com quem estava habituada a estar (sem os meus irmãos e pais, sem nenhuma das pessoas que vivia comigo), sem nenhuma referência... Tinha 3 anos.

Claro que tenho marcas... Mas elas tornaram-me a mulher sensível e solidária que sou hoje.

(quem nos dera podermos proteger sempre os nossos anjinhos da dor...)

alice.rosa,

Foste tu quem falou em procurar ajuda. Se sentes que a tua menina não está bem e se não sabes qual a melhor forma de abordares o assunto, acho que o deves fazer.
E óbvio que ela já não fala contigo acerca do pai, talvez se sinta mais à vontade de falar nele com outra pessoa sem ter a preocupação de estar a magoar-te.

Todos nós necessitamos de partilhar o que sentimos...ela, apesar da idade, não é diferente.

Já agora... não suporto ouvir histórias de crianças perdidas, não consigo ver filmes em que alguém é deixado para trás (como no ET) ou uma criança se perde dos pais (como o Império do Sol).

Apesar de até já ter feito voluntariado em casas de acolhimento de crianças, isso deixa-me completamente de rastos, choro com cada história e cada olhar perdido.

Sou muito activa no voluntariado com animais abandonados. Sou incapaz de ver ou infligir sofrimento (e por isso sou vegetariana). Não sou capaz de gozar com ninguém, detesto quando alguém se ri da atrapalhação ou dor do outro. Estou sempre a oferecer-me para ajudar tudo e todos.

Marcou-me e moldou-me, como te disse, fez-me a mulher que sou hoje.

Obrigada pelos vossos conselhos...

estamos a pensar em no inicio do ano lectivo consultar uma psicologa...

O ano passado ja tinha falado disso com a medica dela, mas a medica disse que era cedo, e que ela parecia bem...

Contudo ha certas situações que me levam a crer que não esta tudo bem, e a educadora do jardim de infancia era da mesma opinião que eu... Aliás fui varias vezes chamada à escola o ano passado... a educadora dizia que ela estava sempre triste, tinha dificuldade em relacionar-se..., passava os intervalos a brincar sozinha, e so queria estar ao pe dos adultos...

Houve uma altura em que a educadora me disse que ja estava a afecta-la na aprendizagem...

Durante o ano as coisas foram melhorando, fez amigos, e gosta muito da escola... está super entusiasmada com a entrada para o 1º ano... e eu super preocupada... pelo menos ja leva alguns colegas do jardim de infancia...

Em principio neste ano lectivo tambem vai passar a ter aulas de informatica e balle a juntar à continuação das aulas de natação... `São actividades que ela adora... Espero que a ajudem a saber socializar melhor...

Quanto á psicologa tenho um bocado receio... tenho medo que piore a situação...

Mas enfim, vou esperar para ver...

Alice tenho uma amiga cuja filha assistiu desde muito pequena a discussões grandes e graves entre o pai e a mãe. A minha amiga resolveu levá-la a um psicólogo aos 4 anos. A psicóloga pediu-lhe para ela desenhar a familia dela. Ela fez um desenho com três silhuetas humanas e explicou: a silhueta muito grande era a mãe, a do meio era ela, a pequena era o irmão mais novo que ela. A psicóloga perguntou: mas falta uma pessoa, então o teu pai? Ela respondeu: o pai não é!!
Entendes!? Ela via o pai como alguém que infligia dor e sofrimento na mãe, de tal modo, não o considerava como fazendo parte da realidade dela.
E a minha amiga secalhar não teria tido a coragem de se separar senão tivesse sabido isto. E nunca o saberia senão através da psicóloga que descobriu isto através dum simples desenho.
Eles têm meios de comunicar com as crianças, que nós que não temos formação dificilmente teriamos. Além disso somos pais, deixamo-nos levar por sentimentos e emoções que nos toldam a visão real das coisas.
Ántes que tudo isso tenha consequências irreversíveis na tua menina, procura ajuda especializada, até nós que somos adultos às vezes só eles nos conseguem ajudar, quanto mais a uma criança.
Senão ela poderá ir alimentando a idéia de que tu é que a privas do pai e ir-se tornando revoltada. Poderá nunca o demonstrar em relação a ti porque és mãe e ela debater-se-á com o amor que também sente por ti, mas poderá demonstrá-lo doutras formas.
Segue o teu instinto de mãe, já percebeste que ela não está bem, é o primeiro passo.
Bjinho

xela ... para ti ... um abraço com mt força ...

Alice

A minha filha passou por uma situação idêntica à da tua, por causa da vinda dos gémeos, o que lhe retirou a maioria da atenção que tinha, devido a algumas situações tratadas com menos acerto (tenho vídeos dela a ser afastada, quando se metia no meio das brincadeiras dos irmãos), quer devido a ter nascido fora de Portugal e como foi muito nova para o infantário, revelou grandes dificuldades na aprendizagem do português, que conduziu a um isolamento. A ajudar à festa, uam má escolha de infantários em Portugal (3 no mesmo ano) tratou do resto e por volta dos 5/6 anos, o estado geral não era famoso, para dizer o mínimo, tendo feito inclusive terapia da fala.

Tivemos auxiliares dos infantários a dizer que a menina devia ser atrasada porque não aprendia a falar como os outros

Não existe nada que resolva esses problemas do dia para a noite, é um trabalho continuo ao longo dos anos, fazendo-os sentir seguros, sentirem-se amados, dar-lhes tempo e carinho, brincar com eles e dar-lhes actividades que eles gostem.

Nessa altura, comprei-lhe um cão (bem arrependido estou pelas chatices que dá, mas voltaria a fazê-lo, pelo bem que lhe fez), foi para a natação, hipismo (extraordinário o efeito que teve nela), a ida para a escola teve efeitos muitos bons ao ter um conjunto de amigas que se manteve durante os 4 anos da primária.

Deixa a miuda ir para a escola, mantêm-te atenta, muita atenta e corrige pequenos pormenores para a manter na direcção certa. Se puderes meter um dia ou 2 de férias para a acompanhar na entrada da escola, ir buscá-la à saída, levá-la a comer um gelado como prémio (qualquer coisa assim). Tudo, para a fazer sentir segura, que é o que ela precisa.

Depois, só depois, valerá a pena ou não, ir a um psiquiatra. Ninguém te vai receitar mais do que aquilo que já sabes: Toneladas de tempo, amor e carinho. Ela só precisa de se sentir segura.

A minha têm quase 12 anos e só agora me sinto seguro de que os problemas estão quase resolvidos, embora ainda precise de + 2 ou 3 anos para ficar no sitio.

Vai com calma, até porque é possível obter ajuda especializada através da escola, para crianças na situação da tua (somos do mesmo concelho). Fala com a professora dela, para a ter debaixo de olho e se necessário, encaminhar para o apoio especial. A minha teve esse apoio na 1ª classe.

Obrigada Rsilva!

Obrigada pelos conselhos justmyself...

Ela tb sente alguns ciumes da irmã mais nova... ainda por cima o ano passado estavam na mesma turma do jardim de infancia...

enquanto a mais nova entrou com 3 a fazer 4 e integrou-se logo no grupo a mais velha ficou-se para tras, e as meninas são muito crueis umas com as outras... apanharam as fraquezas dela e ainda a mandaram mais para baixo...

Tambem espero que este ano ao ficar numa turma diferente da irmã as coisas melhorem...

E tambem a medica dela falou desse tipo de ajuda especializada para dificuldades de aprendizagem...

Contudo, nesse aspecto acho que a educadora exagerou... ela esta muito bem... para quem ainda nem fez primeira classe, sabe os dias da semana, os meses... os numeros... escreve-os bem... sabe fazer contas de menos e de mais... sabe escrever as letras, cortar, picotar... pinta muito bem... Nesse aspecto não vejo problemas

Elas têm uma tartaruga e no natal em principio tb vão ter um aquario...

As actividades extra curriculares tambem lhe tem feito mt bemm...

Alice

Então não inventes problemas onde eles ainda não existem. Tens é de te manter alerta e ir pondo as mãos por baixo, quando necessário.

Sabes o que eu fazia por causa dos ciumes? Levava a Inês sozinha a passear sem os irmãos. Ela adorava, sentia-se especial e foi ai que ela começou a recuperar. A mãe leva aos irmãos e eu a irmã. Ir ao hipismo, era um must, iamos sozinhos, comíamos um pequeno almoço cheio de tretas e ela ia e vinha feliz.

PS: Estás a ficar paranóica, não estragues o que tens a pensar nos problemas que poderão existir. Se apertas demasiado com ele com suspeições, arriscas a perder uma oportunidade de ouro e olha que elas raramente se repetem. E no final, serão sempre as tuas filhas a pagar, porque voltam a perder a estabilidade e ai sim, vais ter problemas a sério.

PS2: Não penses que não sei o que as suspeições podem ser destrutivas.