Primeiro fim de semana sem os meus filhos

Gostava de saber o que sentem, o que pensam, como correu o dia, o fim-de-semana, as férias quando entregam o vosso filho/a ao ex.

Eu...eu hoje estou de rastos! Já se vê pelas horas a que estou a escrever isto não é?
Foi de férias com o pai, as primeiras férias os primeiros quinze dias que passo sem o meu filhote de 11 meses
Ele veio, levou-o e assim que fechei a porta as lágrimas cairam,cairam e cairam sem parar. Não sei como vou ter forças para trabalhar, para acordar e ver o berço vazio e o pensamento que ele chega e já não me vai conhecer.
Eu sei que parece uma estupidez, mas é o que sinto...

Beijinhos
RD

Bom dia RD!

Estou solidária. A minha bebé tem 14 meses, desde os 8 que vai passar umas horas com o pai ao fds, ficou acordado que aos 18 meses começa a passar o fds completo, e para o próximo ano 15 dias de férias... Não imaginas o que sofro só de pensar em cada uma destas fases.
Desde que nasceu nunca dormi sem ela, estamos sempre juntas, enfim, prevejo nos primeiros tempos uma choradeira, uma dor imensa, tenho exactamente os mesmos receios que tu, sei que vai passar, é uma questão de hábito, pode até ser bom, talvez trate mais de mim.
Ainda hoje quando vai passear com o pai custa-me imenso, e para mais ela agarra--se a mim de tal maneira a chorar que só apetece não deixá-la ir, não o faço claro, até porque depois de uns minutos cala-se e diverte-se na companhia dele.

É bom saber que não sou a única a passar por isso, receava estar a exagerar.

Aproveita e faz tudo aquilo que não é possível fazer com ele, cinema, jantares, amigos, festas, ler, ou pura e simplesmente não fazer nada .

Beijinhos.

Melancia

Bom dia RD e Melancia

A minha filha tem 3 anos e os meus medos quando era assim pequenina (porque os problemas começaram muito antes) eram exactamente os mesmos que os vossos. Não conseguia ficar sem ela um dia sequer e a ideia destruia-me. Quando decidi pedir o divórcio já tinha amadurecido a ideia de que iria ficar sem ela aos fins de semana. Partilhei as minhas angústias aqui no fórum, recebi muito apoio de mães e pais que já passaram (e passam) pelo mesmo e senti-me mais tranquila. Os nossos filhos nunca nos esquecem! Os primeiros dias podem ser de alguma revolta, porque se sentem "zangados" connosco, mas o importante é termos a consciência tranquila de que estamos a fazer o melhor por e para eles. Têm pai e mãe, e é muito importante que estejam com os dois, principalmente se depois ficam bem (nós ficamos muito pior que eles, acreditem!). Também estou, pela 1ª vez, sem ela durante as férias, mas decidimos uma semana por considerarmos que 15 seria muito violento, ambiente diferente, a 1ª vez tanto tempo fora de casa... Talvez fosse uma boa opção para os vossos bébés, 15 alternados em duas semanas... Muita força, tentem distrair-se (eu sei que é muito difícil) mas venham até ao fórum, ao chat, se se sentirem sozinhas, e saiam de casa!! Ficar a olhar o berço, os peluches, as roupinhas, isso é terrível, destroi-nos completamente, e nada de sentimentos de culpa. Os nossos filhos um dia agradecer-nos-ão, tenho a certeza! Um enorme beijinho às duas.

Olá RD.
A questão de que falas é das que mais me custa ainda, 4 anos após o divórcio. A perspectiva de ficar sem os meus filhos durante um fim de semana já é difícil; quando chega a altura de férias, então dói mesmo... Tenho tendência para ficar em baixo e acabo por contar os dias até eles voltarem.. No entanto, tenho feito um esforço para pensar nos aspectos positivos para mim (poder descansar um pouco, sair) e para eles (estarem tempo com o pai). É importante este esforço de controlo de ansiedade para não transmitir aos miudos uma carga muito dramática aquando das idas ao pai (conselho de terapeuta).
Ajuda um pouco se pensares que o teu filho está bem.
Bjs.

Sou mesmo uma tótó!!!

Então não é que o meu filho tá de fim de semana com o pai, a filha tá de férias no Algarve com um casal amigo, e eu este fim de semana fiquei em casa!!?!?!
Também acho que tou um bocadinho farta de sair com as minhas amigas.
Uma só fala no ex dela e chora baba e ranho, outra só fala no marido que está cheia de saudades dele porque tá a trabalhar no estrangeiro, e as outras são casadas e não param de falar nos maridos!!!
Fiquei em casa, limpei a casa, andei na net e prontos fim de semana da treta passado na mais completa solidão!

Berijinhos
RD

sobreviveste ... é o que importa RD










.

RD

Pelo menos tens a casa limpa

Tens que organizar melhor o teu tempo e aproveitar os teus dias de "folga" para saires, mesmo que sozinha. Nos finais de Setembro vou inscrever-me num ginásio para ver se engano a solidão. Temos que fazer novos amigos. Não é fácil, mas também não é impossível.

Força!

Mar

Pois é, sobrevivi, tenho a casa limpa, e tou a pensar em inscrever-me no ginásio
Obrigada Lecunga e Mar

Beijinhos

RD

Ao principio custa mas com o tempo habituamo-nos e temos é de lhes dar espaço e respeitar o periodo que passa com cada um dos pais, sem inqueritos.....

É o que tenho tentado fazer... ligo-lhe para saber se está bem se dormeu bem.... agora o pai tem impedido que o faça... então mando-lhe msg a dizer que gosto muito dele e espero que esteja bem....

o meu tem 11 anos

Rd e Melancia:
Como identifico-me com vocês. Não acredito que o tempo amenize a separação mãe/filho nem que seja por um fim-de-semana, quanto mais 15 dias.
Também eu durmo com a minha bebé desde que nasceu, aliás só não dormi com ela, desde os seus 14 meses, quando começou a pernoitar com o pai.
Como custa separar-nos das nossas crias.
São alturas como estas, que gostava de ser uma leoa, que não deixava o "dador"(como chamo o pai da minha filha), levar a minha cria, sem receber em troca uma bela dentada

Eu tb passei a ter mais tempo pra mim e a voltar ao ginasio....

Ajuda na auto-estima,

falta aqui a outra parte...
a minha....
aquele que não negligencia os filhos...
aquele que gostava de dar um beijo à filha todas as noites...
como sempre o fez...
aquele que ficou cheio de medo de ver como seria a reacção da filha 1 semana sem a mãe quando veio de férias comigo...
e depois tudo correu maravilhosamente...
aquele que muda tudo para estar diariamente com a filha...nem que seja 5 min...
nem todos são maus pais...

beijos e abraços

Aproveito para falar um pouco do que se passa no noutro lado
Os pais que conheço (incluindo o meu marido) sentem falta dos filhos todos os dias. Quando os vão buscar de 15 em 15 dias há tanta coisa que mudou neles e o pai não assistiu. Durante o fim de semana tentam compensar os 15 dias de distância, e as horas passam rápido demais porque é muita coisa para fazer com os filhos: brincar, estudar, jogar, passear, conversar. Pelo meio o pai também repreende o filho quando este faz algo de errado, ou exige que jante direito, ou fica atento se está a tossir e pode estar doente. Mas o tempo é curto, muito curto.
Bjs

obrigado madrasta pelo teu testemunho





eu tou mais naquela fase " oh santo ... aturar os filhos dos outros é lixado para caramba"

Compreendo que seja muito difícil para a mãe ficar separada do filho nem que seja por um fim de semana, e acho normal que queira falar com o filho, ligar-lhe para ouvir a sua voz
Só não acho normal quando algumas mães (uma pelo menos, a mãe dos meus enteados) liga para os filhos a chorar porque tem saudades, e pergunta se não querem que vá busca-los mais cedo. O mais novo ficava tão impressionado que respondia logo que sim. Uma criança que estava bem e feliz a passar o fim de semana com o pai, de repente estava angustiado e só queria a mãe
Desculpem o testemunho menos positivo, mas foi algo com que tivemos de lidar durante alguns meses. Entretanto os filhos deixaram de querer falar com a mãe quando estavam com o pai, e a mãe deixou de ligar.

pois...

Eu não consigo falar por experiência própria porque não sou mãe mas tento ver tb o outro lado da barricada, o lado dos pais que só vêem os filhos de 15 em 15 dias...é duro..muito se passa para além desses 15 dias...portanto, penso que o tempo tem de ser de qualidade para ambos os lados: tanto para a mãe como para o pai. É tentar abstrair e ver as coisas com noutra perspectiva: quando os filhotes vão para o pai, façam tudo quanto há para vos valorizarem. Ginásio, sonecas, uma máscara de rosto, de cabelo, um filme e pipocas. Sair sozinha ver montras sabe tão bem.
Tudo de bom.
SA

SA escreveu:

Eu não consigo falar por experiência própria porque não sou mãe mas tento ver tb o outro lado da barricada, o lado dos pais que só vêem os filhos de 15 em 15 dias...é duro..muito se passa para além desses 15 dias...portanto, penso que o tempo tem de ser de qualidade para ambos os lados: tanto para a mãe como para o pai. É tentar abstrair e ver as coisas com noutra perspectiva: quando os filhotes vão para o pai, façam tudo quanto há para vos valorizarem. Ginásio, sonecas, uma máscara de rosto, de cabelo, um filme e pipocas. Sair sozinha ver montras sabe tão bem.
Tudo de bom.
SA

SA,

não é assim tão fácil, pelo menos para mim.
Abstrair nesses momentos é impossivel, é como se o nosso corpo ficasse envolvido numa teia de emoções que inibem os movimentos. Não é nada fácil, porque ninguém tem filhos a pensar que vai haver alturas em que não vai estar com eles.
Por vezes também é dificil planear coisas a curto prazo porque nunca sabemos se vai estar conosco no fim de semana x, uma vez que de vez em quando há troca de fins de semana.
Posso dizer que é a parte mais complicada e emotiva do divórcio, passar a ser mãe em part-time.

Muitas mães até não se importam, mas eu importo-me. Não o digo ao meu filho mas quando chega um fim de semana em que ele vai estar com pai, fico triste como a noite.

Beijinhos,

Lili.

pois...eu imagino...e talvez não consiga mesmo...
Beijinhos para todas as mães que passam pela separação.

SA escreveu:

pois...eu imagino...e talvez não consiga mesmo...
Beijinhos para todas as mães que passam pela separação.

mães e pais....
mania de nos descriminarem... :-)

discriminarem.. já não consegui editar..

Há uma coisa que desde q me separei me faz pensar alguma vezes e me condiciona às vezes a minha forma de agir: não quero de modo algum transferir para a minha filha todo o meu amor, e depositar a minha vida na vida dela, fazendo da minha vida uma retaguarda da vida dela (sim, eu sei q ainda so tem 3 anos!!)... Tento viver a minha vida (às vezes digo que tenho saudades de voltar a ser MULHER e durante os momentos deixar de ser MAE!) guardando um pouco de espaço para mim, espaço esse q a minha filha pode partilhar mas não domina... Tenho medo de me apoiar de tal forma nela que um dia mais tarde qdo ela crescer e sair (é a lei normal das coisas) vou sentir a dobrar a sua auseência...

Assustam-me as mães casadas ou não que não se dissociam em nenhum momento dos seus filhos... e que são dependentes em termos de felicidade deles...e tenho combater q isso me acontecça a mim!!!
Obviamente so estou bem, se ela está...
Não sei se percebem o q estpu a tentar dizer, e acho q tou a baralhar tudo!!!