Os filhos são parte da família, não são a família

Tenho um amigo, cujos pais se divorciaram por volta dos 10 anos dele. Ele, não só nunca aceitou a "outra" do pai como embora defendesse sempre a mãe, nunca aceitou os namorados da mãe. Aos 20 e poucos ainda consegue afaectar a mãe ao ponto de os relacionamentos terminarem. Ela é nova, tem 40 e poucos.

Na minha opinião.
A questão aqui, é a coerência das decisões. Se querem viver em função dos filhos e quando estes "voarem do ninho", vocês refazem a vida. Até aí, tudo bem.
Ou não refazem a vida, cintinuam a vida sozinhas, porque assim querem.

Até agora, só falam de as crianças crescem e vocês ficam sozinhas. Que medo que as pessoas têm de ficarem sozinhas. É algum bicho papão?

Eu não tenho medo de ficar sozinha. Medo nenhum! Até acho que sou mais feliz sozinha!

Agora, se vêem com arrependimentos e/ou cobranças para os filhos "Fiz e sacrefiquei tudo por ti", é essa a pena e castgo que terão que arcar pelas vossa decisão.

Se não estão arrependindos, mas lamentam estar sozinhos, é porque fizeram escolhas e assumiram comportamentos e accções perante as pessoas que as levaram a afastarem-se. Ou vocês afastaram-nas. Tudo em nome do Bem dos filhos.

Eu também prefiro ficar sozinha.

Descobri que sou mais feliz na minha liberdade.

Reparem um simples exemplo:

O pai, nas raras vezes que saía aos fins-de-semana, como um jantar. Não podia e não queria q o filho soubesse que iria sair/jantar, depois de deixar o menino na casa da mãe, porque ele poderia sentir-se magoado, rejeitado, sei lá...

Até entendo esse cuidado. Mas.... acho exagerado. Como se todo o pum que o pai desse, o filho tinha de estar presente.

Então, que rejeitada/negligenciada eu fui. Meus pais não eram separados, mas o meu pai Nunca nos levou pra lado nenhum. E ele lá andava livre e solto. Meu pai tinha os gostos dele e por consequência, um pedaçinho de vida, para além da vida casa-familia-filhos, só dele. Tinha amigos, colegas e seus passatempos: pesca, caça, arranjar coisas.


Eu é que comecei a combinar as saídas com ele. E eu já era adolescente.
Que coitadinha eu fui!!!! Buá´´aáá. Vou já procurar terapia. (Risos)

Vivia-se para a familia, o bem estar dos filhos sempre foi o mais importante, mas dentro do equilibrio familiar. Os filhos respeitam as vontades dos pais (ensina-se a respeitar entre todos e quem manda são os adultos).
Hoje em dia, parece que Não Viver para os filhos é que está errado. Que os pais tÊm é de respeitar as vontades dos filhos, os adultos é que têm de obedecer aos filhos. E não o inverso.

Dividida escreveu:

Vivia-se para a familia, o bem estar dos filhos sempre foi o mais importante, mas dentro do equilibrio familiar. Os filhos respeitam as vontades dos pais (ensina-se a respeitar entre todos e quem manda são os adultos).
Hoje em dia, parece que Não Viver para os filhos é que está errado. Que os pais tÊm é de respeitar as vontades dos filhos, os adultos é que têm de obedecer aos filhos. E não o inverso.

Ontem tive a minha primeira experiencia, pós-divórcio, onde uma das minhas filhas quis testar os limites.

Chegou a minha casa e começou logo a fazer só o que lhe apetecia (ligar o computador...) ignorando todos os pedidos de ajuda que lhe estava a fazer.

Ao fim de umas quantas vezes a pedir-lhe, lá tive de acabar por lhe desligar o computador e a música e dizer-lhe que tinham de vir jantar. Claro que a partir daí foi um rol de chantagem que tive de suportar (não quero jantar contigo, já não vais almoçar comigo na sexta, etc...). Deixei-a acalmar, dedicando-me mais à minha filha mais nova.

Ao fim de algum tempo, com muito choro à mistura, lá percebeu que eu ia ficar na mesma posição e acabou por ceder e pedir muita desculpa por tudo.

Não foi nada fácil, mas acho que foi mesmo o correcto!

sim jbsn! é preciso muita calma e paciência...

A minha filhota com 3 anos e meio fez-me a seguinte chantagem: depois de lhe recusar uma ida ao parque porque estava a chover, sentou-se na entrada do prédio a berrar que nem uma maluca que queria ir para o pai... ai sim!... não há problema, disse-lhe logo, a mãe liga já ao pai para ele te vir buscar... foi remédio santo, acabou a birra e não voltou a fazer... se voltar mando-a mesmo para casa do pai (só espero que o pai colabore).
As chantagens emocionais deles é das coisas que mais me irrita... por aí não vai a lado nenhum!

Eu também ainda pensei em fazer isso com ela (quando me estava a dizer que já não queria jantar comigo), mas preferi que se acalmasse (até porque não sei qual seria a posição da mãe face a este facto, já que, como sabes as coisas ainda estão um pouco "quentes").

Cheguei foi a dizer-lhe que, podia não jantar mas que iria levar a comida para comer assim que tivesse fome (fosse quando fosse). O meu problema é que estou pouco tempo com elas e custa-me mesmo estar a passá-lo assim. Mas a decisão era entre optar pelo facilitismo de lhe fazer todas as vontades e ser o pai recreativo ou a educação e ser PAI!

Não sabia bem onde havia de colocar este video. Não têm nada a ver com o tópico ou talvez sim, não sei mesmo, mas é um extraordinário video:

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E a opção foi !

quando disse isso isso à minha filha tb não sabia qual seria a reacção do meu ex... corri o risco e correu bem...

depois falei com ele e combinamos que se acontecesse em casa dele ele faria o mesmo e se em último caso cumpriamos a ameaça...

mbprincesa, tu estás no caminho certo, parabéns, o caminho é mesmo por aí...
quando o meu filho tinha 16 anos teve ó primeiro (e único sinal de rebeldia). Num dia em que lhe estava a chamar a atenção por causa do tipo de roupa que vestia, disse-me que por essas e por outras é que estava ansioso por atingir os 18 anos e sair de casa.
Eu respondi: "não seja por isso filho, nem precisas de esperar ainda 2 anos para o fazer" e fui directa ao roupeiro dele e comecei a tirar as roupas para fora. Ele já aflito a ver a minha atitude e eu "sais já hoje de casa e vais viver com uma das tuas avós". Não vais ficar aqui ainda 2 anos, eu e o pai a sustentar-te, a comprar-te as roupas de marca a que estás acostumado, para tu daqui a 2 anos dizeres "tchau mãe e pai".
Resultado: fartou-se de chorar e pedir perdão. Que não estava a ser ingrato e reconhecia aquilo que eu e o pai lhe dávamos e que éramos uns óptimos pais.
Remédio santo, a partir dali voltou a ser o menino bom e de bons principios que sempre havia sido.
Se eu tivesse ficado com medo e cedido à chantagem, secalhar atrás daquela viriam outras e teria saído do bom rumo.

grande coragem e sangue frio o teu!

espero um conseguir sempre manter o meu

O meu esta semana tem andado assim, sempre o contrario diz que quer ir para o pai, e começa a choramingar papá, papá...hoje no limite de manhã disse-lhe, se queres ir para a casa do teu pai eu vou por numa mala as tuas coisas e vou-te lá deixar e apartir de agora fico só com o mano.

Se não queres estar comigo não estás, mas não tens que estar a fazer birras todos os dias porque não tens razão para isso.

Ficou muito calado e depois pediu desculpa que afinal não quer ir para casa do pai...

É muito desgastante

@MF,

É o testar dos limites... E tens razão é mesmo muito desgastante.

@ MF, primeiro tás outra vez gira nessa foto miuda

Os miudos sao mm assim, como diz o Jb a testar limites e este "teste" que lhes fazemos, de lhes "por as malas à porta" para irem para onde querem,´já tinha ouvido dizer que é uma boa táctica, acordam para a vida! E para a realidade.

mas desgastante é... e demais, mexe mt connosco... ! É assim...

Não sei se já falei na minha teoria da alcateia...
Enquanto a família estava junta, as "hierarquias" estavam mais ou menos definidas. Quando passa a existir uma nova estrutura, os filhos tentam redescobrir a sua posição, e usam de todos os truques ao seu alcance para ficarem por cima.

Estas atitudes não revelam falta de amor nem sequer qualquer tipo de castigo, são mais experiências, tentativas de saberem até onde podem ir, descobrirem afinal qual o poder que têm na alcateia em que estão.

Acredito que as mães sofram mais na pele do que os pais. Tradicionalmente, culturalmente, o papel do Alfa é desempenhado pelo Pai. A Mãe, habitualmente 2ª na hierarquia, será a mais "atacada".

jbsn escreveu:

Tens razão é mesmo muito desgastante.

Depende da forma como encaramos os filhos. Se continuarmos a olhar para eles como uns anjinhos, é muito desgastante porque nos sentimos culpados. Se olharmos para eles como seres humanos com a sua quota parte de anjinho e de diabinho, deixa de ser tão desgastante.

Se os encaramos como anjinhos e portanto perfeitos, então a culpa deve ser nossa.
Se os encaramos como anjinhos/diabinhos, deixam de ser perfeitos e nessa altura passam a poder ser culpabilizados / responsabilizados pelas suas acções.

@Just

Na mouche (como sempre!).

Muito bom Just!!!!!

Partilho aqui a minha experiência:

A maioria das pessoas concorda, hoje em dia, que não é apropriado ser violento com as crianças - ralhar fortemente, bater, castigar de modo sério.

Eu tenho vindo a usar métodos inovadores para controlar os meus filhos quando têm "um daqueles dias" e um, especialmente, tem-se revelado de extrema eficácia: é simplesmente levar a criança a dar uma volta de carro.
Durante o tempo que dura a volta, não falamos e deixo tempo para que ela reflicta sobre o seu comportamento.
Não sei se são as suaves vibrações do veículo que relaxam ou, simplesmente, o facto da criança ficar distante por um tempo das distracções habituais: TV, jogos de vídeo, computador, etc. O que sei é que os meus filhos, depois da volta de carro, ficam muitíssimo mais tranquilos.
Creio que o contacto visual que mantemos durante todo o passeio é o que realmente consegue estes tão bons resultados.
Aqui mando uma das fotos que tirei durante uma destas sessões, caso queiram compreender melhor a técnica, de modo a conseguir aplicá-la com eficácia.

[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

P.S.: Este método é muito útil também com sobrinhos, primos e netos...

Eu uso outro método: Não fazem nada, mas nada mesmo.

Começou um dia em que não queriam ajudar em casa, só queriam ver TV e afins. Ao fim de vários pedidos, sentei-os aos 3 na cozinha. Se não queriam fazer nada, era isso que tinham.

Só se levantaram para irem para cama e depois de jantar. Não queriam ajudar, pois não? não têm problema nenhum, enquanto eu estivesse a fazer o jantar e arrumar a cozinha, não faziam nada.

Como entretanto chegava a hora de deitar (fixa), não viam nada. Foi um sucesso, no dia seguinte estavam todos a ajudar.

Ainda hoje se brigarem por alguma coisa, é simples, ficam sem ela. Mas que passado pouco tempo lá tenho mais um teste, lá isso.

Descobri que para as crianças modernas que estão habituadas a estarem ocupadas os minutos todos, serem obrigados a estarem quietos, é o pior dos castigos

<object width="480" height="385"><param name="movie" value="https://www.youtube.com/v/0XIQF3bTn3M?fs=1&hl=pt_PT"></param><param name="allowFullScreen" value="true"></param><param name="allowscriptaccess" value="always"></param><embed src="https://www.youtube.com/v/0XIQF3bTn3M?fs=1&hl=pt_PT" type="application/x-shockwave-flash" allowscriptaccess="always" allowfullscreen="true" width="480" height="385"></embed></object>

Just escreveu:

jbsn escreveu:

Tens razão é mesmo muito desgastante.

Depende da forma como encaramos os filhos. Se continuarmos a olhar para eles como uns anjinhos, é muito desgastante porque nos sentimos culpados. Se olharmos para eles como seres humanos com a sua quota parte de anjinho e de diabinho, deixa de ser tão desgastante.

Se os encaramos como anjinhos e portanto perfeitos, então a culpa deve ser nossa.
Se os encaramos como anjinhos/diabinhos, deixam de ser perfeitos e nessa altura passam a poder ser culpabilizados / responsabilizados pelas suas acções.

Ja que falam de metodos, hoje fiz uma coisa gira.. que teve resultados fantasticos...

A minha filha mais velha com 7 anos, têm andado numa fase um pouquito rebelde...
Muitas mentiras... tenta muitas vezes inverter as ordens que lhe são dadas de modo a fazer o que ela quer....
Em casa temos usado varias estrategias... castigos... não fazer o que quer... em vez de brincar, vai estudar... temos tentado penalizar o mau habito de mentir de todas as formas, mas tentando que sejam sempre metodos pedagogicos....

Esta semana caiu-lhe o 6º dente de leite. E como é habito teve a visista da fada dos dentes.
Mas desta vez, em vez de um presente, a fada deixou uma carta:)

"ola ____
Eu sou a fada dos dentes: Nunca nos vimos porque quando eu venho buscar os teus dentinhos, tu estas sempre a dormir.
Costumo deixar-te um presente, mas desta vez decidi escrever-te esta carta.
Sei que tens andado a portar-te um bocadinho mal. Tens dito muitas mentiras, e eu não gosto de meninas mentirosas.
Espero que te portes melhor, e que deixes de dizer mentiras, para que da proxima vez eu possa deixar-te um presente.
Não te esqueças de fazer tudo o que o teus pais te dizem e de lavar sempre os dentes.
Um beijinho da fada dos dentes,

P.S: manda um beijinho à tua irmã __________"

Quando ela acordou e leu a carta, ficou muito seria... " afinal a fada existe mesmo e sabe tudo o que eu faço" lololol

Acho que tão cedo não volta a dizer mentiras

Just, sou tua fã pá, aprendo tanto com os teus testemunhos, deliro a lê-los. Parabéns.