Número de Mensagens : 2845 Data de inscrição : 08/05/2009
Assunto: Re: Para ler e refletir... Qua Out 20, 2010 11:20 am
susy. .
Número de Mensagens : 5136 Data de inscrição : 21/09/2010
Assunto: Re: Para ler e refletir... Qui Out 21, 2010 3:10 am
A importância de saber chegar a casa
Mário Cordeiro, pediatra, disse na semana passada numa conferência organizada pelo Departamento de Assuntos Sociais e Culturais da Câmara Municipal de Oeiras, que muitas birras e até problemas mais graves poderiam ser evitados se os pais conseguissem largar tudo quando chegam a casa para se dedicarem inteiramente aos seus filhos durante dez minutos. Ao fim do dia os filhos têm tantas saudades dos pais e têm uma expectativa tão grande em relação ao momento da sua chegada a casa que bastava chegar, largar a pasta e o telemóvel e ficar exclusivamente disponível para eles, para os saciar. Passados dez minutos eles próprios deixam os pais naturalmente e voltam para as suas brincadeiras. Estes dez minutos de atenção exclusiva servem para os tranquilizar, para eles sentirem que os pais também morrem de saudades deles e que são uma prioridade absoluta na sua vida. Claro que os dez minutos podem ser estendidos ou até encurtados conforme as circunstâncias do momento ou de cada dia. A ideia é que haja um tempo suficiente e de grande qualidade para estar com os filhos e dedicar-lhes toda a atenção. Por incrível que pareça, esta atitude de largar tudo e desligar o telemóvel tem efeitos imediatos e facilmente verificáveis no dia-a-dia. Todos os pais sabem por experiência própria que o cansaço do fim de dia, os nervos e stress acumulados e ainda a falta de atenção ou disponibilidade para estar com os filhos, dão origem a uma espiral negativa de sentimentos, impaciências e birras. Por outras palavras, uma criança que espera pelos pais o dia inteiro e, quando os vê chegar, não os sente disponíveis para ela, acaba fatalmente por chamar a sua atenção da pior forma. Por tudo isto e pelo que fica dito no início sobre a importância fundamental que os pais-homem têm no desenvolvimento dos seus filhos, é bom não perder de vista os timings e perceber que está nas nossas mãos fazer o tempo correr a nosso favor.
in Boletim de Julho da Acreditar
susy. .
Número de Mensagens : 5136 Data de inscrição : 21/09/2010
Assunto: Re: Para ler e refletir... Qui Out 21, 2010 3:11 am
Texto de Affonso Romano de Sant'Anna
Há um período em que os pais vão ficando órfãos dos seus próprios filhos. É que as crianças crescem independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados. Crescem sem pedir licença à vida. Crescem com uma estridência alegre e, às vezes, com alardeada arrogância. Mas não crescem todos os dias de igual maneira. Crescem de repente.
Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maturidade que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura. Onde é que andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu? Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços e o primeiro uniforme do Maternal? A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça! Ali estão muitos pais ao volante, esperando que eles saíam esfuziantes sobre patins e cabelos longos, soltos. Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão nossos filhos com o uniforme de sua geração: incómodas mochilas da moda nos ombros. Ali estamos, com os cabelos esbranquiçados. Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias, e da ditadura das horas. E eles crescem meio amestrado, observando e aprendendo com nossos acertos e erros. Principalmente com os erros que esperamos que não repitam.
Há um período em que os pais vão ficando um pouco órfãos dos próprios filhos. Não mais os pegaremos nas portas das discotecas e das festas. Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judo. Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer para ouvir sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, pôsteres, agendas coloridas e discos ensurdecedores. Não os levamos suficientemente ao Playcenter, ao Shopping, não lhes demos suficientes hambúrgueres e cocas, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado. Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afecto.
No princípio subiam a serra ou iam à casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, natais, Páscoas, piscina e amiguinhos.
Sim, havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes e cantorias sem fim. Depois chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e os primeiros namorados.
Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daquelas "pestes". Chega o momento em que só nos resta ficar de longe torcendo e rezando muito (nessa hora, se a gente tinha desaprendido, reaprende a rezar) para que eles acertem nas escolhas em busca de felicidade. E que a conquistem do modo mais completo possível. O jeito é esperar: qualquer hora pode nos dar netos. O neto é a hora do carinho ocioso e estucado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer connosco. Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho. Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afecto. Por isso é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que eles cresçam.· Aprendemos a ser filhos depois que somos pais. Só aprendemos a ser pais depois que somos avós..."
mbprincesa .
Número de Mensagens : 3761 Data de inscrição : 16/07/2010
Assunto: Re: Para ler e refletir... Sáb Out 23, 2010 4:57 am
REVOLUÇÃO DA ALMA
Aristóteles, filósofo grego, escreveu este texto " Revolução da Alma“ no ano 360 A.C. e é eterno.
Ninguém é dono da sua felicidade, por isso não entregue a sua alegria, a sua paz, a sua vida nas mãos de ninguém, absolutamente ninguém. Somos livres, não pertencemos a ninguém e não podemos querer ser donos dos desejos, da vontade ou dos sonhos de quem quer que seja. A razão da sua vida é você mesmo. A tua paz interior é a tua meta de vida, quando sentires um vazio na alma, quando acreditares que ainda te falta algo, mesmo tendo tudo, remete o teu pensamento para os teus desejos mais íntimos e procura a divindade que existe em ti. Para de colocar a tua felicidade cada dia mais distante de ti. Não coloques objetivos longe demais das tuas mãos, abraça os que estão ao seu alcance hoje. Se andas desesperado por problemas financeiros, amorosos, ou de relacionamentos familiares, procura no teu interior a resposta para te acalmar, tu és o reflexo do que pensas diariamente. Para de pensar mal de ti mesmo(a), e sê o teu melhor amigo(a) sempre. Sorrir significa aprovar, aceitar, felicitar. Então abre um sorriso para aprovar o mundo que te quer oferecer o melhor. Com um sorriso no rosto as pessoas terão as melhores impressões de ti, e tu estarás a afirmar para ti mesmo, que está "pronto"para ser feliz. Trabalha, trabalha muito a teu favor. Para de esperar a felicidade sem esforços. Para de exigir das pessoas aquilo que nem tu conquistaste ainda. Critica menos, trabalha mais. E, não te esqueças nunca de agradecer. Agradece tudo que tem sua tua vida nesse momento, inclusive a dor. A nossa compreensão do universo, ainda é muito pequena para julgar o que quer que seja na nossa vida. "A grandeza não consiste em receber honras, mas em merecê-las."
its43v3r .
Número de Mensagens : 1093 Data de inscrição : 02/11/2009
Assunto: Re: Para ler e refletir... Sáb Out 23, 2010 5:53 am
excelente mbprincesa
reideespadas .
Número de Mensagens : 1421 Data de inscrição : 09/06/2010
Assunto: Re: Para ler e refletir... Sáb Jan 22, 2011 5:29 pm
Sei que há por ai um topico de poemas, mas não o encontrei e como acho que aqui tambem não fica mal. Não sou muito dado a esta coisa de poemas mas li gostei e não podia deixar de partilhar
A escada da vida
Encontrou-se a caridade, Com orgulho, certo dia, Subia o orgulho uma escada, E a caridade descia.
Ela humilde, ele arrogante, No patamar dessa escada, Os dois, cruzando-se, viram, Uma rosinha pisada
Emproado, o orgulho, vendo-a, Deu-lhe nova pisadela, De joelhos, a caridade, Deitou-se aos beijos a ela.
Mas nobres passos se ouviram, De som divino e tremendo, O orgulho seguiu subindo, E a caridade descendo.
E a voz de deus entretanto. Disse, bramando e sorrindo, Tu que sobes vais descendo, Tu que desces vais subindo.
susy. .
Número de Mensagens : 5136 Data de inscrição : 21/09/2010
Assunto: Re: Para ler e refletir... Sex Mar 04, 2011 5:56 am
Partilho aqui algo que encontrei há pouco, e porque muitos dos temas do forum também giram à volta disto:
"Não é apenas o avanço tecnológico que marcou o início deste milênio.
As relações afetivas também estão passando por profundas transformações e revolucionando o conceito de amor. O que se busca hoje é uma relação compatível com os tempos modernos, na qual exista individualidade, respeito, alegria e prazer de estar junto, e não mais uma relação de dependência, em que um responsabiliza o outro pelo seu bem-estar.
A idéia de uma pessoa ser o remédio para nossa felicidade, que nasceu com o romantismo, está fadada a desaparecer neste início de século. O amor romântico parte da premissa de que somos uma fração e precisamos encontrar nossa outra metade para nos sentirmos completos. Muitas vezes ocorre até um processo de despersonalização que, historicamente, tem atingido mais a mulher. Ela abandona suas características para se amalgamar ao projeto masculino. A teoria da ligação entre os opostos também vem dessa raiz: o outro tem de saber o que eu não sei. Se sou manso, ele deve ser agressivo, e assim por diante. Uma idéia prática de sobrevivência e pouco romântica, por sinal.
A palavra de ordem deste século é parceria. Estamos trocando o amor de necessidade pelo amor de desejo. Eu gosto e desejo a companhia, mas não preciso, o que é muito diferente. Com o avanço tecnológico, que exige mais tempo individual, as pessoas estão perdendo o pavor de ficar sozinhas e aprendendo a conviver melhor consigo mesmas. Elas estão começando a perceber que se sentem fração, mas são inteiras. O outro, com o qual se estabelece um elo, também se sente uma fração. Não é príncipe ou salvador de coisa nenhuma. É apenas um companheiro de viagem. O homem é um animal que vai mudando o mundo e depois tem de ir se reciclando para se adaptar ao mundo que fabricou.
Estamos entrando na era da individualidade, o que não tem nada a ver com egoísmo. O egoísta não tem energia própria; ele se alimenta da energia que vem do outro, seja ela financeira ou moral. A nova forma de amor, tem nova feição e significado. Visa a aproximação de dois inteiros, e não a união de duas metades. E ela só é possível para aqueles que conseguirem trabalhar sua individualidade. Quanto mais o indivíduo for competente para viver sozinho, mais preparado estará para uma boa relação afetiva. A solidão é boa, ficar sozinho não é vergonhoso. Ao contrário, dá dignidade à pessoa. As boas relações afetivas são ótimas, são muito parecidas com o ficar sozinho, ninguém exige nada de ninguém e ambos crescem juntos.
Relações de dominação e de concessões exageradas são coisas do século passado. Cada cérebro é único. Nosso modo de pensar e agir não serve de referência para avaliar ninguém. Muitas vezes pensamos que o outro é nossa alma gêmea e, na verdade, o que fizemos foi inventá-lo ao nosso gosto.
Todas as pessoas deveriam ficar sozinhas de vez em quando, para estabelecer um diálogo interno e descobrir sua força pessoal. Na solidão, o indivíduo entende que a harmonia e a paz de espírito só podem ser encontradas dentro dele mesmo, e não a partir do outro. Ao perceber isso, ele se torna menos crítico e mais compreensivo quanto às diferenças, respeitando a maneira de ser de cada um.
O amor de duas pessoas inteiras é bem mais saudável. Nesse tipo de ligação há aconchego, o prazer da companhia e o respeito pelo ser amado.
Nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém, algumas vezes você tem que aprender a perdoar a si mesmo…
“A PIOR SOLIDÃO É AQUELA QUE SE SENTE QUANDO ACOMPANHADO”.
(Flávio Gilkovate)
reideespadas .
Número de Mensagens : 1421 Data de inscrição : 09/06/2010
Assunto: Re: Para ler e refletir... Sex Mar 04, 2011 11:32 pm
Desta vez é para ver e reflectir, sobre este pequeno video de prevenção rodoviária
tounessa .
Número de Mensagens : 2288 Data de inscrição : 12/10/2008
Assunto: Re: Para ler e refletir... Sáb Mar 19, 2011 4:12 pm
Pensar o meu país. De repente toda a gente se pôs a um canto a meditar o país. Nunca o tínhamos pensado, pensáramos apenas os que o governavam sem pensar. E de súbito foi isto. Mas para se chegar ao país tem de se atravessar o espesso nevoeiro da mediocralhada que o infestou. Será que a democracia exige a mediocridade? Mas os povos civilizados dizem que não. Nós é que temos um estilo de ser medíocres. Não é questão de se ser ignorante, incompetente e tudo o mais que se pode acrescentar ao estado em bruto. Não é questão de se ser estúpido. Temos saber, temos inteligência. A questão é só a do equilíbrio e harmonia, a questão é a do bom senso. Há um modo profundo de se ser que fica vivo por baixo de todas as cataplasmas de verniz que se lhe aplicarem. Há um modo de se ser grosseiro, sem ao menos se ter o rasgo de assumir a grosseria. E o resultado é o ridículo, a fífia, a «fuga do pé para o chinelo». O Espanhol é um «bárbaro», mas assume a barbaridade. Nós somos uns campónios com a obsessão de parecermos civilizados. O Francês é um ser artificioso, mas que vive dentro do artifício. O Alemão é uma broca ou um parafuso, mas que tem o feitio de uma broca ou de um parafuso. O Italiano é um histérico, mas que se investe da sua condição no parlapatar barato, na gritaria. O Inglês é um sujeito grave de coco, mas que assume a gravidade e o ridículo que vier nela. Nós somos sobretudo ridículos porque o não queremos parecer. A politiqueirada portuguesa é uma gentalha execranda, parlapatona, intriguista, charlatã, exibicionista, fanfarrona, de um empertigamento patarreco — e tocante de candura. Deus. É pois isto a democracia?
pbm .
Número de Mensagens : 2765 Data de inscrição : 16/12/2010
Assunto: Re: Para ler e refletir... Seg Mar 21, 2011 5:36 am
A morte: uma grande realidade!!!
Um homem morreu intepestivamente. Ao dar-se conta, viu que se aproximava um ser muito especial que não se pareciacom nenhum ser humano. Trazia uma maleta consigo e disse-lhe:
Bem amigo...é hora de irmos...sou a morte...
O homem assombrado perguntou à morte: Já??? Tenho muitos planos para breve...
Sinto muito amigo, mas é o momento da sua partida...
O que trazes nessa maleta? - perguntou o homem
E a morte respondeu-lhe: OS SEUS PERTENCES!!!
Os meus pertences? São as minhas coisas, as minhas roupas , o meu dinheiro? Não amigo, as coisas materiais que tinhas nunca te pertenceram, eram da Terra...
Trazes as minhas recordações? Não amigo, essas não vem contigo, nunca te pertenceram...eram do tempo...
Trazes os meus talentos? Não amigo, estes nunca te pertenceram, eram das circunstâncias...
Trazes os meus amigos e familiareS? Não amigo, esses nunca te pertenceram, eram do caminho...
Trazes a minha mulher e os meus filhos? Não amigo, estes nunca te pertenceram, eram do coração...
Trazes o meu corpo? Não amigo, este nunca te pertenceu, era da terra...
Então trazes a minha alma? Não amigo, esta nunca te pertenceu, era do universo...
Então o homem cheio de medo arrebatou a maleta e abriu-a... e deu-se conta de que estava vazia... Com uma lágrima de desamparo a brotar dos seus olhos, o homem disse à morte:
Nunca tive nada? Tiveste sim meu amigo... - respondeu a morte... Cada um dos momentos que viveste foram só teus...A vida é um só momento, é uma sequência de momentos...cada momento todo teu e só teu. Desfruta-o na sua totalidade!!!
VIVE AGORA!!! VIVE A TUA VIDA!!! E NÃO TE ESQUEÇAS DE SER FELIZ!!!
jbsn .
Número de Mensagens : 4219 Data de inscrição : 18/10/2010
Assunto: Re: Para ler e refletir... Qui Mar 31, 2011 7:50 am
Isto é lindo. By MEC
"Um Segredo de um Casamento Feliz
Desde que a Maria João e eu fizemos dez anos de casados que estou para escrever sobre o casamento. Depois caí na asneira de ler uns livros profissionais sobre o casamento e percebi que eu não percebo nada sobre o casamento.
Confesso que a minha ambição era a mais louca de todas: revelar os segredos de um casamento feliz. Tendo descoberto que são desaconselháveis os conselhos que ia dar, sou forçado a avisar que, quase de certeza, só funcionam no nosso casamento.
Mas vou dá-los à mesma, porque nunca se sabe e porque todos nós somos muito mais parecidos do que gostamos de pensar.
O casamento feliz não é nem um contrato nem uma relação. Relações temos nós com toda a gente. É uma criação. É criado por duas pessoas que se amam.
O nosso casamento é um filho. É um filho inteiramente dependente de nós. Se nós nos separarmos, ele morre. Mas não deixa de ser uma terceira entidade.
Quando esse filho é amado por ambos os casados - que cuidam dele como se cuida de um filho que vai crescendo -, o casamento é feliz. Não basta que os casados se amem um ao outro. Têm também de amar o casamento que criaram.
O nosso casamento é uma cultura secreta de hábitos, métodos e sistemas de comunicação. Todos foram criados do zero, a partir do material do eu e do tu originais.
Foram concordados, são desenvolvidos, são revistos, são alterados, esquecidos e discutidos. Mas um casamento feliz com dez anos, tal como um filho de dez anos, tem uma personalidade mais rica e mais bem sustentada, expressa e divertida do que um bebé com um ano de idade.
Eu só vivo desta maneira - que é o nosso casamento - vivendo com a Maria João, da maneira como estamos um com o outro, casados. Nada é exportável. Não há bocados do nosso casamento que eu possa levar comigo, caso ele acabe.
O casamento é um filho carente que dá mais prazer do que trabalho. Dá-se de comer ao bebé mas, felizmente, o organismo do bebé é que faz o trabalho dificílimo, embora automático, de converter essa comida em saúde e crescimento.
Também o casamento precisa de ser alimentado mas faz sozinho o aproveitamento do que lhe damos. Às vezes adoece e tem de ser tratado com cuidados especiais. Às vezes os casamentos têm de ir às urgências. Mas quanto mais crescem, menos emergências há e melhor sabemos lidar com elas.
Se calhar, os casais apaixonados que têm filhos também ganhariam em pensar no primeiro filho que têm como sendo o segundo. O filho mais velho é o casamento deles. É irmão mais velho do que nasce e ajuda a tratar dele. O bebé idealmente é amado e cuidado pela mãe, pelo pai e pelo casamento feliz dos pais.
Se o primeiro filho que nasce é considerado o primeiro, pode apagar o casamento ou substitui-lo. Os pais jovens - os homens e as mulheres - têm de tomar conta de ambos os filhos. Se a mãe está a tratar do filho em carne e osso, o pai, em vez de queixar-se da falta de atenção, deve tratar do mais velho: do casamento deles, mantendo-o romântico e atencioso.
Ao contrário dos outros filhos, o primeiro nunca sai de casa, está sempre lá. Vale a pena tratar dele. Em contrapartida, ao contrário dos outros filhos, desaparece para sempre com a maior das facilidades e as mais pequenas desatenções. O casamento feliz faz parte da família e faz bem a todos os que também fazem parte dela.
Os livros que li dão a ideia de que os casamentos felizes dão muito trabalho. Mas se dão muito trabalho como é que podem ser felizes? Os livros que li vêem o casamento como uma relação entre duas pessoas em que ambas transigem e transaccionam para continuarem juntas sem serem infelizes. Que grande chatice!
Quando vemos o trabalho que os filhos pequenos dão aos pais, parece-nos muito e mal pago, porque não estamos a receber nada em troca. Só vemos a despesa: o miúdo aos berros e a mãe aflita, a desfazer-se em mimos.
É a mesma coisa com os casamentos felizes. Os pais felizes reconhecem o trabalho que os filhos dão mas, regra geral, acham que vale a pena. Isto é, que ficaram a ganhar, por muito que tenham perdido. O que recebem do filho compensa o que lhe deram. E mais: também pensam que fizeram bem ao filho. Sacrificam-se mas sentem-se recompensados.Num casamento feliz, cada um pensa que tem mais a perder do que o outro, caso o casamento desapareça. Sente que, se isso acontecer, fica sem nada. É do amor. Só perdeu o casamento deles, que eles criaram, mas sente que perdeu tudo: ela, o casamento deles e ele próprio, por já não se reconhecer sozinho, por já não saber quem é - ou querer estar com essa pessoa que ele é.
Se o casamento for pensado e vivido como uma troca vantajosa - tu dás-me isto e eu dou-te aquilo e ambos ficamos melhores do que se estivéssemos sozinhos -, até pode ser feliz, mas não é um casamento de amor.
Quando se ama, não se consegue pensar assim. E agora vem a parte em que se percebe que estes conselhos de nada valem - porque quando se ama e se é amado, é fácil ser-se feliz. É uma sorte estar-se casado com a pessoa que se ama, mesmo que ela não nos ame.
Ouvir um casado feliz a falar dos segredos de um casamento feliz é como ouvir um bilionário a explicar como é que se deve tomar conta de uma frota de aviões particulares - quantos e quais se devem comprar e quais as garrafas que se deve ter no bar, para agradar aos convidados.
Dirijo-me então às únicas pessoas que poderão aproveitar os meus conselhos: homens apaixonados pelas mulheres com quem estão casados.
E às mulheres apaixonadas pelos homens com quem estão casadas? Não tenho nada a dizer. Até porque a minha mulher continua a ser um mistério para mim. É um mistério que adoro, mas constitui uma ignorância especulativa quase total.
Assim chego ao primeiro conselho: os homens são homens e as mulheres são mulheres. A mulher pode ser muito amiga, mas não é um gajo. O marido pode ser muito amigo, mas não é uma amiga.
Nos livros profissionais, dizem que a única grande diferença entre homens e mulheres é a maneira como "lidam com o conflito": os homens evitam mais do que as mulheres. Fogem. Recolhem-se, preferem ficar calados.
Por acaso é verdade. Os livros podem ser da treta mas os homens são mais fugidios.
Um vez de lutar contra isso, o marido deve ceder a essa cobardia e recolher-se sempre que a discussão der para o torto. Não pode ser é de repente. Tem de discutir (dizê-las e ouvi-las) um bocadinho antes de fugir.
Não pode é sair de casa ou ir ter com outra pessoa. Deve ficar sozinho, calado, a fumegar e a sofrer. Ele prende-se ali para não dizer coisas más.
As más coisas ditas não se podem desdizer. Ficam ditas. São inesquecíveis. Ou, pior ainda, de se repetirem tanto, banalizam-se. Perdem força e, com essa força, perde-se muito mais.
As zangas passam porque são substituídas pela saudade. No momento da zanga, a solidão protege-nos de nós mesmos e das nossas mulheres. Mas pouco - ou muito - depois, a saudade e a solidão tornam-se insuportáveis e zangamo-nos com a própria zanga. Dantes estávamos apenas magoados. Agora continuamos magoados mas também estamos um bocadinho arrependidos e esperamos que ela também esteja um bocadinho.
Nunca podemos esconder os nossos sentimentos mas podemos esconder-nos até poder mostrá-los com gentileza e mágoa que queira mimo e não proclamação.
Consiste este segredo em esperar que o nosso amor por ela nos puxe e nos conduza. A tempestade passa, fica o orgulho mas, mesmo com o orgulho, lá aparece a saudade e a vontade de estar com ela e, sobretudo, empurrador, o tamanho do amor que lhe temos comparado com as dimensões tacanhas daquela raivinha ou mágoa. Ou comparando o que ganhamos em permanecer ali sozinhos com o que perdemos por não estar com ela.
Mas não se pode condescender ou disfarçar. Para haver respeito, temos de nos fazer respeitar. Tem de ficar tudo dito, exprimido com o devido amuo de parte a parte, até se tornar na conversa abençoada acerca de quem é que gosta menos do outro.Há conflitos irresolúveis que chegam para ginasticar qualquer casal apaixonado sem ter de inventar outros. Assim como o primeiro dever do médico é não fazer mal ao doente, o primeiro cuidado de um casamento feliz é não inventar e acrescentar conflitos desnecessários.
No dia-a-dia, é preciso haver arenas designadas onde possamos marrar uns com os outros à vontade. No nosso caso, é a cozinha. Discutimos cada garfo, cada pitada de sal, cada lugar no frigorífico com desabrida selvajaria.
Carregamos a cozinha de significados substituídos - violentos mas saudáveis e, com um bocadinho de boa vontade, irreconhecíveis. Não sabemos o que representam as cores dos pratos nas discussões que desencadeiam. Alguma coisa má - competitiva, agressiva - há-de ser. Poderíamos saber, se nos déssemos ao trabalho, mas preferimos assim.
A cozinha está encarregada de representar os nossos conflitos profundos, permanentes e, se calhar, irresolúveis. Não interessa. Ela fornece-nos uma solução superficial e temporária - mas altamente satisfatória e renovável. Passando a porta da cozinha para irmos jantar, é como se o diabo tivesse ficado lá dentro.
Outro coliseu de carnificina autorizada, que mesmo os casais que não podem um com o outro têm prazer em frequentar, é o automóvel. Aí representamos, através da comodidade dos mapas e das estradas mesmo ali aos nossos pés, as nossas brigas primais acerca das nossas autonomias, direcções e autoridades para tomar decisões que nos afectam aos dois, blá blá blá.
Vendo bem, os casamentos felizes são muito mais dramáticos, violentos, divertidos e surpreendentes do que os infelizes. Nos casamentos infelizes é que pode haver, mantidas inteligentemente as distâncias, paz e sossego no lar.
in Público"
susy. .
Número de Mensagens : 5136 Data de inscrição : 21/09/2010
Assunto: Re: Para ler e refletir... Qui Mar 31, 2011 9:28 am
E reflectir... e reflectir... e reflectir... e pensar, que aqui pode estar descrita uma verdadeira alteração ao paradigma do casamento. Gostei!
pbm .
Número de Mensagens : 2765 Data de inscrição : 16/12/2010
Assunto: Re: Para ler e refletir... Qui Mar 31, 2011 10:25 am
luanegra .
Número de Mensagens : 263 Data de inscrição : 27/08/2010
Assunto: Re: Para ler e refletir... Qui Jun 16, 2011 9:40 am
"A vida me ensinou a dizer adeus às pessoas que amo, sem tirá-las do meu coração".
Charles Chaplin
luanegra .
Número de Mensagens : 263 Data de inscrição : 27/08/2010
Assunto: Re: Para ler e refletir... Qui Jun 16, 2011 9:47 am
"A casa da saudade chama-se memória: é uma cabana pequenina a um canto do coração."
(Coelho Neto)
Sofiaa .
Número de Mensagens : 1063 Data de inscrição : 13/02/2011
Assunto: Re: Para ler e refletir... Qui Jun 16, 2011 12:27 pm
De 5 estrelas o texto publicado no público!
luanegra .
Número de Mensagens : 263 Data de inscrição : 27/08/2010
Assunto: Re: Para ler e refletir... Sáb Jun 18, 2011 4:23 pm
"Era uma vez uma ilha, onde moravam todos os sentimentos: a Alegria, a Tristeza, a Sabedoria e todos os outros sentimentos. Por fim o amor. Mas, um dia, foi avisado aos moradores que aquela ilha iria afundar. Todos os sentimentos apressaram-se para sair da ilha.
Pegaram nos seus barcos e partiram. Mas o amor ficou, pois queria ficar mais um pouco com a ilha, antes que ela afundasse. Quando, por fim, estava quase afundando, o Amor começou a pedir ajuda. Nesse momento passou a Riqueza, num lindo barco. O Amor disse:
- Riqueza, leva me contigo. - Não posso. Há muito ouro e prata no meu barco. Não há lugar para ti.
Ele pediu ajuda a Vaidade.
- Vaidade, por favor, ajuda me. - Não posso ajudar te , Amor, estas todo molhado e podes estragar o meu barco novo.
Então, o amor pediu ajuda a Tristeza.
- Tristeza, leva me contigo. - Ah! Amor, estou tão triste, que prefiro ir sozinha.
Também passou a Alegria, mas ela estava tão alegre que nem ouviu o amor chamá-la. Já desesperado, o Amor começou a chorar. Foi quando ouviu uma voz chamar:
- Vem Amor, eu levo te.
Era um velhinho. O Amor ficou tão feliz que esqueceu-se de perguntar o nome do velhinho. Chegando do outro lado da praia, ele perguntou a Sabedoria.
- Sabedoria, quem era aquele velhinho que me trouxe aqui?
A Sabedoria respondeu:
- Era o TEMPO. - O Tempo? Mas porque só o Tempo me trouxe? - Porque só o Tempo é capaz de entender o "AMOR"."
brisa do mar .
Número de Mensagens : 275 Data de inscrição : 20/03/2011
Assunto: Re: Para ler e refletir... Dom Jun 19, 2011 8:56 am
Falta a dor...nessa ilha....faltou a dor....será que o tempo a levará tb?
luanegra .
Número de Mensagens : 263 Data de inscrição : 27/08/2010
Assunto: Re: Para ler e refletir... Dom Jun 19, 2011 9:11 am
sem duvida alguma que o tempo ; pelo menos, diminuirá a dor... e certamente a levará de vez...
luanegra .
Número de Mensagens : 263 Data de inscrição : 27/08/2010
Assunto: Re: Para ler e refletir... Dom Jun 19, 2011 9:17 am
Já pensast que tas viva? que nao morreu alguem que tu amas? essa sim é uma dor insuportavel ! mas tambem nesse caso o tempo consegue suavizar a dor ate se conseguir viver com ela. apenas dá tempo ao tempo...
brisa do mar .
Número de Mensagens : 275 Data de inscrição : 20/03/2011
Assunto: Re: Para ler e refletir... Dom Jun 19, 2011 9:23 am
Sim, mas cada um sente há sua maneira e a minha, é emocional. ás vezes gostava de sercomo aquelas pessoas racionais. é muito mais fácil. Sente, acaba, passou. O mei ex é assim. Eu, pelo contrário, ando numa roda viva com altos e baixos e, de forma mais espaçada, graças a Deus, a roda fica em baixo. Nas férias custa-me sempre. Férias são relax em familia....era. Agora tudo está do avesso e, embora me ache uma pessoa lucida ás vezes preferia ser uma cabra. A sério! De que me serviu ser boa dona de casa, boa mãe, companheira, com miminhos para aui e acolá, dando-lhe liberdade para quê? Para levar um chute no rabo. Se eu fosse uma cabra se canhar ainda estariamos juntos.
luanegra .
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Assunto: Re: Para ler e refletir... Dom Jun 19, 2011 9:33 am
claro que cada um sente a sua maneira... "Se eu fosse uma cabra se canhar ainda estariamos juntos."... e conseguias seres feliz? tem orgulho em seres quem es , e garanto te que se alguem esta errado nessa historia ,essa pessoa nao es tu...
brisa do mar .
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Assunto: Re: Para ler e refletir... Dom Jun 19, 2011 10:40 am
Eu sei...eu sei... mas acho que sou bezerro demais....Mas isso vai mudar.
luanegra .
Número de Mensagens : 263 Data de inscrição : 27/08/2010
Assunto: Re: Para ler e refletir... Dom Jun 19, 2011 3:25 pm
"A vida
A vida é mesmo assim, há momentos em que a vida parece perfeita e há outros momentos em que parece que o mundo vai cair sobre nós, não vale a pena chorar nem ficar a pensar o que mudou e o porquê de as coisas terem corrido assim, o que importa é que as pessoas aprendem com os seus erros, mas isso quando acontece pode vir a ser tarde demais...!
luanegra .
Número de Mensagens : 263 Data de inscrição : 27/08/2010
Assunto: Re: Para ler e refletir... Seg Jun 20, 2011 1:23 am
"A diferença entre “gostar”, “estar apaixonado” e “amar” é a mesma diferença entre “agora”, “por enquanto” e “para sempre”."