Quando é uma surpresa? Como reagir?

Rui Nunes escreveu:

Oh Lança,

Essa dos queridos maridinhos quererem voltar para o jantar a horas e tardes de sábado recostados no sofá a ver a bola, não é regra.

Sinceramente, se as moçoilas que aqui estão tinham esse caso em casa, então a separação só veio melhorar a vida.

Creio que não poderemos generalizar com ideias pré-concebidas retiradas das gerações dos nossos pais e avós. No meu caso, não era bem ao contrário, mas tinha muitas tendências semelhantes (ao inverso da questão).

"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades"

Rui,

não pretendia ofender ninguém... Estava só a querer tentar transmitir uma mensagem, que ´por acaso aqui se aplicava ao marido (homem), mas que pode perfeitamente encaixar numa mulher (esposa). Tentava eu explicar que o/a conjuge, após alguma "reflexão", recua, volta ao aconchego do lar. Só isso. E que a nossa forumeira deveria estar preparada , se eventualmnte isso acontecer.

Eu já não tenho ideias pré-concebidas acerca de nada...

Não levei como ofensa. Tenho exemplos também desses casos com amigas minhas. Infelizmente, são vários, infelizmente, são demais, parece uma moda, ou epidemia.. Mas também conheço o oposto, e não me refiro apenas a mim.
Normalmente, acontecem estes recuos e supostas reflexões quando querem algo, e aqui, para gerir bem a situação, tem que se ter um grande jogo de cintura... Saber dizer o "não cordial / diplomático" requer muito conhecimento sobre o outro.

Rui Nunes...Vai ao chat ...esta gente dá pouca utilização á coisa...

De vez em quando lá vou ao chat, mas nunca encontro alguém...

Mariana:

Possivelmente é assim mesmo, os 95%...se ainda não tem, vai ter certamente.
Estou a fazer um esforço para encarar a dura realidade, só quero agora estabelecer novas rotinas e tratar de mim.
Tentar nos dias menos bons (leia-se: muito maus!), afastar-me e cuidar-me, para não deixar de gostar de mim, isso é que não!
Quero voltar a sorrir e dar umas gargalhadas felizes, afinal o que levamos desta vida?

RFerreira,

E não achas normal que as pessoas queiram refazer a sua vida? Realmente, não me identifico com a arranjar alguém durante uma relação, mas é perfeitamente normal que, com as coisas acabadas, possa surgir outra relação.

Vais ver que o teu dia também vai acabar por chegar.

Claro que todos queremos refazer a nossa vida.
Quando penso nisso mais a sério, ainda não me imagino, mas é tudo muito fresco...
Acredito que um dia vou encontrar alguém que me faça muito feliz e a quem eu possa fazer também feliz... nesse dia partilharei com muito gosto toda essa alegria com todos vós, que estão aqui comigo...

Rui:

Algumas pessoas que me conhecem e também conheciam o meu ex-marido costumam dizer-me que quem perdeu foi ele. No ínicio nada do que diziam me fazia sentir melhor, mas agora ESTOU TOTALMENTE DE ACORDO COM ESTA AFIRMAÇÃO. E o mesmo lhe digo a si a sua mulher não o merecia e definitivamente ficou a perder!! Portanto ( sei que não é nada fácil pois parece que o mundo desaba nas nossas costas) pense em si de agora em diante e não olhe para trás. Não procure refazer a sua vida com outra pessoa do dia para a noite. A vida deu-lhe oportunidade de escolher melhor e portanto leve o seu tempo e vai ver que daqui a alguns meses vai concerteza sentir-se muito melhor.

Desculpem lá mas não concordo em nada com essa frase.

E qual é a razão para ficarem sempre com a mágoa e o ressentimento que os leva a tentar acreditar que o outro fica a perder? Já se perguntaram que o outro poderá querer fazer a vida de forma diferente e que até lhe é melhor assim?

Ao invés de tentarem continuar essa disputa de quem é que fica melhor, canalize as vossas energias para aquilo que é importante: tentarem voltar a ser felizes!

Se o outro fica bem: perfeito, Afinal foi uma pessoa que esteve conosco bastante tempo. Se não: também perfeito, escolheu o caminho dele e seguiu-o!

Essa do merecer ou não é sempre uma falácia! Quem diz que os outros sabem aquilo que os nossos ex querem ou acham que necessitam na vida deles?

Mariana,
apesar de também saber que essa frase se aplica ao caso e de também ter esse feedback de quem me conhece, o que mais me incomoda é saber que não é ela quem perde, mas sim as nossas filhas.
É muito bonito pensar que basta amor e carinho, que elas se irão adaptar, mas do ir até ao ter que, vai uma longa distância que as vão influenciar ao longo das suas vidas. Provado está que o exemplo dita os actos futuros, e já a mãe das minhas filhas tem o exemplo dos pais.
Quanto ao meter-me noutra, para já, estou de pé atrás e só quero tempo para me organizar, estabilizar as minhas finanças e profissão e arranjar condições para ter as minhas bebés comigo.
Apesar de tudo, apetecia-me acordar amanhã e ver que tudo isto tinha sido um pesadelo.
Não tenho pressa em reatar com alguém novo (ou antigo), mas tenho pressa em me restabelecer, em criar amizades novas e encontrar o meu equilíbrio e paz interior, que sempe foi dos meus pontos fortes.

Sim JBSN, também concordo com isso. Todos temos os nossos pontos fortes e pontos negativos ou incompatibilidades. Podemos apenas dizer que o outro ficou a perder, quando este, mais tarde, revela que cometeu um erro ao largar e que desejaria voltar, mas já ser tarde demais. Já não seria a primeira vez.
Sim, é completamente legítimo que alguém descubra um caminho diferente e que o queira seguir. Pode é magoar e destruir o mundo de alguns, ao seguir esse caminho. Resta também saber se vale a pena essa mudança e correr o risco do erro.

Meu Deeeeus!Como é difícil viver neste mundo!O que mais me dói é ver que tantas pessoas simplesmente deixam pra trás filhos, famílias,esposos, esposas como se fossem descartáveis...Porquê será que não existe compromisso?Por mais que eu leia que todos fazemos escolhas e temos direito de refazer nossas vidas eu me pergunto:direito?E nossos filhos, terão que conviver com nossas escolhas mesmo que erradas?Terão que sofrer ausências de pais/mães inescrupulosos?É tão simples assim?Uma vez eu questionei meu ex marido sobre o reflexo da sua ausência em nossos filhos e ele me respondeu:´´se tiverem problemas psicológicos eu pago o tratamento``.Como parece simples a solução para estes egoístas!Apesar de tudo acho que é melhor estar só do que mal acompanhada...Mas a raiva vez ou outra aparece...A sensação que temos muitas vezes é que ficamos com tudo em nossos ombros, mas depois passa e vemos que ficamos com a parte melhor, a dos filhos.Me dói ouvir relatos de pais que já não estão com os filhos, saibam que peço a Deus por vcs...que tenham força, pois não é fácil! Desculpem-me pelo desabafo, aho que falei demais!!Bjs a todos!

Zaira ...Boa noite ...
Tem plena razão ...mas é assim ..temos de refazer as nossas vidas e fazer com que os nossos filhos se sintam bem em duas casas e duas famílias...faz-los sofrer é que nunca...
Prefiro sofrer eu , que o meu filhote .

Há pessoas mesmo insensíveis... despegadas de emoções. É estranho mas isso acontece cada vez mais. Uma desumanização. Vivemos em sociedade, mas a nossa sociedade está-se a dessocializar do colectivo, enquanto conjunto de indivíduos e personalidades.

Olá Rui
Em primeiro lugar acho que deves olhar para tras e perguntar-te se eras feliz e se era esse o teu objectivo de vida.Sei que deves estar a sofrer muito porque a pessoa que tu amas não corresponde mas era esse o amor que tu querias,era a relação que sonhavas?
Toda a gente fala em ambições profissionais mas eu,pessoalmente acho que também deveríamos ser ambiciosos nas relações amorosas e questionarmos sempre se somos felizes ou apenas acomodados!!!
Não te humilhes ao ponto de esperar por alguém que talvez não mereça o teu amor e não te sacrifiques por as tuas filhas pois é melhor ter um pai feliz e divorciado que um pai amargurado e sempre com receio de ser abandonado.
Mostra-lhes sempre que estás bem e nunca te sintas inferior por motivos económicos pois o teu valor está no teu coração e,pela forma como falas delas,amor não lhes falta...
O mais importante és tu,sempre.
Força...

Andreia , gostei do relato ...vejo-me na situação do Rui ...

Obrigado, Andreia... É um ponto de vista com bastante valor.

Realmente a Andreia tem razao ...viver numa sensação constante de abandono ...isso não ...elas não merecem de facto ...pelo que li de ti , Rui , sempre deste tudo em mais alguma coisa...será melhor assim ou não ???As tuas filha , é outra coisa..serão sempre as tuas meninas...

nós, pessoas, somos realmente estranhos...
preferimos suportar más relações, péssimos amores, para não ficarmos sós... quando estivemos sós o tempo todo... nós é que não percebemos...
porque viver tudo enfiado entre quatro paredes mas parecerem todos uns estranhos, não é desejável... e no entanto... preferimos muitas vezes viver no conflito que no silêncio, porque enquanto ouvimos gritos não nos ouvimos a nós e assim continuamos a pensar que aquela é a vida que queremos, que somos felizes na nossa solidão acompanhada...

analu escreveu:

nós, pessoas, somos realmente estranhos...
preferimos suportar más relações, péssimos amores, para não ficarmos sós... quando estivemos sós o tempo todo... nós é que não percebemos...
porque viver tudo enfiado entre quatro paredes mas parecerem todos uns estranhos, não é desejável... e no entanto... preferimos muitas vezes viver no conflito que no silêncio, porque enquanto ouvimos gritos não nos ouvimos a nós e assim continuamos a pensar que aquela é a vida que queremos, que somos felizes na nossa solidão acompanhada...

Revejo-me nestas palavras... não teria conseguido dizer melhor...

Lonesome, todos nós em algum momento, acho...
Mas só podemos prometer que numa próxima vez... ou estamos verdadeiramente acompanhados ou verdadeiramente sós...

Creio que não somos estranhos, mas sim complexos e complicados.
Racionalmente, esta situação é simples de resolver, é objectiva - Já não dá e ponto final, termina!
Eu não desejo viver uma má relação, nem desejo ficar com uma tempestade interior permanente a pensar que de um momento para o outro isto vai desabar de novo, e definitivamente (e com mais mágoa acumulada).
Muito embora seja um romântico, não sou estúpido (por muito que às vezes me auto-intitule isso).
Não tenho medo de ficar sozinho uns tempos (até porque acabo sempre por ser "pescado", como diz o meu pai, assim que me vejo estabelecido como indivíduo livre).
E também gosto do meu tempo pessoal, sem vínculos nem horários, do qual não tenho problemas em abdicar, quando estou com alguém.
Sou flexível como uma cana de bambu ao vento, e talvez por isso, a minha confusão interior, sentimental, que me diz que esta relação tinha possibilidades de dar certo. Há muitas arestas para limar, mas também... O tosco e rústico não pode também ser bonito?

pode sim Rui
mas será que o outro lado também pensa como tu????

Sabem o que acho?Penso que quando existe esta inquietação na alma, essa sensação de que só nós queremos muuuuuito que o casamento seja reconstruído e que tudo continue como está, esse sentimento de´´meu Deus, o que esse homem/essa mulher quer mais de mim?``, essa sensação de estar lutando contra a maré... Mesmo que a pessoa que está conosco resolva ficar e nos diz que ´´vamos tentar novamente, vamos conseguir ficar juntos``, lá dentro da gente tem uma vozinha que nos fala que é só perda de tempo... Quando existe amor acho que não se deixa uma família, por nada.E quando o/a companheiro/a tem mesmo vontade de superar os problemas, nós sentimos firmeza nas suas intenções, não há sensação de insegurança,não há confusão de sentimentos, agente acredita! Mas quando não é assim, alguma coisa está muito errada e na minha opinião é melhor acabar com isso... Desculpem mas até acredito que exista solução para um casamento despedaçado, mas tem que ter uma vontade muito grande dos dois lados...

Pois... "vontade muito grande dos dois lados..."

Aí é que falha, ou falhou... senão não se tinha chegado a este ponto. Agora a questão é mais reparadora, que de manutenção, tipo: "Será que ambos os lados estão dispostos e disponíveis para mudar aquilo que individualmente têm em conflito?"

Também acredito nisso, de haver solução para um casamento em declínio (despedaçado, creio já ter que existir outros factores mais conflituosos).