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divórcio, separação, filhos, apoio emocional
 
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 A minha experiência do divórcio

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ff59
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ff59

Masculino
Número de Mensagens : 12
Data de inscrição : 16/08/2010

A minha experiência do divórcio Vide
MensagemAssunto: Um divórcio .... diferente (*) A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 6:13 am

Bom dia a todos
Registei-me recentemente, por curiosodade talvez, embora tenha conhecimento do forum há já mais de um ano, pela mãe dos meus filhos.
Após a leitura de varios comentários e tópicos, achei oportuno, tentar roubar alguns minutos do vosso tempo, para vos relatar uma separação ... diferente.

- Divórcio consumado em 17/7/2009 (mais de um ano);
- Saída efectiva de casa apenas a 5/10/2009;
- Dois filhos com 26 e 21 anos, rapazes espectaculares, a viver em Lisboa (trabalho e estudos) com auxilio de ambos, sem contratos.
- Escolha da casa e todos os acessórios\mobilias necessários a uma nova habitação , da responsabilidade conjunta;
- Cortinados e arranjos \ ajustes necessários, da responsanbilidade da Mãe dos meus filhos;
- Casa a 125 Kms da anterior, apos varias visitas em conjunto, durante as férias conjuntas, no próprio dia do divórcio;
- Até hoje, a única mulher que dormiu na minha cama, desde Out/2009...foi a Mãe dos meus filhos.
- Até hoje, nenhum de nós teve qualquer relacionamento físico com terceiros, posso garantir (por mim e até por ela)

Poderão então dizer:
Estranho !!! Direi, apenas diferente !!!

- Desconfiança infundada, será a unica palavra que encontro para o fim de uma ligação efectiva de 25 anos e uma cumplicidade que ainda se mantém, apesar do divórcio.
-Teclamos e falamos ao telefone , quase todos os dias, por motivos que até se inventam...para começar a conversa.
- Precipitação, teimosia, ciúmes, casmurrice, feitios, personalidades, cada um escolhe a que quiser, mas a culpa será sempre e só: de ambos.

Salvo melhor opinião, no futuro, eu não deixarei nunca de ser o Pai dos meus Filhos e ela a Mãe de dois "homens" com quem nos juntamos a 4 e jantamos "como uma família", sempre que existe um motivo ( ou nem isso).

Em resumo, nao vos quero "secar" mais, apenas para vos transmitir uma outra forma de divórcio, que, ainda s.m.o., deviam ser todas:

-Tratadas por verdadeiros SENHORES \ ADULTOS (desculpem as maisculas), ao contrário do que, infelizmente, tenho lido por aqui...

Até nos assuntos menos agradáveis, não devemos derixar caír a postura e a grandeza de sermos SERES HUMANOS
( ...outra vez, só para dar sentido).

Desculpem um testemunho diferente de quem tambem se divorciou (49 e 45 anos na altura), mas que entende que a vida não pode \ deve ser uma guerra com vencedores e vencidos, apenas com seres humanos que optaram por deixar de viver juntos, mas que não devem perder a amizade que os uniu durante 25 anos.
Temos a "sorte" de os filhos nao serem menores, admito, e de nunca terem sequer comentado a separação...

-Ou será que (ainda) nao estou de luto ?

Prometo manter me leitor atento deste forum, registando desde já (sem ofensa para outros), a clareza e convicção dos comentários do plantunes e do mário.

-Boa sorte a todos e felicidades para encontrarem a melhor forma de saír da "crise".
-A vida pode começar aqui, nunca acaba no divórcio, acreditem.
(Nota: Fui casado 2 anos e 25 anos)
Situações completamente diferentes, pelos anos de vivência, óbvio.
Do primeiro não existem filhos.

-A ambas desejo apenas: o DOBRO do que me desejarem a mim.

Força a todos os que precisam de ajuda !!!
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praia
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praia

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A minha experiência do divórcio Vide
MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 7:16 am

Mai nada!
aaa10 aaa10

Só é pena é este ser o divórcio "diferente" - e não ser, antes, o "normal"
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Mario
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A minha experiência do divórcio Vide
MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 7:48 am

Olá Ff59,

Desde logo, um obrigado pelo teu comentario no q a mim se aplica.

Apenas dou a minha opiniao o mais sincera possivel, necessáriamente reflectindo a minha personalidade e a minha forma de estar na vida.

E nessa linha, deixa-me que te diga que concordo ctg qd te referes à forma como nos devemos manter ao longo da vida, e tambem destes processos.

Desde já te digo q a tua "historia" me parece proxima de outra, que já aqui li, relatada no feminino. Será coincidencia?

Seja ou nao coincidencia, dou-vos os parabens a ambos, pela forma como ambos, geriram a vossa separação.

Sem discutir o direito que todas as pessoas têm de viver como e com quem desejam, se me permites, levanto uma questão:

Será que se "justifica" que ao fim de tantos anos de vida em comum, pessoas que conseguem continuar a fazer parte da vida uma da outra, da forma que referes, se tenham separado?

Aceitando que sim, assumindo que deixou de haver amor e q apenas existe amizade, sendo que essa nao é suficiente para manter as pessoas casadas, será que nao é mais saudavel para ambas, que tendo resolvido de facto optar pela separação, entao esta seja efectivamente assumida?

É que para as pessoas poderem ultrapassar a magoa da separação e fazer o seu luto, é necessário assumir a rotura e aprender a lidar com o afastamento e com uma nova realidade de vida...

O respeito e a amizade tambem obrigam a que se liberte aquele que já foi "nosso", quando deixou de o ser...

Algumas vezes o que se mantem é o sentimento de posse, disfarcado pela preocupação e amizade, mas esse é ilegitimo e acaba por magoar a outra pessoa...

Desejo-vos tudo de bom.

Abraço
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Leunam
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Leunam

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MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 8:28 am

O teu divórcio é só no papel, caro amigo.

É muito bom quando as pessoas se entendem a esse ponto, mas de facto, a tua história é diferente daquilo que se vive aqui no fórum.

Como podes estar de luto, se ele para ti não existe?

Tens uma relação com a ex e ponto final. Não consegues ver a diferença?

Felicidades.

Abraço.
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ff59
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ff59

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MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 9:52 am

"É que para as pessoas poderem ultrapassar a magoa da separação e fazer o seu luto, é necessário assumir a rotura e aprender a lidar com o afastamento e com uma nova realidade de vida..." (Mario)
-Caro Mario, palavras sabias mais uma vez.
Tambem partilho e propus essa solução, ate para ver se, realmente, após o tal luto, qual o futuro que queremos, mas ainda não entrou na outra parte...
(se um nao quiser...dois não fazem).

-Coincidencia, ou não, esta é a minha visão da "história", que pode ser parecida com alguma outra que ca apareceu,mas não existem versoes iguais, (por vezes nem da mesma historia...).

-A tua questão :se se justifica, confesso nao saber responder,embora tenha encontrado vários "nomes":
"Precipitação, teimosia, ciúmes, casmurrice, feitios, personalidades, cada um escolhe a que quiser, mas a culpa será sempre e só: de ambos".

"Algumas vezes o que se mantem é o sentimento de posse, disfarcado pela preocupação e amizade, mas esse é ilegitimo e acaba por magoar a outra pessoa..."(Mario)

-Aqui bate o ponto...será que nao estaremos apenas a adiar o luto, com medo de o cumprir?
Sinceramente, estava disposto a fazê-lo, sem perder a amizade \ educação, mas apenas a tratar dos assuntos efectivamente relevantes (filhos), para que se esclareça definitivamente o que cada um quer da sua vida, mas tem que ser a dois, tal como o foi na assinatura dos papeis.

Leunam:
Obrigado pela palavras directas e simples.
Não vejo a diferença, mas sinto essa diferença, o que tambem deve ser diferente.
Vivo sózinho desde Out/2009 pela 1ª vez na vida e tive de aprender a ser dono de casa e só esporadicamente nos encontramos, mas com responsabilidades individuais e bem definidas,cada um com a sua vida própria.

Desculpem o tempo que vos roubei, mas apenas achei que podia contar uma história (verdadeira como todas as outras), apenas menos cinzenta que as que, infelizmente, tenho lido nestes dias...

Não deixa de ser um divórcio consumado, por seres humanos que devemos ser.
Abraço aos dois e um Bj á praia (como era bom se fossemos civilizados\normais, né)

Tudo de bom para todos.
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Leunam
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Leunam

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MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 10:38 am

No caso aqui descrito, houve um divórcio concreto. Tudo bem.

Mas, as pessoas continuam juntas!

Na maior parte dos casos, após o divórcio, não partilhamos a mesma cama… Ou pelo menos, não vamos continuar a partilhar a mesma cama.

Concordo que deva haver um divórcio, quando as pessoas chegam á conclusão que não querem mais fazer vida em comum. Com divórcio consumado, deve prevalecer a educação, o civismo, respeito mútuo e até podem ficar amigos. Concordo em absoluto.

Mas volto a insistir, que por aquilo que li, este pós divorcio é diferente… As pessoas continuam juntas, mas em casas diferentes! É uma amizade colorida!
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mbprincesa
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MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 10:51 am

Olá!

Antes de mais obrigada pela partilha!

Concordo com o Leuman... falta o divórcio emocional... aquele que realmente doi!

Não sou ninguem para concordar ou discordar... é uma opção de vida e se para vocês funciona, excelente!

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plantunes
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MensagemAssunto: Haverá como ainda bater mais no fundo? (*) A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 5:57 pm

Quero-vos contar a minha estória e procurar ajuda, dado que ando à deriva.
Mas quero sinceramente a vossa opinião, pois já comecei a escrevê-la no Word e aquilo é um testamento que nunca mais acaba...acho que nem sei se os posts podem ser tão grandes como o texto que escrevi, tal é o meu desespero!
Será....de mau tom...deixar aqui um discurso tipo os do fidel?
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Lost
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MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 6:12 pm

LOL essa do fidel teve piada

Põe lá...que a noite ainda é uma criança! geek
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jrmc
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MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 6:23 pm

O nosso problema (ser humano) é problema de comunicação. Guardamos sempre um bocadinho para dizer depois. Existe sempre algo a acrescentar. Por outro lado somos todos peritos a opinar sobre tudo e qualquer coisa, quando na verdade as palavras por vezes não passam sentimentos. Por muito que escrevas, dificilmnente sentiremos o que sentes. Mas é importante como o anúncio irritante daquela operadora de comunicações "Deita cá para fora". E talvez estejas a ser bastante ponderado. Poderá ser um texto grande, mas em que vem tudo de uma vez.

Eu..., vou buscar mais um pires de caracóis e uma imperial.
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Lost
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MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 6:26 pm

Como diz a música..."é um problema de expressão!"

E eu vou tomar um café...
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plantunes
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MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 6:30 pm

Acho melhor tomarem 10 cafezinhos e trazerem vários pires de caracois...
Não digam que não avisei!
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Lost
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MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 6:32 pm

eheheheheh

Vá, põe lá...eu hoje vou mesmo fazer noitada para terminar um trabalho!

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plantunes
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MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 7:28 pm

Tenho andado, vai não vai, para escrever um testamento enorme....dar-me a conhecer quem sou, como me tornei no homem que sou hoje, para que pudessem, o melhor possível, ver “pelos meus olhos”, mas decidi que iria ser somente um grande testamento!
Não quero que pensem que sou algum autor de best-sellers!
Bom, estou em pré-divórcio! É o meu 2º casamento...
Pelo meio tive uma relação séria...
Todas elas acabei-as eu...por motivos sempre distintos!
Mas este divórcio está a destruir-me por completo...quer como pai, como homem, como cidadão e como pessoa sempre sorridente que fui durante 35 anos!

Do 1º casamento, posso dizer-vos que acabou devido aos ciúmes absolutamente doentios que ela sentia....e que mais não era do que a insegurança própria de alguém que foi sempre mal-amada pela família e que encontrou em mim o primeiro ser humano que a amou genuinamente. Uns anos mais tarde, pediu-me desculpas e explicou-me que, tendo passado por um namoro em que ele era o ciumento, percebeu então o porquê de a nossa relação de 10 anos ter terminado como terminou. Ainda assim, o divórcio foi calmo, pese embora o sentimento de rejeição tenha estado sempre presente em algumas atitudes dela.
Pediu-me que, pelo bem estar do filho que tínhamos tido, lhe desse a casa, electrodomésticos e mais umas coisas...e eu tudo dei! Pediu-me pensão de alimentos e a custódia e eu, estupidamente, dei....
Pediu-me para não passar a casa para o nome dela, por incapacidade em pagar as escrituras e eu deixei! Um ano mais tarde fui penhorado pelo Banco de Portugal, porque a senhora foi viver para casa de um namorado e deixou de pagar as prestações da casa!
Nunca mais tive condições para ser “alguém” junto da banca....
A tal relação séria que tive nasce, no fundo, com o rumo profissional que dei à minha vida, na sequência do divórcio...
Quis mudar a minha vida de alto a baixo...e aceitei vir para Lx. Cá, num curso de formação de vendedores para integrar uma das maiores empresas do mundo, acabei por me apaixonar por uma das formadoras.
Um ano mais tarde, ela aparece-me literalmente em casa com as roupas e sapatos e tudo aquilo que uma mulher tem...porque, no meio de uma discussão (mais uma...), a mãe tinha-a agredido e ela (aos 26 anos) achou que era altura de dizer basta.
Talvez não devesse ter aceite que aquela entrada na minha casa se tivesse processado daquela forma. Talvez devesse ter deixado, como é óbvio, que ela ficasse por lá um tempo, mas depois procurasse o seu canto, até que a nossa relação estivesse suficientemente sólida para ponderarmos um futuro em conjunto.
O certo é que a carreira dela foi começando a falar mais alto....cada vez mais alto, até à altura em que só a via ao sair de casa...e quando chegava...vinha tão extenuada que ia logo dormir! Confrontei-a com o facto de as coisas se terem deteriorado ao ponto de mais parecermos companheiros de uma casa em que partilhávamos despesas...
Tudo correu bem nessa “separação”, que mais não foi do que ela pegar no que tinha trazido e ido embora.
Antes de começar a verdadeiro relato do que me trouxe até esta comunidade....preciso que saibam que sempre fui um homem de “paixões”. Nunca fui um galã...nunca fui homem de muitas namoradas, mas quando me apaixono, acredito sempre que “Esta é a tal...” e não estou com meias medidas nem pézinhos de lã...atiro-me de cabeça...sem capacete e de olhos fechados!
Como “dizia o outro”...Carpe Diem...e eu tento sempre aproveitar (ou tentava) o que a vida me proporcionava ao máximo!
Profissionalmente, a minha carreira em Lx foi um sucesso! De vendedor, rapidamente passei para chefe de vendas...e 1 ano e pouco depois era novamente promovido para director comercial de um concessionário dessa multinacional!
Ganhava muito bom dinheiro....tinha um apartamento de sonho na zona Oeste para mim e para a minha gata....tinha um carro fabuloso e as coisas corriam sobre rodas!
As vendas corriam tão bem que uma secretária lá da empresa, convenceu-me que eu poderia ser a pessoa ideal para vender uns produtos de uma empresa de alimentação alternativa (aquela empresa que se vê muitos carros a fazerem publicidade e dizer “quer perder peso... pergunte-me como)...
A rapariga tanto chateou que aceitei ir, num fim de semana, ver o que era então aquilo...lá chegado, ela apresenta-me a um amigo dela (com quem tinha passado a noite assim como quem não quer a coisa...), e o amigo apresenta-me uma rapariga que era absolutamente deslumbrante!
Aquilo era literalmente areia a mais para a minha camioneta!
No domingo, a apresentação foi muito “pimba” e às tantas achei aquilo muito à imagem da igreja do dízimo (cara admin....nem imagina o esforço que estou a fazer para não citar marcas ou coisas do estilo de modo a que a PIDE não passe com o lápis azul por cima deste meu pequenino texto) e convidei-a para tomar um café lá por perto para dissipar dúvidas sobre as suspeitas que ambos tínhamos sobre aquele folclore todo...
Além de lindíssima...era inteligente, cativante, ambiciosa e muito muito jeitosinha!
Mais radiante fiquei quando descubro que vivia sozinha na mesmíssima cidade que eu, a 50 kms de onde estávamos! Coisas da vida....mas que depois venho a descobrir que o motivo de ter deixado Setúbal, onde vivia com os pais, para ir para Torres Vedras, se prendia com a grande paixão da vida dela que era de Leiria...e assim, estando a meio caminho podia tentar reconquistá-lo!
No dia seguinte, comentei com o meu melhor amigo/futuro padrinho de casamento/meu empregado que tinha conhecido uma “miúda” deslumbrante, mas “way out of my league”!
2 ou 3 dias depois, começamos a falar via msn e numa dessas conversas, ela desabafava comigo como o pai se tinha recusado a ajudá-la nessa aventura “de perder peso”.
Queria ir jantar, beber vinho sozinha e bla bla bla...Alto! Sozinha? Pera lá...tá aqui uma deixa para eu poder tentar algo...se assim pensei, melhor o fiz!
O jantar foi óptimo....conversámos depois disso em casa dela, até às 7h da manhã e mais não conversámos porque eu, uma hora e meia depois tinha de estar na empresa.
Só deu mesmo tempo para eu ir tomar um banho....colocar um fato novo, camisa engomada, gravata e tá a andar! Mas à saída de casa dela...e como estava escuro....eu que nunca fui de correr grandes riscos pensei...e se tentasse dar-lhe um beijo?
Sim...obviamente que correu bem, senão não tava aqui a contar-vos isto!
Foi uma paixão arrebatadora...como a grande maioria das paixões o são, presumo eu...
Mas eu nunca tinha estado assim tão apaixonado! A Raquel era linda...era tudo o que eu tinha sonhado e também estava apaixonada por mim.
Começámos a namorar a 3 de Fevereiro e a 27 desse mesmo mês, num concerto de Yann Tiersen no Centro Cultural de Belém, pedi-a em casamento, com todas as praxes que a ocasião recomenda....sim, porque aqui o JE é um romântico à moda do saudoso Toni de Matos.
Sim...foi também o que eu ouvi!
Uns dias depois, tivemos uma conversa que veio a revelar-se decisiva para “onde estou” agora...eu há muito que queria “ser pai”. Quer-se dizer...já era pai, mas nunca tinha acordado a meio da noite com choradeiras, nem mudado fraldas, nem dado um biberão com “aquela regularidade”. Ser-se pai de 15 em 15 dias é mau demais para ser verdade!
Ela queria ser mãe antes dos 30...e para tal acontecer....tinhamos de “dar à sola”...(que chatice, diria eu...lol...).
Desde logo a avisei que, era costume na minha família, sermos “certeiros” e demorarmos pouco tempo a atingir objectivos!
Também lhe disse que quando soube que ia ser pai pela primeira vez, tinha sido um choque porque o casamento estava a desmoronar-se...não tinha sido como vemos nos filmes, com um ursinho em cima da mesa de jantar, ou com um momento qualquer que nos apanhasse de surpresa e marcasse de forma ainda mais forte um momento inolvidável!
Numa bela manhã, íamos saber se ela estava grávida...Acordou-me antes de ir trabalhar e deu-me a má notícia...não estava! Fiquei desolado....desejava tanto que tivesse acontecido. Ao almoço, cozinhei uma massa com cogumelos, pepinos, natas e camarões salteados e comemos na minha varanda, pois o dia estava fantástico, mas ainda assim a minha tristeza era visível.
Durante a tarde, fui cortar o cabelo e fazer pedicure (foi a última vez que o fiz)...quis o destino que, ao chegar ao cabeleireiro, o multibanco estivesse off-line e, como tal, fui ao banco mais próximo levantar dinheiro...
Ao chegar do banco, a rapariga que me tratava dos pés diz-me:
- Sr. Paulo, deixaram aí algo para si!!!
- Para mim????
- Sim...era uma menina e deixou aí uma encomenda.
- Era um pacote...lá dentro estava um babigrow e um postal escrito “pelo meu futuro filho”, dizendo que estava a caminho e que estava radiante por se sentir o filho mais desejado do mundo...

Chorei, chorei, chorei e gritei “vou ser pai”!!!!

Uma semana depois, fiquei a saber que, devido à paixonite e aos exercícios físicos que uma paixonite costuma proporcionar....em conjugação com uma dupla ovulação que tinha ocorrido nesse mês, não ia ser pai de um menino...mas de dois!
Nem consegui trabalhar de tarde...tal o knockout que senti naquela altura!
Senti o mundo a fugir-me debaixo dos pés...
Aproveitando uma oportunidade que surgiu de despachar o meu apartamento, fi-lo, indo viver a convite dela (e porque íamos casar, né?) para o seu pequeno mas bonito apartamento.
Em consequência da gravidez, a Raquel teve de parar o seu trabalho como consultora pedagógica numa das maiores editoras de livros para escolas do nosso país...pois para além das duas crianças, ela tinha uns miomas intra-uterinos que a obrigaram a parar por completo de trabalhar!
Isto surge na mesmíssima altura em que eu decido aventurar-me em tornar-me empresário e abrir um negócio por conta própria.
Um casal que tinha normalmente mais de 4.000€ mensais, vê-se com pouco mais de um quarto desse valor, ou seja, o meu subsídio de desemprego, e mais duas bocas a caminho, para além das despesas gigantescas que a gravidez trouxe!
É que a Raquel trabalhava a recibos verdes e, como todos sabemos, não tem direito a protecção alguma do Estado.
Foi nesta altura que eu comecei a suspeitar que algo não estava bem, mas a tal paixonite impede-nos de ver claramente as coisas antes de elas serem tão claras que é sintoma que acabaram de nos bater com toda a força na testa!
A Raquel, que tinha e tem um pai que lhe dava (e dá ainda hoje) uma mesada, com o intuito de pagar a casa...que tinha um pai que lhe tinha dado um carro....ou seja, tinha as 2 maiores despesas que um ser humano tem, cobertas pelo pai....tinha variadíssimos empréstimos para pagar por mês...isto quando o que recebia da tal editora ser quase metade dos tais € 4.000,00.
Era empréstimo para móveis, empréstimo para cartões de férias, eram 3 cartões de crédito, eram empréstimo para electrodomésticos e até um empréstimo que um amigo pediu por ela!!!
Como é que era possível alguém que só tinha de pagar gás, tvcabo, luz e água e ter necessidade de recorrer a tantos empréstimos?
Foi-me difícil encaixar, mas...já perceberam, né? Paixonite...
Uma semana antes de casarmos, estou a apagar umas coisas que tinha numa pen drive e apago sem querer um ficheiro que não era suposto apagar...
Vou então à reciclagem para o recuperar...até aí tudo ok!
Só que estranhei que, na dita reciclagem, estava apagada uma conversa que ela tinha tido com o ex-namorado....estranhei....provavelmente fiz algo que não deveria ter feito, mas algo não batia certo! Alguém que tinha necessidade de apagar não todas as conversas que tem no msn, mas uma em particular, é porque deveria ter algo a esconder!
A única coisa que poderei dizer que saltou à vista foi que ele só dizia que não a podia ver, porque tinha desejos sexuais em demasia sempre que a via, etc e tal....e ela dizer ao ex que gostaria de o ver antes de casar!
What?
Quer ver ANTES de casar? Porquê antes? Depois já não o pode ver???
Ela chegou tarde a casa nesse dia e eu disfarcei o melhor que pude a azia que sentia! Ela bem puxou por mim, mas eu aguentei...quer-se dizer...fui aguentando! Eram 2 ou 3 da manhã explodi e tivemos uma discussão violenta, onde umas supostas portagens comprovariam que teria estado a trabalhar, pois o local de trabalho era a muitos quilómetros do stand de automóveis do ex...e que tinha dito o mesmo a vários amigos a quem gostaria de visitar antes do casamento por não ter podido convidá-los! Ah...os talões das portagens nunca os cheguei a ver. Adiante...
Os meus meninos, Diogo e Tomás, nasceram em Setembro, com apenas 6 meses e pouco...correu tudo bem, apesar de terem somente 1 quilo aquando da sua nascença!
Depois, foram dois penosos meses a ir diariamente de Torres Vedras para o hospital enquanto eles cresciam nas barrigas de aluguer, chamadas incubadoras!
Nessa altura, fomos avisados que as crianças não poderiam sair para locais públicos antes de fazerem seis meses, pois os prematuros acabam por ter, ao início, menos defesas do que um bebé que esteve os 9 meses na barriga da mamã...
Nessa altura, a minha ex quase se tornou paranóica...era capaz de dar berros na rua se visse uma velhinha a aproximar-se do carrinho deles para que ela não lhes tocasse! Pese embora entender que era a preocupação a “falar”, era de um extremismo que só mais tarde percebi de onde vinha!
Aí foi quando eu associei as minhas dificuldades em ambientar-me à minha nova casa, aquando da mudança...eram as gavetas da cozinha que tinham os tupperwares milimetricamente ordenados! Eram as toalhas do WC que, depois de usadas, tinham de ser novamente dobradas tal e qual como tinham saído da tábua de passar a ferro...eram coisas “assim”, mas quanto às lides da casa, quem as fazia era eu...porque se mandou embora a empregada de limpeza!
No entanto, o medo que a minha ex tinha de a educação deles ser algo avassoladoramente cansativo, foi tão grande que nos mudámos para a casa do pai em Setúbal. Nessa altura, o pai passava por um divórcio hiper-mega litigioso, pois a ex tinha abandonado o lar, sem que alguém o esperasse, aguardando por uma altura “ideal” para levar vários milhares de euros e bens de família e refugiar-se junto de pessoas ligadas a seitas de espiritualismo! Enfim, uma novela que dificilmente alguém poderá acreditar que tenha sido possível existir!
As relações entre a minha ex-mulher e a sua mãe desapareceram até há muito pouco tempo, quando a minha sogra acenou com uns milhares de euros e o perdão apareceu rapidamente.
Em Setúbal, eu esperava e desesperava pela aprovação do meu projecto, que legalmente deveria ter demorado, no máximo, 90 dias e demorou quase 1 ano! Não tinha amigos, a não ser conhecidos da Raquel que nunca estiveram “lá” quando nós precisamos de um apoio...
Durante 3 anos, tivemos 1 noite em que a minha madrinha de casamento fez o favor de ficar em nossa casa a olhar pelos miúdos que, graças a Deus, adormeciam às 21h e acordavam às 8h do dia seguinte! De resto, a minha vida centrava-se somente naquela casa, naquelas pessoas...
Entretanto, a Raquel entrava em depressão (isto depois de ver várias caixas de Xanax enquanto namorávamos, mas que associei ao pesadelo que foi a saída da mãe da vida dela e da sua família e todo o escândalo que esteve por detrás).
Não tive capacidade nem conhecimentos para saber como lidar com “aquilo”. Nunca tinha estado numa posição assim...tão frágil em termos materiais e financeiros e com a necessidade de suportar coisas que, para mim, eram absurdas!
Desde ver alguém chorar só porque sim...ou durante uma discussão normal atirar-se para o chão fingindo que tinha desmaiado...ou mesmo pendurar-se de um 5º andar ameaçando o suicídio!
Na noite em que, enquanto dava de mamar a um dos miúdos, começou novamente a chorar sem mais nem porquê e eu exaltei-me, a Raquel teve uma atitude que acabou por ser “reveladora”.
Começou aos gritos e a gesticular com o meu filho ao colo, tratando-o como um bebé trata uma boneca que precisamos de virar para baixo e para cima de modo a ouvirmos a chorar!
Poucos dias depois, fomos ao psiquiatra dela e ela foi diagnosticada como sendo uma doente bipolar.
Foi-me dito para lhe retirar todos os cartões de crédito, cheques, multibanco, etc...só dar uns euros para ter uns trocos no bolso!
Não fui capaz...não consegui deixar de ver “a minha mulher” quando ela estava à minha frente!
Desde então ela foi mais ou menos obrigada a tomar diariamente uns estabilizadores de humor...e verdade seja dita, não aconteceu nada de tão grave como um exemplo que o psiquiatra nos contou, de pessoas que destruiam por completo as suas vidas com gastos desmesurados e inconcientes!
Senti-me revoltado...senti-me até mesmo enganado! Apetecia-me ir a um tribunal pedir o divórcio porque, afinal, eu tinha casado com uma Raquel que só existia nas fases de mania, em que tudo é maravilhoso....em que a energia é inesgotável e a felicidade parece nunca ter fim!
Agora, eu vivia com uma pessoa depressiva, que até aos 33 anos nunca tinha trabalhado por conta de outrém ou descontado para a Segurança Social. Tinha sim feito uns biscates, via recibo verde...vivia com uma pessoa cuja alegria e sentido de humor desapareceram no meio de umas caixas de comprimidos!
Para ajudar à festa, os anti-depressivos impediram-na de continuar a dar de mamar...e ao mesmo tempo, impediam-na (não a impediam, mas era complicado) de dar os biberões durante a noite, pois davam uma “moca” que ela não acordava...a não ser quando os miúdos gritavam forte e feio pelo leite!!!
Passei mais 3 ou 4 meses a ser eu a dar todo e qualquer biberão entre as 23h e as 7h da matina...mas não veio também mal ao mundo por isso!
Mal veio que deixámos de ter vida de casal...vivíamos juntos, mas não fazíamos nada juntos!
As discussões começaram a ser muitas...e às tantas saí de casa e fui para o apartamento de Torres Vedras.
Precisava de ar puro...e mesmo vivendo umas semanas sem gás ou outros luxos...parecia que tinha rejuvenescido! Tinha novamente amigos por perto com quem desabafar e como isso me sabia bem!
Aos fins de semana ia a Setúbal e a pouco e pouco reconciliá-mo-nos.
Durou mais ou menos 1 ano...tempo suficiente para a empresa abrir e fechar, pois não só apanhámos a crise a reflectir-se na falta de vontade de investimento...como os apoios da segurança social iam diminuindo à medida que o tempo passava...e recebi tão pouco que mal deu para abrir as portas!
Felizmente, nunca tive muito tempo no desemprego de forma involuntária...creio que sou um bom vendedor e isso sempre me trouxe trabalho quando dele precisei!
Fui trabalhar para uma empresa que eu já conhecia de ter tido uma cooperação enquanto director do tal concessionário...era um ramo novo da empresa e parecia-me aliciante.
Implicava passar 2 a 3 dias da semana fora de casa, pois ia para Beja e Algarve diariamente.
Num desses dias, e porque sempre detestei sair sozinho, decidi quebrar a rotina e fui ver a estreia do filme QUANTUM OF SOLACE, o último filme do James Bond, esse herói que eu gostava tanto de encarnar na realidade!
A meio do filme a bomba rebentou! Eu tinha 2 telemóveis...um MOCHE para comunicar com a família gratuitamente e outro 91 que era da empresa.
Recebi então uma mensagem escrita da minha ex-mulher mas que tinha sido enviada para o 91...estranho, não? Para quê gastar dinheiro se mandando para o outro telemóvel , era gratuito?
A mensagem era uma 2ª parte de um longo texto, contendo coisas que não posso aqui colocar, porque só se desse para ter 4 ou 5 bolinhas encarnadas no canto superior direito do écran!
Saí disparado do cinema e liguei-lhe perguntando para quem era aquela mensagem! Parvo....devia era ter-me calado e investigado...
Ela lá disse que era para mim, porque há muito que eu lhe pedia para fazermos qualquer coisa de diferente para tentar reacender algo que tinha sido tão bonito...
OK...se era para mim, então que fizesse o favor de me fazer chegar a primeira parte da mensagem. Foi-me dito que, sim senhor, ia já ser enviada!
Voltei ao cinema e mensagem...tá quieto!
Liguei novamente...discussão...e tese mantida de que eu estava a fazer uma tempestade em copo de água! Alegou que a tinha apagado da caixa dos enviados porque tinha a caixa cheia....e que se não tinha chegado, não fazia idéia do porquê.
No dia seguinte, lembrei-me que a minha irmã tinha uma amiga que trabalhava no nosso provedor de telemóvel...pedi-lhe então que tentasse investigar se a minha ex tinha enviado mensagens durante um determinado período da noite.
A meio da tarde, fui informado que tinham sido várias as mensagens enviadas para um determinado número de telefone, mas que os provedores só conseguem saber os primeiros 3 dígitos....mas que não eram nada parecidos com o meu número de telefone!
Ok...aqui havia gato!
Liguei-lhe, mas desta vez fui “armado em rato”.
Disse-lhe que aquela coisa da mensagem que não tinha sido enviada me tinha deixado “mal-humorado”....perguntei se não seria possível que se tivesse enganado e enviado para outra pessoa...disse que não!
Perguntei novamente se teria certeza daquilo? Disse que sim...
Mas não trocaste mensagens com mais alguém ontem e possas ter-te equivocado? Até aleguei que, às tantas, podia haver alguém meio confuso por ter recebido uma mensagem muito chocante....ela gritou que não tinha trocado mensagens com mais ninguém! Por vezes, as pessoas pensam que de Faro a Setúbal a distância é tal que a segurança é maior...
Nessa altura, disse-lhe tudo e mais alguma coisa, jogando com o bluff de saber o número da pessoa com quem ela tinha trocado várias mensagens. Ameacei que, ou me dizia quem era, ou eu iria ligar pessoalmente! Lá confessou que era a tal ex (???) grande paixão da vida dela...e que só tinha recorrido a ele, porque a mãe dela estava a tentar aproximar-se e se falasse comigo, sabia de antemão que eu estaria contra qualquer aproximação, porque a dita senhora, sabedora das dificuldades que a filha, os netos e, já agora, o genro passava, nunca se dignou a oferecer uma fralda que fosse durante quase 3 anos, mas para andar a pavonear-se de Mercedes...para isso já a carteira era bem recheada! Pudera...
Mais tarde, apanhei uns anúncios na internet que...bom...deixo a vossa imaginação fervilhar sobre o potencial conteúdo das mesmas!
Alerto que, descobri estes anúncios, porque desde a altura das mensagens que me tornei paranóico! Descobri as passwords dos emails dela e das páginas sociais e controlava tudo o que ela fazia online, na ânsia de a conseguir desmascarar com provas sólidas! Errei, mas há muito que eu tinha deixado de raciocinar de forma lúcida!
Desde então as coisas nunca mais funcionaram...
É bom realçar que um mês antes disto ter acontecido, nós tínhamos comprado casa, pois era nosso entendimento que, grande parte dos nossos problemas conjugais provinham da total falta de intimidade proporcionada pelo facto de vivermos na casa do pai dela, com o irmão dela.
Como até então a nossa relação sempre fora frágil...decidimos logo que, se algo corresse menos bem, eu ficaria com o apartamento, pois ela tinha sempre onde residir e eu, caso assim não fosse, teria de voltar para o norte ou, quando muito iria sempre para longe dos meus filhos!
Ela reaproxima-se de mim em Maio de 2009...eu estava novamente a trabalhar na tal multinacional que me trouxe “glória”, mas no concessionário de setúbal e como mero vendedor pois, como é óbvio, tive de começar do início...
As coisas corriam-me novamente bem e, em Agosto, aceito que ela venha lá passar uns dias a casa, para vermos se podia correr bem. Por outro lado, e finalmente, ela tinha começado a trabalhar numa empresa e, como tal, ambos tínhamos agora algum suporte financeiro...
Como uma pessoa uma vez me disse: As pessoas que dizem que o dinheiro não traz felicidade, são pessoas que nunca tiveram dinheiro a sério! Não quero com isto dizer que concorde, mas que o dinheiro, ou falta dele, pode ajudar/impedir a que uma relação possa ter sucesso, lá isso pode!
Foi a pior coisa que fiz em toda a minha vida. Eram discussões diárias, violentas verbalmente e que cresciam de tom a cada momento. Além disso, recusava-se a fazer o que quer que fosse. Nunca aspirou, lavou um prato ou limpou o pó. Cozinhar era via aquele robot muito caro cujo nome não posso agora dizer...Tirando isso, tudo era feito por mim....por isso, às tantas peço-lhe que saia de casa e ela começa com ameaças de que, afinal, a casa era dos dois e coisas do estilo...
Surge a altura em que ela vai passar uns dias de férias a Lagos onde a mãe tem casa de praia (provavelmente há lá um tijolo que deve ter sido pago com as fraldas que os meus filhos não tiveram até à reconciliação) e fica combinado que quando chegasse, voltaria para casa do pai, pois era óbvio que não tinha funcionado a reconciliação.
Quando nesse fatídico domingo chego a casa, dou de caras com as roupas dela no mesmo sítio...com tudo igual...
Ligo-lhe completamente enfurecido e perguntei onde ela estava, porque queria ir buscar o meu carro...e respondeu-me com sarcasmo que estava no meio da rua...
Quando ela apareceu em casa, eu tinha saído porque, dentro de portas, parecia uma barata tonta! Digamos que o rastilho estava muito curto...e eu sempre fui dos maiores paxás à face da terra!
Quando entrei, a senhora estendia roupa dos miúdos como se nada se passasse! Perguntei se gozava comigo...ao que respondeu que não...perguntei porque não tinha saído como acordado e respondeu-me que tinha decidido que só sairia quando o divórcio fosse oficial!
Passei-me da marmita...insultei-a e disse-lhe que no dia seguinte me dirigiria ao tribunal solicitar o divórcio por justa causa. Perguntou-me porquê e eu respondi que tinha feito “print screens” dos anúncios que ela tinha colocado na internet e que os mesmos configuravam o crime de adultério!
Virei-lhe as coisas e fui para a sala onde ouvi os meus pequenos a mexerem onde não deviam...
Chegado à sala, ela entra completamente tresloucada com um objecto de metal nas mãos e ameaçando-me bater com ele...já em tempos me tinha dado umas bofetadas, mas infelizmente vivemos num mundo onde as agressões do sexo feminino são catalogadas como sinal de fraqueza por parte dos homens!
Disse-lhe que me podia matar se quisesse...ao que ela virou-me costas e alertou-me que “tinha acabado de comprar uma guerra”...
Respondi com um insulto muito mau...e ela então agrediu-me com um estalo!
Nesse momento, perdi o norte por completo...aliás, nem me lembro com sinceridade como é que tudo aconteceu...
Sei que, ao sentir aquele estalo, e no estado emocional em que me encontrava, só dei por mim a enviar os meus filhos para o quarto deles brincar, agarrá-la, atirá-la para o sofá da sala, dar-lhe um murro na cabeça e dizer que a mataria naquele dia!
Foi a 1ª vez em toda a minha vida que bati num ser humano. Fui, infelizmente educado por um pai alcoólico e hiper-violento, mas felizmente por uma mãe doce, amorosa e que me soube fazer ver o que correu mal no casamento dela, para eu não cometer aqueles mesmos erros!
Talvez por isso nunca tenha sido bebedor de álcool, tirando ocasiões muito especiais e sem exagerar, nunca ter fumado um cigarro que fosse...nunca tenha sido de noitadas de farras “daquelas”, etc...
Não sei se durou 10 ou 20 segundos...não sei, confesso!
Sei que dou por mim a “acordar” daquele sentimento de ódio que se tinha apoderado de mim e, necessitado de mandar a pressão cá para fora, desatei aos murros contra uma das paredes até ficar com as mãos completamente em sangue, e com 4 ossos fraturados...2 em cada mão!
Será que vos espantará muito se vos disser que, no dia seguinte, ela veio dormir lá a casa????
E que quis forçar a que eu passasse a dormir num sofá enquanto ela ficava com o quarto????
Foi o início do fim da minha vida!
Tive de meter baixa....ao fim de uns dias ela saiu, e eu fiquei sozinho em casa, sem amigos por perto e pouco depois a minha empresa, face ao tempo que iria estar parado, não me renova o contrato!
Dou por mim no desemprego, com muitas despesas, com muitas dívidas que assumi por ela...com casa, carro para pagar, etc...e no desemprego!
E até vos digo que eu recebo um subsídio de desemprego mesmo muito bom....muito perto do limite que o Estado autoriza...mas que não cobre nem de longe nem de perto as despesas que eu tenho!
Tem-se recusado a emprestar-me 200€ para se oficializar o divórcio e a partilha dos bens!
Tem-se recusado a tirar daqui os móveis que são dela, mas “ameaça” com impedimentos de pessoas do sexo feminino, poderem sentar-se no seu sofá ou nas suas cadeiras da sala...
De vez em quando, ameaça que vai chamar o rico e conhecido advogado do pai dela, o qual conseguirá fazer-me não sei o quê em sede de justiça
De vez em quando, foge com as crianças para uma casa que o pai tem no Alentejo em dias que são os meus dias....e ainda chantageia psicologicamente que eu, se fosse um bom pai, deixá-lo-ia estar por lá tranquiliamente, porque eles estão a divertir-se!
De vez em quando ameaça que rompe o acordo de a casa, que é paga integralmente por mim desde 2008, ser minha....
De vez em quando, manda-me mensagens porque eu não paguei o infantário desse mês e que eu sou um pai assim, um pai assado, um pai cozido e grelhado! E as pessoas que conheci em Setúbal, sempre vão dizendo que conhecem poucos pais como eu, que cozinha, limpa, lava, passa a ferro, brinca com eles, não diz um palavrão que seja, que os estimula e os ama! Não sou mais pai que nenhum outro...mas o que fiz eu para merecer isto?
Virou os nossos amigos todos contra mim, porque não só eram, à partida, amigos dela, como eu nunca fui de me refugiar nos seus ombros e contar as coisinhas todas...sempre fui introvertido e tentar sarar as feridas sozinho, como os banhinhos dos gatos que eu tanto adoro e respeito!
Hoje, eles acreditam que aquelas mensagens eram mesmo para mim, que aqueles anúncios na net foram somente formas que ela encontrou de procurar idéias de apimentar uma vida que estava podre...e não falam comigo, porque quando isso sucedeu, eu só queria era chorar e lamentar-me!
Os nossos meninos, ao menos, tenho que admiti-lo são uns miúdos felizes, sorridentes e brincalhões...ao pé deles eu sou o pai....nunca o ex-marido ou o homem que sofre!
Estão comigo o mesmo tempo que estão com a mãe....exactamente o mesmo tempo!
Não é fácil, de facto, pois é casa, carro, cartões de crédito, infantários, despesas correntes, alimentação, etc....
Sinto necessidade de voltar a trabalhar, para conviver com pessoas no dia a dia, mas como é que poderei ir para o mercado de trabalho, se sei de antemão que, durante 2 ou 3 meses, ganharei somente o salário-base de um vendedor que é, em 99,99% dos casos, pouco mais que o salário mínimo? Como pagaria as contas nessa altura?
Já não sei o que é sair...como poderei ambicionar voltar a saber o que é o calor e a excitação de se imaginar que estamos prestes a dar um beijo se eu, nem saio de casa, e mesmo que saísse, que vida posso eu proporcionar ou fantasiar numa mulher com um palmo de testa?
A minha vida é estar com os meus filhos...tenho dias em que quase não tenho dinheiro para ir comprar comida para nós!
Não acho que tenha merecido ou feito algo para merecer o que estou a passar!
Não haverá como obter o divórcio com apoios do estado?
É que, sem saber se a Segurança Social poderá ter mais alguma coisa como apoio para pessoas na minha posição....sem estar divorciado não poderei almejar grande coisa!
Além disso, nunca poderei ir pela via conflictuosa! Sou proveniente de uma família muito pobre e nunca poderia lutar com armas similares se isto entrasse em litígio.
Além disso, do alto da minha “imensa” inteligência, apaguei tudo o que era registos das tais mensagens ou anúncios porque, na verdade, sempre quis acreditar na sua inocência!

Também não tenho tido como pensar ou fantasiar-me com outras pessoas...
Sinto-me à beira do precipício e não queria fazer como o outro que deu um passo em frente!
Já pensei em suicidar-me...já pensei fugir, desaparecer e tentar recomeçar uma vida algures em Timbuktu ou na Conchichina!
Sinto-me de mãos e pés atados e completamente afastado de qualquer hipótese de voltar a ser feliz...
Será que vale a pena viver sem que haja um objectivo, um rumo ou um projecto onde me possa sentir amado?
É que eu só queria ser amado....

PS1: No final do ano passado, na sequência das muitas coisas que vou vendendo na internet para sobreviver, conheci uma miúda...sim, uma miúda porque tinha/tem menos 14 anos que eu! Era/é modelo com convite (negado) para posar naquela revista das coelhinhas...por isso como podem imaginar era...algo assim do outro mundo...e andava eu tão “ferido” que ao vê-la, concretizei o negócio que tínhamos combinado via internet...e fugi literalmente dela, porque me sentia mesmo embaraçado! Mas é que fugi mesmo...acho que nem sequer me atrevi a cruzar os meus olhos com os dela! Ainda hoje reconheço que ela mexe comigo...mas isto é só para se dizer baixinho!
Ela ligou-me a perguntar porque eu não tinha tomado um cafézinho com ela...e eu disse que tinha afazeres...ya...bué deles! Depois disso, ela insistiu para que o cafézinho se concretizasse...a tal ponto que eu confessava com a minha melhor amiga, que temia que ela fosse uma qualquer prostituta de alto nível que achasse que, lá por eu ainda me vestir em condições fruto de uma vida outrora acima da média, seria um gajo endinheirado! O que é que uma rapariga “daquelas” poderia querer de mim???? Na verdade, a Rita apaixonou-se por mim...gostou inicialmente do meu sentido de humor e depois, apaixonou-se pelo ser que eu sou...mas 2 meses depois fugia a 7 pés, perante as barbaridades que a Raquel ia periodicamente cometendo contra mim, como foi exemplo aparecer-me à porta de casa bem de manhãzinha para “ver” se alguém dormia na minha cama enquanto os miúdos estavam no seu período comigo, e deixando-a num estado tal que, as coisas, se já eram meio estranhas devido à diferença de idades, acabaram por mais facilmente desmoronar!
PS2: Para quem não sabe, entre outras coisas, um bipolar é uma pessoa que, não sendo tratada, tanto está em fases de profunda depressão, como está em fases de profunda euforia. Além disso, são capazes de gastar dinheiro sem qualquer noção do que estão a fazer, são pessoas propensas para a promiscuidade e muito dificilmente aceitam que estão doentes, para além de terem, por norma, uma grande capacidade de persuasão.


Última edição por plantunes em Qua Ago 18, 2010 7:38 pm, editado 1 vez(es)
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MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 7:29 pm

Se houver prémio para os textos mais compridos...acho que sei quem vai ganhar este mês! Razz
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MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 7:29 pm

LOL

Espera...vou ler...
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MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 8:18 pm

Antes de mais, obrigado pelas simpáticas palavras que me dirigiste!
É óbvio que gostava de poder gritar ao mundo que tinha um divórcio como o teu...
Infelizmente não tenho, longe disso...
Por outro lado, foi complicado, mas ao mesmo tempo intelectualmente excitante tentar escrever o meu "caso" com essa clareza que falas...
Tentar, mas não conseguir, porque os sentimentos ainda toldam a emoção, impedindo que se veja as coisas com a mesma frieza e objectividade com que conseguimos ver em casos idênticos aos nossos mas vividos por outras pessoas! Li e reli umas 20x o que escrevi e não foi propriamente pouco e sempre que acabei de ler, fiquei com a sensação de não estar a conseguir mostrar às pessoas a dimensão que algumas coisas tomaram, ao ponto de me terem feito, mesmo que por 30 rápidos segundos, transformar-me num ser abominável e que nunca julguei ser-me possível interpretar!!!!
Em todo o caso, acho que tenho de aplaudir a vossa postura e lucidez sobre a vida e sobre o que, no fundo, se deve relevar ao terminar uma relação com tantas noites passadas em conjunto!
Parabéns...
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MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 8:20 pm

Bem...já li...e nem sei por onde começar!

Dizer-te que estás metido numa alhada valente nem vale a pena pois tu já sabes disso...agora tens é que ver se sais dela com o mínimo de mazelas possível!

Se ganhas mais com o subsidio de desemprego deixa-te estar assim por enquanto. Paralelamente vai tentando traçar objectivos...e delinear como chegar até lá.

Sabes, eu conheci o meu ex-marido no liceu...entretanto entramos na universidade...e eu praticamente me anulei perante ele...ele que era um baldas começou a tirar altas notas e eu o contrário...resultado: ele tirou o curso em 5 anos e eu andava a patinar.

Quando ele arranjou emprego resolvemos casar...e eu entretanto, como me faltavam poucas cadeiras resolvi começar a trabalhar acreditando que ia fazendo as cadeiras restantes...népia...nunca mais...mas como ele tinha um cargo muito bom numa grande empresa viviamos muito bem...até empregada todos os dias eu tinha...

Entretanto numa fase menos boa do casamento ele apaixonou-se por outra mulher e quis pôr-me fora da vida dele e da nossa casa no espaço de 1 mês...e eu saí.

Foi há quase 7 anos...e lá estáva eu...com umas cadeiras do curso de eng. civil para terminar o curso...ou seja estava lixada...

Eu estava a desempenhar o papel de engª...fazia tudo...projectos etc etc...mas levava a outro para assinar...eu fizesse muito ou pouco ganhava sempre o mesmo...e seria sempre assim.

Se há cursos onde a assinatura não interessa no meu caso fazia toda a diferença...e entao que fiz eu??

Pensei...tenho que definir objectivos e ir à luta...e assim foi!

Fui para o fundo de desemprego....para acabar o curso...sozinha, com casa e a minha filha...foi uma fase terrível...cheguei a saber exactamente quanto podia gastar por dia...e a poupar nos cafés durante a semana para no sabado ir ao Mac com a minha filha...

Mas agora, passado este tempo todo estou bem Smile

E contigo também terá que ser assim...um dia de cada vez...mas sem te deixares ir abaixo...

Achei curioso num topico dizeres para irem para o ginasio...pois isso é muito bom para estados depressivos! Eu fui para o ginásio quando me separei porque precisava de me sentir bem...e fez-me melhor à alma que ao corpo!

A partir de agora tenta é não te deixares levar pelas paixões...pois elas fazem-nos perder completamente as redeas da nossa vida!

Quando estiveres assim pede aum amigo para te dar um estalo valente para acordares eheheheh




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MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 8:30 pm

Quanto ao episódio de agressividade...também não vale a pena apontar-te o dedo pois pelo que percebo tens noção de que foi errado...e eu não sou ninguém para te julgar sequer...

Mas como eu digo...todos nós somos potenciais assassinos...basta ter a cabeça quente!

E basta 1 segundo!



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MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 9:05 pm

Ops!!!
Nem sei que te diga.

Todos somos pessoas diferentes e com diferente forma de estar na vida, mas existem pessoas que devem ter algo na testa a dizer "abusem". As pessoas deviam trazer livro de instruções e manual de recomendações. Por vezes as coisas estão bem presentes e bem nitidas à nossa frente e aquela paixão, aquele amor é mesmo cego. A vontade que muitos de nós temos em ser Pais e ter uma Familia coloca-se à frente da nossa lucidez. Pensamos que o Amor conseguirá dar a volta a tudo e que nós somos diferente e que connosco as coisas serão diferentes. Mas não existe homem ou mulher algum que consiga transformar ou mudar uma pessoa como a tua futura ex. Ela será sempre assim. Aceitar a doença é uma coisa, mas deixar que a doença de outra pessoa destrua a nossa vida e a dos nossos filhos é diferente. É por eles que terás de lutar, embora saiba perfeitamente que não é fácil lutar pela felicidade de um filho quando têm uma mãe assim. Se desistires sabes que corres sérios riscos de eles crescerem iguais à mãe. No entanto também é verdade que a luta que tens pela frente será dura. Mas, olha para ti. Pelo que contaste és um lutador, trabalhador e perspicaz. Sabes que quando te acalmares tens tudo para dar a volta à situação. Só precisas de voltar à tua zona de conforto, depois saberás como dar a volta a isto. O que te poderia ajudar seria teres os Pais dela a apoiarem-te, conscientes da doença da filha e metendo-a no lugar. Mas a verdade é que eles são Pais e irão sempre querer o melhor para a filha (seja lá o que isso for). Quanto ao teu estado de descontrolo, pode ser altamente criticado, mas percebo-te perfeitamente. Nunca bati em ninguem, nunca toquei um dedo na minha mulher. Levei vários estalos, fugiu com a minha filha, ameaçou suicidar-se várias vezes e em todos os momentos fiquei lá a dizer "bate-me, mas eu irei estar aqui para te ajudar". E pensava que após aquela crise tudo iria mudar, mas tudo ficava na mesma ou pior. Mostrou-me nodoas negras, dizendo que tinha sido eu. É verdade que ficou com os meus dedos marcados no braço, quando à força a agarrei para lhe tirar uma caixa de comprimidos da boca, em mais uma tentativa de suicidio. Antes de me juntar com ela, muitos dos seus amigos me disseram para ter cuidado, mas eu pensei que seria diferente, porque eu estava ali só para a fazer feliz. O pior é que estas pessoas tornam-nos más pessoas, fazem-nos fazer coisas que nunca pensariamos fazer. Tem sido uma luta interna minha, procurar continuar a respeitá-la. Até porque ainda tenho algum, senão bastante carinho por ela. Vão-nos sugar até ao fim. Os filhos serão sempre um meio para conseguirem muita coisa. São mais importantes que dinheiro, mas elas conseguem que nós próprios consigamos destruir-nos e colocar-nos no fundo. Durante a minha relação trabalhei e sempre que foi preciso mais, fui trabalhar. E fui traido enquanto ganhava dinheiro para uma familia. Sempre consegui trabalhos que continuasse a permitir-me estar com elas o máximo de tempo, como poucas pessoas conseguem. Se passei 4 ou 5 fins de semana por ano, fora, a trabalhar, foi muito. Acusou-me de nesses momentos não estar em casa, mas pediu-me sempre o dinheiro. E de tudo o que ganhei extra emprego, não vi um euro. Por razões normais caiu no desemprego, eu fui trabalhar. Por sorte consigo ter um trabalho das 9hàs 18h, que me permite ter flexibilidade de horário e conseguir trabalhar noutro local dentro desse horário. Sempre consegui levar a minha filha à Escola e ir buscá-la. Podia ter subido mais na vida, profissionalmente, mas não quis, para poder estar com a minha filha e dar apoio à minha ex-mulher. Sei que isto não fica por aqui e que ela só me deixará em paz, por tempos, quando encontrar alguem com quem ter esta vida e estas coisas. E tu também sabes que a tua ex só te vai deixar em paz quando encontrar outro alguem. Custa muito ouvir, mas arranja-lhe um namorado, aí terás 2 anos de descanso.

Agora, procura encontrar a tua zona de conforto. Explode com os teus amigos, nunca perante ela. E não procures uma nova relação tão depressa, pois poderás cair seriamente no risco de encontrar alguem igual. Eu aprendi à segunda, não vou cair na terceira.
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MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQua Ago 18, 2010 9:13 pm

A verdade é que eles e elas não são culpados de nada! Somos nós! Fomos nós que permitimos!

Cada vez que penso como me anulei no casamento! Se arrependimento matasse eu tava já com o pernil esticado! lol
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MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQui Ago 19, 2010 5:30 am

Bem plantunes...
Não sei se é por hoje ser o último dia que estarei com a minha filha antes de ela ir mais de 15 dias seguidos para a mãe, apenas a voltarei a ver a 5 de Setembro, ou se foi por ler a tua história. A verdade é que hoje o dia não está a ser fácil. Colocaste-me a pensar o que é viver com uma pessoa assim, a incerteza do que será o nosso futuro e mais ainda, a incerteza do que será o futuro dos nossos filhos. A capacidade de persuasão dessas pessoas é muito grande, a facilidade com que tomam decisões altamente inconcientes é enorme. Como é que poderemos chegar a acordos com pessoas assim? Poderemos cofiar na justiça? o que hoje estrá definido por um juiz, amanhã elas alteram, com um fundamento muito bem estruturado e capaz de persuadir qualquer pessoa. É uma loucura.
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MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQui Ago 19, 2010 7:19 am

Plantunes,

Tens lucidez, mais que suficiente, para perceber quais sao os problemas da tua vida e como os enfrentar...

Agora é uma questao de tempo e de calma... Passo a passo vais subindo mais uma vez os degraus...

Costumo dizer que o calibre das pessoas nao se mede pelas quedas que dão, mas sim pela sua capacidade de se levantar e continuar...

Boa sorte

Abraço
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mariocosta
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mariocosta

Masculino
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A minha experiência do divórcio Vide
MensagemAssunto: A minha História dava um bom filme A minha experiência do divórcio EmptyQui Ago 19, 2010 8:37 am

1996/2010 - Ano do meu casamento, onde tudo começou, tudo parecia um conto de fadas.
Deixei amigos, alguns familiares, tudo em nome da felicidade "pensava eu", quando digo deixei foi devido ao facto da minha mulher não querer dar-se com os amigos...vai se lá saber porquê!!, assim lá fui ficando um pouco ao lado de tudo e de todos, dedicado 100 por cento á família, neste caso numa primeira fase á mulher, em 1998 veio rebento, tudo parecia mudar...mas não, tudo na mesma, dedicado á familia deixei tudo.
Esposa desempregada, ela lá ía arranjando alguns empregos de pouca dura é verdade mas a vida é assim mesmo, saídas á noite com a mulher nem pensar...no meu emprego no final de cada ano e no Natal há sempre jantares dos colegas, quantos foi eu? nenhum "zero", porquê ? a minha mulher dizia que não gostava do meu colegas, sem os conhecer, começava então as discusões, é de notar que tenho o mesmo emprego á 18 anos e ainda lá estou, a rejeição a minha familia tb era tema diariamente, só porque a minha mulher não tem pais ela rejeitava tb os meus..errado deveria ser ao contrario, deveria dar valor a quem ainda os tem, para ir tomar café com o meu irmão de manha ou de tarde, era um caso serio, sempre brigas..fui-me abituando..e como tinha tudo em casa não tinha falta de nada, lá passava o tempo em casa, filmes, cinema internet, até á cerca 2 anos quando a minha mulher conseguiu um emprego estável, lá fez amizades, agora ela...queria sair com as amigas e eu fiz-lhe o mesmo, saídas com amigas nem pensar mas só porque nós tb nunca saímos com os meus amigos, e lá vinha nova discusão...depois havia mau ambiente em casa é verdade reconheço, mas tudo e sempre devido a minha mulher não querer dar-se com ninguém, e tudo acabou 16 anos depois, ela arranjou outra pessoa deixou o filho e eu fiquei com um rapaz já com 11 anos que foi a melhor coisa que me aconteceu na vida.
Há coisa nesta vida que não consigo arranjar explicação, se eu cumpria tudo em casa como homem, marido e companheiro a todos os níveis, porquê procura fora o que tem em casa?
Agora neste momento 16 anos depois vejo e sinto a falta que fazem os amigos com quem falar divertir e desabafar, coisa que nunca tive ...encontrei agora aqui neste forum com quem desabafar e contar um pouco da minha vida, espero poder contar com todos para fazer novos amigo por aqui, abraços a eles e Bjs a elas.
Agradeço a todos que perderam algum do seu tempo a ler o resumo da minha história que mais daria um filme, mas verdadeira.

MC


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cjcmatos
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A minha experiência do divórcio Vide
MensagemAssunto: Re: A minha experiência do divórcio A minha experiência do divórcio EmptyQui Ago 19, 2010 12:02 pm

Olá MC

Há coisas na vida que no imediato parecem não ter explicação, mas, eu sou daquelas pessoas que acredita que não existem coincidências, que tudo o que nos acontece tem um propósito. Por isso, pensa em ti agora. Pensa sobretudo que esta foi uma grande lição e que tens que entender a mensagem. Quando uma relação chega ao fim, a culpa nunca é só de um. Olha em frente, agarra em ti, enfrenta o que não correu bem e interioriza... para que da próxima vez possas fazer tudo melhor.

Faz coisas novas na tua vida, tenta conhecer outras pessoas, fazer novas amizades. Fazer novos amigos não é fácil, mas vale a pena tentar. E sobretudo aprende a estar contigo.

Força

Cris

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