Pais que alteram o seu comportamento após o divórcio

xela escreveu:

Se o pai não tem o mínimo de condições para ter o filho um fim de semana inteiro.

Se o pai trabalha à noite ao fim de semana.

Eu não sou obrigada a deixar o meu filho ir para ter de ficar aos cuidados de outra pessoa ou sou?

Cara Xela,

Não vou dizer que cada caso é um caso. Na regulação do poder paternal, importa acordar sobre itens essenciais, – como o regime de visitas. Acordar sendo, chegar a acordo. Muito embora, exista a tendência para se agir de acordo com a prática corrente, devemos agir sempre pensando que somos seres individuais e manifestar a nossa opinião, mesmo que ela se manifeste contrária a essa prática mais comum.
O que ficou por escrito, na v/RPP não satisfaz os interesses da criança. Referes algumas razões, objectivas. Poderá haver outras mais ou menos objectivas, mas igualmente reais. Não existe diálogo entre os pais, não é possível. Lida-se com essa realidade, também…
Tu por um lado ele por outro, cada um acautelando, não os seus próprios interesses e direitos mas os da criança. E o direito da criança nesta questão é o direito de conviver com ambos os pais – em oposição a conviver ou com os avós ou com “estranhos”.

A meu ver, se um dos progenitores tem um emprego que o obriga a trabalhar, por exemplo, de noite, ou por turnos ou ainda aos fins-de-semana e não pode ou não quer mudar essa condição deve admitir que não reúne as condições para ter a criança. Custa! Pois custa …
E quando um dos progenitores não pode prestar os cuidados á criança terá que poder o outro. Afinal são os pais.
Não devem ser os avós, as madrastas ou os padrastos, os irmãos mais velhos ou quem quer que venha… a substituir um dos pais – de modo regular e permanente. Esporadicamente … se houver o tal acordo do outro pai! Não havendo o tal acordo existe a lei, para defender o tal direito fundamental da criança. E é importante voltar a recorrer a ela se algo não está bem, simplesmente. Isso não é andar por aí a comprar guerras… Como será reconhecido, em tempo, pelos nossos filhos: é lutar por eles.

E agora pensando, como se sentem os “miúdos” aos empurrões de um lado para o outro, um dia é de uma maneira, outro dia é de outra … a sentir na pele o desagrado de quem os cuida, sem poder disso falar (porque ninguém os ouve). A assumir as culpas pelo que corre mal, já que as crianças interiorizam os problemas e responsabilizam-se por eles. A não quererem contar como foi …. Afinal, eles só querem poder estar com o seu pai ou com a sua mãe.