É possível a reaproximação?

hoje ja não tenho tempo...

mas amanha explico-te quais os erros que cometi na regulação que fiz... para que não cometas os mesmos...

E acredita no que alice diz, homens há muitos e há bem melhores. E nós depois de experiências destas e ainda por cima mães, crescemos muito e tornamo-nos mulheres muito mais interessantes .
Eu digo-te que cresci muito enquanto mulher, perdi alguma inocência é verdade, mas ganhei outra calma e outra maturidade. Sou uma mulher mais completa.

NRibeiro escreveu:

Sim, mas com a bébé que vai nascer provavelmente vou ter problemas semelhantes...

O que faço?
- se não o deixo vir visitar a bébé
- se o deixo vir, deixo que me magoe e a minha recuperação nunca mais começa.

alice.rosa,
faltava estabelecer horas de entrega...ainda não tinha chegado aí!
Estou a habituar-me diariamente pois afinal tudo é novo para mim!!

Vais ter que deixar visita-lo claro mas também com horários. Eu não impus nada e esse é que foi o meu erro. Quanto ao deixar que te magoe, nessa altura tens de ser tu a controlar, mas o meu fazia de propósito, pode ser que o teu ex tenha mais juizinho.

Isabella,

Outra pergunta bastante pessoal (podes dizer para me meter na minha visa) mas quando o deixavas ir a tua casa era somente pelo teu filho ou sempre com um esperança de reconciliação.
Sei lá, que ele percebesse o que estava a perder e o bom que era a vida familiar!

Muitas vezes penso nisso (deixá-lo entrar na minha vida mais intíma) mas por motivos puramente egoistas. Mas como me conheço sei que sofreria com cada telefonema que recebesse e que me fizesses perceber o quão afastada já estou da sua vida nova.
Para além disso, o risco de nos magoarmos sem o resultado esperado é demasiado elevado para que o queira correr!!

E pronto...lá estou eu a pensar em reconciliação quando depois de tudo o que me disse e fez deveria nunca mais querer olhar para ele!!!

Nem sei bem, estava tão confusa na época... mas acho que ainda tinha um bichicho cá dentro que me dizia que talvez não fosse o fim e acho que ele também. Tinha sido uma separação complicada e de repente (pelo menos para mim) e sou filha de uma casamento não perfeito, mas baseado no respeito e no amor e era isso que eu também acreditava. Por isso acho que sim, talvez houvesse alguma esperança. Ele ligava aí umas 3 vezes por dia na altura e também nunca me deixou respirar. Ainda hoje, vá-se lá entender o homem, tenta estar sempre presente na minha vida e usa o filho como desculpa.
Digo-te que não foi positivo, pelo menos para mim, só adiei o meu próprio processo e a maior parte das vezes sentia-me a baby sitter.

NRibeiro escreveu:

alice.rosa,

O teu testemunho dá-me esperança. Acho que temos sempre tendência em pensar: "quem vai querer uma mulher trintona e já com 2 filhos?"
Eterna mania de nós mulheres nos minimizarmos

Não penses assim... Tenho 37 anos, dois filhos (mais cães e gatos ) e a mim "querem-me" (sou de uma simplicidade de meter impressão , sou exigente e não procurei ninguém, simplesmente apareceu )

E hoje sentes que ultrapassaste o ex?
Mesmo que ele faça questão de marcar presença na tua vida? Não te trás momentos de confusão?

Aproveito para perguntar ao sexo masculino que frequenta o fórum: como sentem as saudades dos vossos filhos? Como suportam estar algumas semanas sem os verem (não pondo em causa que os amam) sem esta sensação de desespero que sinto na maior parte das mulheres com filhos e que têm de passar por essa separação?

NRibeiro escreveu:

E hoje sentes que ultrapassaste o ex?
Mesmo que ele faça questão de marcar presença na tua vida? Não te trás momentos de confusão?

Cada caso é um caso... e como perguntas directamente. Eu sou das div que continua a amar o ex (penso que o contrário também se verifica), mas reconhece que a convivência como casal era impossível e não nos estava a fazer bem. Estivemos 3 anos em tentativas... O amor pelo meu ex não me impede de o deixar viver a sua vida sem eu querer saber o que é que ele anda a fazer, e ele faz o mesmo comigo. É uma aprendizagem!

Não te quero magoar, NRibeiro, mas deixa de pensar no teu ex e no que sentes por ele um bocadinho... Enquanto os tus pensamentos estiverem aí é muito complicado viveres a tua vida. E tu e os teus filhos têm que ser o teu projecto neste momento. Deixa-o partir se é isso que ele quer.

DH

NRibeiro
estás muito magoada, muito sensível e ainda bem que desabafas connosco porque só te faz bem. Guardar as mágoas dentro de nós torna-nos pessoas frias.
Tive essas dúvidas todas de que falas, com a diferença que estava grávida da primeira filha. A esperança da reconciliação não desaparece assim tão rápido. E mesmo quando te sentires melhor e pensares que já o esqueceste, de vez em quando essa esperança reaparece, até porque são anos em comum e é o pai dos teus filhos. Tenta sempre levar tudo com muita calma e tomar decisões com lucidez, o ódio cega-nos os olhos e depois arrependemo-nos. Sei que é dificil, muito, mas sentir-te-ás leve e com a certeza que fizeste tudo bem, como deveria ser.
As palavras do tounessa fizeram-me chorar.
Pessoalmente não gosto muito de nomes compridos por isso escolho Leonor.

Muita força nestes tempos que se avizinham, tu és forte, vais conseguir. Conta connosco sempre que precisares!

Se pensar friamente no meu problema, neste momento, e que tanto me faz sofrer é o que facilmente identificaram: penso constantemente nele e não em mim...

Como separar as coisas? Até alguns dias atrás nunca pensava em mim sem pensar também nele. Agora subitamente (e porque ele assim decidiu) só devo pensar em mim! E incrivelmente esse é um hábito díficil de largar.

Incrivelmente, sempre que o tounessa escreve fico mais calma com o que leio...Dá-me esperanças num amanhã um pouco mais feliz. Mas à medida que as horas passam e a sensação de "Realmente é o fim" volta a atacar, fico angustiada.

Tem sido este fórum, as vossas palavras e testemunhos que me têm ajudado a continuar e a viver momento de alguma "tranquilidade".
Vivo na esperança de um dia poder dar uma palavra de conforto a uma recém separada/o, e dizer-lhe que as coisas vão melhorar, acreditando nas minhas próprias palavras.

Nunca vou ter palavras suficientes para agradecer o vosso apoio, sem esperar nada em troca, sem qualquer laço afectivo que nos una...

Obrigada a todos

NRibeiro escreveu:

Aproveito para perguntar ao sexo masculino que frequenta o fórum: como sentem as saudades dos vossos filhos? Como suportam estar algumas semanas sem os verem (não pondo em causa que os amam) sem esta sensação de desespero que sinto na maior parte das mulheres com filhos e que têm de passar por essa separação?

Respondo com esta citação minha do tópico Os dias que nos vamos abaixo

Unfug escreveu:

Porquê passa o tempo tão devagar quando não estou com os filhotes?
Quanto tempo (semanas, meses, algum dia?) são necessários para estar á vontade nestes dias?
Não sentir que é injusto para eles?
Sentir-me completo? Como homem como pai?

Resumindo: só estou verdadeiramene bem qd eles estão comigo. Felizmente (digo felizmente em comparação com o tradicional 2 fds/semana) é semana sim, semana não.
Infelizmente já que gostaria estar sempre com eles e de não ter necessidade de falar com eles ao telefone praticamente todos os dias da semana em que estão com a mãe.
Infelizemnte pq ainda não me conformei de não lhes proporcionar uma vida familiar "normal" com a presença do pai e da mãe.
Mas é assim a vida e como já foi dito aqui inumeras vezes. quem não nos quer não nos merece!

Ridículo...
Estou ansiosa que esta novela termine pois está a dar-me cabo dos nervos!!

Depois do telefonema do pai a dizer que queria estar com o filho hoje (e ter aproveitado para entretanto me magoar ainda mais) hoje ligou-me 2 vezes.
Não atendi nenhuma das vezes pois felizmente não estava por perto...também não liguei de volta pois a vontade de falar com ele é nenhuma!!

Assim, restou-me a solução dos cobardes sms no qual apenas disse:
Não pude atender
A mochila do Afonso está no colégio.
Hora de regresso a casa 22h.

Sabem o que me respondeu??
O Afonso janta comigo?

Mas o que é que ele tinha na cabeça? Ir ver o filho dar 2 voltinhas e devolver à mãe para banho e jantar?? E ups...lá vou eu àminha vidinha com a consciência tranquila de já ter ido ver o meu filho!!!

Não, não, não!!!
Isso era quando estávamos juntos e eu tapava todos os buracos!
Agora 1 dia por semana, todas as semanas tem que estar com o filho e saber o que é ter de sair mais cedo de uma reunião, mesmo quando é essencial a nosso presença, pois alguém tem de ir buscar o filho ao colégio e assumir todas as responsabilidades inerentes a essa situação.

Sim, porque ele só dava jantar ao filho nos dias de festa!!!!


Ridículo...

A minha tristeza está a consumir-me!!!
Orgulhosa de mim que eu ontem estava por ter conseguido marcar uma posição!!!

Para nada, simplesmente nada!
Ontem quando me foi levar o meu bébé a casa informou-me que para a semana vai para o estrangeiro trabalhar!! E pronto a decisão está tomada!!

Parece que cai num abismo!
Hoje faz 3 semanas que nos levantámos juntos da mesma cama...nunca adivinharia o que iria acontecer neste período: saiu de casa, arranjou outra casa, desligou-se de nós e aceitou um projecto no estrangeiro!!

É possível sermos tão pouco na vida de outro?
Sermos varridos para baixo do tapete?
Tratados como empecilhos que impediam um estilo de vida "melhor"

Termos dado todo o nosso amor e agora alguém olhar para nós como se fossemos invisíveis, e como se em tempo algum tivessemos significado alguma coisa?

Estou a afundar-me e não tenho mais forças...para piorar hoje vai levar o meu bébé para passar uma semana de férias com a avó!!

As minhas energias acabaram! Já nada me apetece, já nada me entusiasma, já nada faz sentido!

Ai querida... Deus escreve direito por linhas tortas...

O meu ex ameçou mais de mil vezes que ia para o estrangeiro... sinceramente lamento imenso que ele não tenha ido... que dasaparecesse do mapa... pois so da sinal para destabilizar...

Quem sabe se não será melhor assim... Lembro-me de ha bem pouco tempo ter lido por aqui que desejavas que ele desaparecesse... O desejo vai concretizar-se...

Sei que nestes periodos os nossos sentimentos são contraditorios... e as vezes não sabes se o amas ou odeias... Mas a poeira vai a sentir... Quando ele se for embora vais focar-te de vez na tua vida... e com o tempo vais sentir-te mais serena...

E querida nesta semana que vem... aqui estamos nós... forumeiros sempre presentes e prontos a oferecer-te colinho... Eu sei que custa muito quando eles levam os nossos tesouros... mas daqui a uma semana ja tens o teu principe ctg outra vez

alice.rosa

Mas foi tudo tão rápido...não tive tempo para me mentalizar para me preparar!!
Tudo está resolvido sem que eu tenh tido a mínima intervenção quando à muito pouco tempo atrás ele não comprava uns sapatos sem mim...

Que força tão grande o move para estar longe de mim...pior...de nós?

Sinto-me a enlouquecer!

Mas a vida é assim... As vezes podemos pensar que temos algum poder sobre o outro... mas é pura ilusão..


Qunado se toma uma decisão de se separar engloba uma mudança total, na vida, na maneira de estar e de agir... Se assim não for não se consegue chegar á meta pretendida e desiste-se a meio...

Tens de acalmar e aceitar a separação... compreendo a tua magoa... a tua tristeza... a tua desorientação...

Mas foca-te no futuro... chora o que tiveres que chorar para poderes enterrar essa dor e começares a viver a TUA VIDA

O grande problema é esse não é?
Não aceito a separação!
Não aceito que terminou!

Eu percebo que queira mudar mas a maior parte de nós muda a casa, o corte de cabelo, o estilo de vestir...não opta por cortar com todos os laços.

Todo o sentimento morreu?

E como é possível que com 25 anos sejas tão focada, taõ objectiva e com uma clareza sobre a natureza humana?
Contas com a minha admiração!

Obrigada querida...

O crescimento tem sido á base de muita dor e magoa...

Mas no outro dia estava aqui a ler umas coisas, e percebi que a minha maior qualidade é nunca perder o sentido de humor e o norte... Lembro-me de momentos muito dificeis da minha vida... e apesar das magoas e das muitas lagrimas, lembro-me que pelo meio esboçava um sorriso ou até uma gargalhada...

Quanto estamos mesmo no fundo do poço, aprendemos a dar valor a pequenas coisas e a ver o lado possitivo... Quem não tiver essa capacidade e não conseguir remar contra a maré que nos empurra para baixo não chega a ver a luz... E eu não podia criar as minhas filhas no escuro, entendes?? Pensa nisso

Pensa só em ti e no teu filho neste momento. Não nele. Dói muito "perder" alguém, mas caramba, então se superamos a morte dum filho não superamos que um gajo se vá embora? Claro que sim. Tem de ser!
És saudável, tens um filho, uma casa, trabalho, que queres mais?
Deixa-o ir! Seguir o seu rumo!
Segue tu também o teu!
Se já leste posts meus, o meu mundo ruíu quando o meu ex saíu de casa atrás duma paixão com metade da idade dele. Mas hoje já tenho um novo amor, sou feliz, amada e ainda bem que ele foi embora, se era para ter encontrado esta nova pessoa. Entendes linda?! Fecha-se uma porta...
E se te faz sentir melhor, vou contar-te o seguinte: há cerca de 2 semanas e depois de 2 anos de ter saido de casa e de ter inclusivé casado, o meu ex ligou-me e acabou por me confessar que a separação também foi dificil para ele e que me amou muito. Estás a ver? E foi ele que pôs fim a tudo, que nos abandonou!
Nunca é de ânimo leve que se termina uma relação. Não entendas isso como se nunca tivesses sido importante para ele. Porque não é verdade!
Cada um arranja é uma forma de lidar com a situação. O meu ex quando saíu de casa também foi viver para Cabo Verde. Até porque estava lá a trabalhar e conheceu-a lá. E foi melhor para mim. Olhos que não vêem...
Contigo será o mesmo. E olha, quando virares a esquina, terás a estrada toda por tua conta... E vais virar...
Forçinha e ama-te acima de tudo

Focar-me em mim e no meu filho...vou tentar, tentar, tentar, até que consiga.

Mas analu sou inteligente ao ponto de saber que mais cedo ou mais tarde esta dor tem de terminar, nãó é? Mas o momento tenho que passá-lo esse está a custar como provavelmente o teu deve ter custado a passar.
E é essa dor que me tolda o raciocínio.

Todos me dizem que o facto de estar grávida me deveria dar forças!! Também entendo e eu diria o mesmo a alguém que estivesse nesta situação, mas a verdade é que ver a barriga crescer faz-me sentir uma saudade imensa de o ter ao meu lado e de sentir a mão dele a passar na minha barriga. Resumindo: queria sentir-me amada como mulher e não apenas como mãe, filha, sobrinha,...

Claro que leio histórias bem mais difícies que a minha. Afinal de contas tenho uma família que me apoia, não passo dificuldades, tenho um filho lindo, lindo que adora a mamã mas tenho de lidar com um sentimento muito difícil (e por favor, não me julguem pelo que vou escrever):
- por um lado a felicidade de ir ter um bébé;
- por outro a infelicidade de estar grávida de um homem que tanto mal me está a fazer...

Tenho de seguir o meu rumo, é bem verdade mas tudo em meu redor é o meu ex:
- a casa onde moro;
- a cara do meu filho;
- a gravidez
- ...

Existem momentos que respiro e penso "Tudo vai correr bem...tu consegues" mas noutros lembro-me dele abraçado a mim a dizer que nada nos iria separar! Seríamos um do outro para sempre!


Trabalho todos os dias para "varrer" estes pensamentos de coitadinha, da grávida abandonada, de esperanças infundadas de reconciliações...muito com o vosso apoio...mas o enfrentar que tudo realmente acabou está a ser complicado...muito complicado!

Olha, se calhar é o melhor que te podia ter acontecido nesta altura... vai doer, vai custar, mas essa distância vai ser boa para te focares em ti e sem o fantasma dele sempre a rondar...

Agora pensa, já viste a atitude dele? Separa-se contigo grávida e vai-se embora tratar da vida dele, egoísmo, imaturidade e nenhum senso de responsabilidade, desculpa se pareço dura, mas é mesmo a minha opinião. E achas que alguém assim faz alguém feliz? Agora ele que vá dar uma volta, dê muitas cabeçadas na vida e cresça...

Eu sei o quanto dói querida. Se sei. Foi o meu único namorado, conheci-o com 15 anos, casei com 19. Tive ao lado dele para o o melhor e para o pior 23 anos da minha vida e dum dia para o outro sou trocada por outra com metade da minha idade. Então não sei a dor, a revolta que dá?!
Quando casei sentia-me a Alice no país das maravilhas. Mas nem eu era uma princesa, nem ele era um príncipe e não existia o "e foram felizes para sempre". Somos apenas duas pessoas comuns, com todas as nossas falhas, os nossos erros e as nossas limitações. Nada a fazer!
Só se vive uma vez! Agora eu aceito e entendo que o meu ex só tinha era de procurar a felicidade dele, se esta já não estava do meu lado. Agora, que essa busca fira outras pessoas, que tenham de ser deixadas para trás... É inevitável! São os chamados danos colaterais. Quantas pessoas para não terem de o fazer, vivem infelizes uma vida inteira, ao lado de quem já não amam?! E será que vale a pena tanta abnegação? O outro agradece tanto sacrifício?!
Enfim, questões difíceis... Mas quem disse que viver é fácil???

Já te enviei PM. As nossas histórias parecem iguais.

NRibeiro escreveu:

Focar-me em mim e no meu filho...vou tentar, tentar, tentar, até que consiga.

E vais conseguir! Eu também consegui, ou vou conseguindo... Mas é uma aprendizagem que se faz todos os dias. Tem avanços - não te vou mentir, mas falo por mim - lentos, e retrocessos...

Citação :

Mas analu sou inteligente ao ponto de saber que mais cedo ou mais tarde esta dor tem de terminar, nãó é? Mas o momento tenho que passá-lo esse está a custar como provavelmente o teu deve ter custado a passar.

Mais tarde ou mais cedo vai terminar, a minha dor já é diferente do que era há um ano atrás. Já te disse e disseram, o tempo é um grande amigo. Agora sentes uma ferida aberta mas há-de acabar por transformar-se numa cicatriz com que vais ser capaz de viver, acredita.

Citação :

E é essa dor que me tolda o raciocínio.

E doi tanto, não é? Para mim este sofrimento transformava-se até em dor física, literalmente um aperto no peito, nó no estômago, a cabeça a andar à roda. Nada podia fazer, nem tomar, claro, porque estava grávida. Perdi todo o apetite, cheguei a emagrecer quando devia estar a engordar no último trimestre de gravidez, sabendo que isso se ia repercutir no desenvolvimento fetal do meu filho. Não conseguia rir-me nem brincar com a minha filhota. Já aqui contei o que me aconteceu no dia em que descobri que ele dormia com outra. Resumindo, cheguei a casa a chorar, abri a janela da sala para apanhar ar que me aliviasse e olhei lá para baixo e teve o pensamento mais estúpido. Mas logo a seguir senti o meu filho a mexer-se na minha barriga. Fiz-lhe uma festa e sosseguei-o "nós vamos vencer isto, aquele homem não nos merece"!
Custa, pois custa. Não há outra maneira de atravessar o deserto sem sentir o seu calor infernal. Mas eu acredito que conseguimos atravessá-lo.

Citação :

Todos me dizem que o facto de estar grávida me deveria dar forças!! Também entendo e eu diria o mesmo a alguém que estivesse nesta situação, mas a verdade é que ver a barriga crescer faz-me sentir uma saudade imensa de o ter ao meu lado e de sentir a mão dele a passar na minha barriga. Resumindo: queria sentir-me amada como mulher e não apenas como mãe, filha, sobrinha,...

Parece que fui eu quem escreveu isto há 16 meses atrás. Sei tão bem o que é isso, é normal que te sintas assim. Não estás sozinha.

Citação :

Claro que leio histórias bem mais difícies que a minha. Afinal de contas tenho uma família que me apoia, não passo dificuldades, tenho um filho lindo, lindo que adora a mamã mas tenho de lidar com um sentimento muito difícil (e por favor, não me julguem pelo que vou escrever):
- por um lado a felicidade de ir ter um bébé;
- por outro a infelicidade de estar grávida de um homem que tanto mal me está a fazer...

Tenho de seguir o meu rumo, é bem verdade mas tudo em meu redor é o meu ex:
- a casa onde moro;
- a cara do meu filho;
- a gravidez
- ...

Também tive e tenho uma família fantástica a apoiar-me e dois filhos lindos mas eu queria era a ele, ele que também me fez tanto mal, que foi capaz de deixar-me com um filho na barriga e outra pela mão, para ir morar com outra, que nunca mais quis contribuir para o sustento dos filhos (ele sabia que a minha família ia ajudar), nem o parto ou consultas médicas ou uma lata de leite pagou, que chegou a agredir-me físicamente quando ainda vivíamos juntos, que me fazia sentir um zero, humilhava-me... Mas eu, ainda assim, vivia na esperança que aquele homem quisesse voltar para mim e para os nossos filhos, que tivesse um momento de iluminação e visse que estava a cometer o maior erro da vida dele.
Também fiquei a morar na casa cheia de recordações, onde fomos felizes, a minha filha é tão parecida com o pai e o meu filho começa a ser também.
Sabes, termos de lidar com esta dor torna-nos mais fortes. Podes não sentir isso agora, mas vai acontecer.

Citação :

Existem momentos que respiro e penso "Tudo vai correr bem...tu consegues" mas noutros lembro-me dele abraçado a mim a dizer que nada nos iria separar! Seríamos um do outro para sempre!

Vai correr bem! Vais ultrapassar, estamos cá para te ouvir.

Citação :

Trabalho todos os dias para "varrer" estes pensamentos de coitadinha, da grávida abandonada, de esperanças infundadas de reconciliações...muito com o vosso apoio...mas o enfrentar que tudo realmente acabou está a ser complicado...muito complicado!

Eu sei que é complicado. Eu andei uns bons tempos (e acho que falo pela maior parte das pessoas que se viram nesta situação) em estado de choque. Não reagia ou então, parecia que nada se passava comigo, ignorava o assunto, até se admiravam como eu andava tão "bem". Porque tinha essa esperança infundada que o pesadelo ia acabar. Foi preciso ele fazer-me muito, chegou a agredir-me já depois do bebé nascer, para eu sair do estado de transe.
Há que reagir, por mais que custe. Eu deixei o meu bebé nascer, ainda pensei que ele mudasse ao ver o filho recém-nascido mas nada.

Também fui "mole", talvez por pensar que assim o reconquistava. Deixava-o vir a casa ver os filhos quando ele queria, nem lhe perguntava quando é que começava a pagar algum tostão para eles comerem, aguentei com imensa tristeza a total indiferença dele perante o filho e no que deu? Quando eu resolvi resolver civilizadamente a situação bateu-me e pôs-me uma acção em tribunal pela guarda dos meninos. Eu devia ter agido enquanto ele andava mais aluado com a outra, sem querer saber de mais nada. Mas andava em choque, a flutuar...

Primeiro tens de fazer uma coisa que te parece impossível agora: enfrentar a situação e pensar no que deves - atenção: não é o que queres, mas o que deves - fazer da tua vida. E depois age, defende-te, planeia e fala com ele. Vocês têm de falar - algo que eu me arrependo de não ter feito logo porque tinha medo de "espantar a caça" - custe o que custar. Há muita coisa por dizer não há? Mas fá-lo sempre de queixo para cima, afinal, quem se portou mal foi ele. Tu não és coitadinha, coitadinho é ele por ter uma personalidade tão medíocre.

analu escreveu:

Eu sei o quanto dói querida. Se sei. Foi o meu único namorado, conheci-o com 15 anos, casei com 19. Tive ao lado dele para o o melhor e para o pior 23 anos da minha vida e dum dia para o outro sou trocada por outra com metade da minha idade. Então não sei a dor, a revolta que dá?!
Quando casei sentia-me a Alice no país das maravilhas. Mas nem eu era uma princesa, nem ele era um príncipe e não existia o "e foram felizes para sempre". Somos apenas duas pessoas comuns, com todas as nossas falhas, os nossos erros e as nossas limitações. Nada a fazer!
Só se vive uma vez! Agora eu aceito e entendo que o meu ex só tinha era de procurar a felicidade dele, se esta já não estava do meu lado. Agora, que essa busca fira outras pessoas, que tenham de ser deixadas para trás... É inevitável! São os chamados danos colaterais. Quantas pessoas para não terem de o fazer, vivem infelizes uma vida inteira, ao lado de quem já não amam?! E será que vale a pena tanta abnegação? O outro agradece tanto sacrifício?!
Enfim, questões difíceis... Mas quem disse que viver é fácil???

analu, vou ter que discordar dos danos colaterais... magoar outras pessoas no processo eu entendo, mas a falta de responsablidade nesse processo não...

Pensa k pelo menos já estas a sofrer tudo, por isso daqui para a frente sabes k so podes contar contigo e tu és forte e vais conseguir!!! Tem fé em ti e acredita em ti.

Um dia de cada vez, uma hora de cada vez.

Força!!!