Guarda partilhada

Boa tarde a todos
Já andei a cuscar o fórum mas não encontrei o que pretendia.
Necessito de ter/ver minutas exemplo da Guarda Conjunta e partilhada.
Neste momento estou na revisão do poder parternal, e irá passar por alternancia de tempo em ambas as casas.
No entanto queremos colocar tudo no documento (ferias escolares, despesas saude, as extra curriculares, etc, etc)
Dos utilizadores do fórum que já tem esse tipo de guarda, podem facultar vosso acordo?
Obrigada

ACORDO DE REGULAÇÃO DO PODER PATERNAL
................................................................................................................... (nome) e ........................................................................................ (nome), requerentes de divórcio por mútuo consentimento, chegaram ao seguinte acordo quanto à regulação do poder paternal dos seus filhos menores …………………………………………..... e ........................................................... .
1. Os requerentes concordam em manter o poder paternal conjunto dos seus filhos menores, mantendo-se ambos na qualidade de encarregados de educação.
2. Dado que ambos os requerentes ficarão a residir perto da escola dos filhos, fica estipulado que os menores permanecerão alternadamente quinze dias com cada um dos pais.
3. O progenitor que estiver com os filhos compromete-se a deixá-los na casa do outro ao domingo, entre as 20 e as 22 horas, a menos que outra forma seja convencionada por acordo entre ambos.
4. Cada progenitor suportará as despesas quotidianas dos menores enquanto estes estiverem consigo. Os restantes encargos (vestuário, material escolar, despesas de saúde, etc.) serão suportados pelo pai e pela mãe em partes iguais.
5. Os menores passarão alternadamente com o pai e com a mãe os dias dos seus aniversários, mas, sempre que possível, estarão com ambos nesse dia, por exemplo, almoçando com o pai e jantando com a mãe.
6. Os menores passarão alternadamente com o pai e com a mãe o Natal e o Ano Novo, entendendo-se que, se passarem o Natal com o pai, ficarão com a mãe no Dia de Ano Novo e vice-versa.
7. Os menores repartirão as férias de acordo com as pausas profissionais do pai e da mãe, passando um mês das férias de Verão com cada um, a não ser que as férias do pai e da mãe coincidam, caso em que o período de férias será equitativamente repartido entre ambos os progenitores.
8. Os menores passarão com cada progenitor o respectivo dia de aniversário.
(Data)
Os requerentes
(Assinaturas)

Curioso estar a ver a TVI e estar uma psicologa a defender que o melhor sistema é uma semana com cada pai, esquema este, que me foi rejeitado em tribunal....
Pessoas que decidem a vida dos outros com base em ideias proprias... :S

O sistema deveria ser mais flexível (e os pais também). O que resulta para uns, pode não resultar para outros.
No meu caso, quando estava casada, os filhos do meu ex iam e vinham semana sim, semana não, sempre ao domingo ao fim da tarde. Agora com o nosso filho, o esquema é igual, coincidindo de forma a que os três irmãos se juntem na semana do pai. Aos sábados, na semana do pai, fico eu com os três, o que acontece (começou agora, porque eu pedi e os miúdos também já tinham pedido) de quinze em quinze dias. Parece confuso, eu sei, mas é porque eu não sei explicar de forma mais clara.. Os dois mais velhos já estavam habituados, estavam bem adaptados a esta situação. As educadoras e, mais tarde, professoras, elogiavam a forma como este esquema estava a resultar com eles. Sempre que lhes perguntam «onde é que moras?» eles respondem: moro em C. e moro em S. (duas localidade muito próximas), com a maior naturalidade.
O meu pequeno... é um miúdo muito forte, sim, mas penso que vai um bocado atrás dos irmãos , ou seja, «se é assim para eles, também é assim para mim» e lá vai aceitando. Mas sinto que, quando está só comigo, eu não lhe consigo dar aquele ambiente alegre e barulhento de uma família grande, que ele tem em casa do pai. E tenho pena disto, porque às vezes acho que uma semana é tão pouco e a semana sem ele, custa-me tanto a mim, fico com tantas saudades... mesmo sabendo que ele está feliz, mesmo sabendo que é um direito dele (ainda não me habituei, espero que isto passe com o tempo...) Já não o vejo desde domingo. Vou estar um bocadinho com ele hoje com ele à tarde. Isto custa que se farta.

Citação :

(ainda não me habituei, espero que isto passe com o tempo...)

Ainda não me habituei à rotina. Que não seja mal interpretada, nunca tive ideias de que o filho era só meu.

Rocana, eu estou separado e neste sistema desde Outubro de 2009, e vou-te dizer uma coisa.... Nunca te habituas.
Ainda hoje custa a semana que ele está com a mãe. Mas sinto o meu filho bem, e habituado. Deixa-me feliz.

É isso que me vai mantendo a cabeça no lugar, fsonecas: saber que ele está feliz e que esta era a melhor solução de entre todas as más soluções para um problema do qual ele não tem culpa nenhuma. Pelo menos para nós era a melhor solução. Cada caso é um caso.

Sim....
E é tal e qual o que a psicologa da escola do meu filho me disse:
" As pessoas procuram soluções perfeitas em algo que nada tem de perfeito ( Divórcio ), pelo que tem que se encontrar a menos má." ... Ou seja... a que melhor funciona com "aquela" criança.

No meu caso... Funcionou. Felizmente.

Óptimo. E que assim continue!

fsonecas escreveu:

Curioso estar a ver a TVI e estar uma psicologa a defender que o melhor sistema é uma semana com cada pai

Nestes últimos dias, a mãe das minhas bebés tem-me vindo com a conversa que ainda não está a aceitar nessa coisa da semana sim, semana não e que aquilo que tinha proposto seria o mais acertado, e que ela é que sabe pois está dentro do assunto e coisa e tal.

De saber que o que ela queria era ficar com elas de 2ª a 4ª e eu de 5ª a Sáb, sendo que o domingo seria intercalado entre um e outro.

E eu fico a pensar: " se o problema para as crianças é o de ficarem confusas e instáveis com mudanças, qual a lógica de colocar 2 miúdas a mudar de residência de 3 em 3 dias? "

Sinceramente, considero que o mais saudável, dentro do aceitável, é semana sim, semana não. Se ambos os pais moram perto, sobretudo, qual o impedimento de o pai ou a mãe, avisando o outro progenitor, irem buscar a(s) criança(s) a meio da semana, quando estão com saudades?

Custa imenso, a mim está-me a custar e ao pai também, não é muito fácil aceitar isso. Por um lado até percebo a tua mulher.
Mas pelo que vi dos filhos do meu ex e pelo que estou a ver com o meu/nosso, pode resultar muito bem. Se moram perto, podem sempre vê-los, não é? A ex do meu ex corta completamente o contacto com os filhos na semana que não está com eles. Errado. O meu ex nunca o fez e a relação que tem com eles é de longe muito mais forte.

Outra coisa que vejo em relação aos filhos do meu ex e que é bastante positiva é o facto de eles serem dois. Apoiavam-se mutuamente, principalmente nos primeiros tempos. No caso deles, no início, era mais ou menos como a proposta da tua ex, mas um ano depois passou a ser semana sim semana não até hoje.


ops.. no post acima devia ter escrito ex e não tua mulher. desculpa.

Isto vai às prestações...

Faltou dizer que foi decidido em tribunal. Basicamente, tinham no início um sistema de dois dias num, três noutro, dois ou três num... um pouco incerto. Depois, o pai (e eu já lá estava) insistiu com o sistema de uma semana em cada casa. A ex aceitou, nem podia negar, mas lá resolveu ir para tribunal. Não conseguiu nada, pesando muito o facto de eles já estarem a viver alternadamente em casa de cada um, na altura da audiência, logo, não fazia sentido mudar o que já estava a ser feito. E foi melhor para todos.

Rocana escreveu:

ops.. no post acima devia ter escrito ex e não tua mulher. desculpa.

Não há problema até eu não sei bem o que lhe chamar... (entre mãe das minhas filhas, Ex, X, ex-mulher, ainda mulher...) dá trabalho....

Em relação à proposta dela, não a compreendo porque, durante a semana, ela entra cedo e trabalha até tarde (maioritariamente porque quer), chega a casa estafada, e a mãe é que fica com as miúdas, em vez dela. Se é por saudades, qual a vantagem de ela querer ficar só com elas ao domingo apenas de 15 em 15 dias, e abdicando dos sábados (e fins de semana completos)? Será porque ela consegue ter mais privada aos sábados? Será que é para ela estar liberta aos fins de semana para si própria?

Será que as bebés não têm também o direito de exigir que a mãe tenha fins de semana completos com elas?

Não são só os fins de semana, é toda a dinâmica da semana, que elas têm o direito de usufruir com os dois. E quando forem para a escola isso vai-se perceber mais.

Aí há qualquer coisa, não querer dar o braço a torcer, orgulho, pressão da mãe, sei lá, estou a atirar para o ar.

Pode sempre ter um fim de semana inteiro só para ela de quinze em quinze dias... mas estas decisões são para ser tomadas tendo em conta o tempo que se vai passar com eles e não o tempo que se vai passar sozinho.

Atirando ainda mais para o ar... e porque tem tudo a ver com o tópico: talvez esteja preocupada com a imagem perante a sociedade, os outros. É que a guarda conjunta é um assumir da igualdade dos papéis e hoje em dia, perante algumas pessoas, o pai é grande porque a conseguiu e a mãe «deve ter qualquer coisa de errado», pois ainda acham «normal» ser a mãe a assumir tudo. Digo isto, porque vivo num meio pequeno, rural e há muita gente assim. Mas está a mudar, felizmente. No meu caso, não estou nem aí para o que os outros pensam, porque não tenho nada a provar, até me sinto muito querida no meio que me acolheu e sei/sinto que assim é melhor, mas no caso da ex do ex era mais ou menos isso: a imagem e o dinheiro. E o facto de ele ter ficado com os pequenos mudou muito as cabeças da gente lá da aldeia (é mesmo uma pequena aldeia!). Eu sei, porque assisti.

Rocana,

em relação a esses estigmas, acho que ambos podem ser apontados ou encarados igualmente como diferentes (porque estão divorciados).

Também eu estou num meio muito pequeno onde me cruzo todos os dias com todas as pessoas, com cumprimentos, e em que toda a gente sabe tudo, mas todos acabam por não saber é nada. Sente-se conversas e olhares de pena ou desconfiança. Mas as pessoas nestes meios (e mesmo nas grandes cidades) são assim. Vivem a vida dos outros como uma novela pessoal.

O pai nem sempre é encarado como "grande", mas sim também como devendo ter a mesma responsabilidade que a mãe, face aos filhos. Já ouvi comentários (sim, porque as velhotas falam alto, mesmo querendo falar em segredo) que "ele deve-lhe ter feito alguma..."

Estas coisas não são simpáticas, mas são como são.

Rui

E valem o que valem, 000000000ss

desde que estejamos de cabeça tranquila, eles que falem é para o lado que durmo melhor.


Cya
JC

Rui, eu comecei por ai 2/3 dias com cada um, e digo-te que, no meu caso, foi bastante pior.
Em relação á semana sim semana não, o que aconselho a quem escolhe é que cada pai tenha a sua "logistica". Para não andar sempre de malas aviadas.
E aconselho ainda que quando está na semana do pai, a mae vá pelo menos 1 dia buscar a criança e estar um pouco com ela, e vice versa. Eu sempre o fiz e acho que funciona. ( A minha ex pelo contrario nunca o fez, e notava uma alteraçao de comportamento a meio da semana... ). No caso do meu filho que tem 6 anos, fazemos ainda outra coisa, que é na hora de deitar liga para o outro e falamos um pouco. Sempre dá para matar as saudades.

Estou a precisar de esclarecimentos urgentes sobre este assunto, com bases científicas, preferencialmente.

Qual a melhor opção em termos de residência para as crianças? É ficarem uma semana com a mãe e outra com o pai, ou ficar com a mãe ou com o pai durante a semana e aos fins de semana poder ficar como outro?

Sabendo que todos moram perto (5 minutos a pé), e perto também das escolas.

Rui, do que tenho lido sobre o assunto e ouvido de especialistas, a guarda partilhada de uma semana em casa de cada um dos progenitores é a opção mais salutar para a criança em termos afectivos.

Em termos logisticos, tens ainda a facilidade de estarem tão perto, o que facilita em muito.

Para as crianças diminui a angústia produzida pelo sentimento de perda do progenitor que não detém a guarda e ajuda a diminuir os sentimentos de rejeição que a criança poderá sentir, ao mesmo tempo que proporciona a convivência com os papéis diferenciados de pai e mãe em igual tempo, o que se traduz numa maior auto confiança e estima da criança.

Ambos têm papéis igualmente importantes.

Rui, acredita em algo que te vou dizer apesar de nao ter bases cientificas:
- Se fores a 10 psicologos, os 10 terão opinião diferente. Se fores a 10 juizes, todos terão opiniao diferente.

Se me perguntares a mim?
Deve ser a primeira opçao. E depois vem, Os dois, como a criança se adapta. Porque não existem soluçoes milagrosas para um criança que passa pelo divorcio.

E volto a escrever, quem optar por esse sistema, comece por acordar um ou dois dias para o outro rever a criança e até mesmo jantar se for caso disso.

E parece-me o sistema que as crianças sofrem menos.

My two cents.

mbprincesa escreveu:

dulia escreveu:

Princesa, lindo texto. Mas o que fazer qdo o pai se revela um completo idiota?...

Nada... fico na esperança que a minha filha o consiga endireitar, que nao o poupe. Porque da minha parte... cansei...

Cheguei á conclusao que aquelas que adoptam o ritmo de seguir o que esta tratado á risca e nem mais 15m sao as que tiram maior partido. Pois é ver os pais todos tristes que ate queriam estar c os filhos mais tempo... mas nao podem.

As que facilitam as acçoes por acharem que afinal nao é devido a um divorcio que se deixa de ser pai... levam nas trombas, pois é ver o pai a esquivar-se e a nem estar ai para a filha.

Muitas das vezes... não sei mesmo que fazer...

Nem imaginas o quanto me identifico com cada palavra tua....

Se o pai da tua virar gay e o pai do meu também virar gay acho que faziam um "lindo" casal...

Boa tarde Rui Nunes,

Cada caso é um caso e como deves saber depende de inúmeros factores.
Estou em concordância com o que o fsonecas escreveu, aliás porque é esse o método que está em prática no caso do meu filho.