O que fazer? Como resolver?

Depois de muito considerar e de acompanhar inúmeros postos, resolvi escrever sobre a minha situação.

Sou casada com 2 filhos desse casamento. O grande amor da minha vida foi o homem com quem namorei antes, mas por imaturidade de ambos e outros factores, acabamos por nos afastar, e cada um constituíu família.

Entretanto as nossas vidas voltaram-se a cruzar e desde aí temos um relacionamento amoroso, e percebemos ambos que fomos feitos um para o outro, só que o destino levou-nos por caminhos diferentes. Isto já no fase que o meu casamento apresentava problemas, pois eu nunca tinha tempo para mim, já que tomar conta da casa e dos filhos era só eu, enquanto que ele tinha imensas actividades.

No meio disto, o meu marido foi infiel à uns anos, pelo menos pela troca de mensagens que encontrei na altura. Mas nessa altura, como os filhos eram pequenos decidi esquecer.

Nunca pensei ou desejei estar nesta posição, de infidelidade, a fazer sofrer o meu cônjuge porque já não consigo ser a mesma, mas este Amor que sinto é inexplicável.

Já me tentei afastar dessa pessoa, mas quase que entrei em depressão, pois não aguento o facto de ele desaparecer da minha vida.

Quero pedir o divórcio, mas tenho receio. Não sei como começar. E sinto pena do meu cônjuge, porque ele vai sofrer muito, e tem alguns problemas de saúde.
Tenho receio também da reacção da família, amigos. E que as meus filhos, de 13 e 14 anos, possam sofrer muito. E se calhar também pena de assumir o falhanço do meu casamento.

Já tive uma tentativa de divorcio, mas devido a pressões e medo resolvi ficar. Desde aí, o meu marido faz-me todas as vontades e nem discute, o que dificulta mais a minha intenção de avançar.

E começa a ser difícil segurar a pessoa que amo, pois tem estado sempre do meu lado e à espera que eu decida avançar. E sei que ele está a sofrer muito com isto, porque também não imagina mais viver sem mim.

Este é o drama que vivo...

Olá RPD,
Vives uma situação muito complicada, mas penso que a tua decisão já está tomada, só te falta coragem.
Penso que neste momento, não é justo para nenhum dos intervenientes, esta situação. Não estás a ser fiel e honesta com ninguém e, principalmente contigo própria.
Se ficas pelos filhos e actual marido, será por pena e medo, viverás o resto da vida amargurada. Se vais, vais ser excomungada. Ou não!!! Nada é branco e preto, há sempre muitos cinzentos. Muitas indefinições, muitas incertezas. Mas a vida é mesmo isso, tomar decisões e viver em consciência com as decisões que se tomam. Para o bem e para o mal.

Na minha opinião, viveres uma relação com o teu marido nestes termos é, assumires uma vida condenada. Para ti e para ele, pois se para ti é difícil acredito que para ele também. O fosso entre vocês irá crescer cada vez mais, e quando deres conta estarão a viver dois estranhos em casa. Ireis cobrar, atirar à cara, discutir...
Em relação aos filhos. Eles terão que compreender, por muito que isso os magoe, que a vida não é perfeita e que muitas vezes não corre como queremos e idealizámos. Não acredito que eles não se apercebam da situação actual, e que não estejam já a sofrer. E no fundo, eles são indivíduos independentes, não tarda saiem de casa e vão viver a vida deles, tomar as suas decisões, cometer os seus erros. Penso que não é saudável para a vida família, uma relação resultar pelos filhos somente.
A vida familiar, na minha perspectiva é constituída por vários triângulos, com vértices que se tocam. Relação, filhos e o individuo. Quando um lado de desequilibra, todos os outros se desequilibram. E o teu mau estar, vai afectar a vida dos que constituem a tua família.
Em relação à tua nova relação. É novidade, é o fruto proibido, é a adrenalina do segundo em que conseguem estar juntos. A ansiedade da espera, a saudade mesmo antes de partir. Mas não vives 24/7 com ele. Os dois mudaram durante o tempo que estiveram separados. Não podes garantir que, desde já o sucesso dessa relação. É o dia a dia que mata os casais. Não as rotinas, mas a convivência diária. As coisas pequeninas que temos que fazer para que a vida role, e como os dois resolvem essas pequeninas coisas. Como interagem nesses momentos.
Em relação aos amigos... os verdadeiros ficam. Os que se forem, não são importantes.

Penso que deves tomar qualquer decisão racionalmente. Tenta manter o coração um pouco afastado, é complicado mas por vezes necessário. E tens que tomar uma decisão com a qual consigas dormir todas as noites. Antes de pensar como vai este ou aquele reagir, pensa no que tu queres, depois em como isso afectaria a vida dos teus filhos, a vida do teu marido, a vida do teu "namorado", a vida da tua família. Mas tens que tomar decisões, e depois enfrentar a vida. Viver num limbo é a pior sensação de todas!

Desculpa se de alguma forma fui dura ou fria mas, como digo sempre é só a minha opinião e, por isso não vale nada.
Um bj gd, fica bem

RPD, concordo com a Sandra e lembra-te duma coisa: a vida passa num instante e este é o momento que temos para viver e ser feliz!
Cada decisão que tomamos, afecta outras pessoas, umas vezes sofremos, outras fazemos sofrer! Viver é isto!
Pode até nao vir a dar em nada esse relacionamento, mas pelo menos tentaste! Pior é perguntares um dia: "porque não tentei?"
E se não der certo, fica antes sozinha, porque com toda a certeza, com o teu marido tambem não estás feliz...
O resto, familias, filhos, amigos... todos acabam por entender e aceitar... com o tempo...
Tu és quem mais importa, por isso trata de ser feliz!

"O resto, familias, filhos, amigos... todos acabam por entender e aceitar... com o tempo..."
Citando: Analu

Nem sempre é assim. Começa nos nossos Pais e refina com os filhos, especialmente os adolescentes. Geralmente fingem que não veem nada, querem é o seu ninho, conforto e paz lá em casa.
Os amigos ..., esses quase todos desaparecem. São "amigos" do casal, e não estão para iniciar uma relação de amizade com novos companheiros.
Prepara-te para enfrentar tudo e todos, e partir da estaca zero.
Escreveram e bem, que uma relação amorosa escondida, dá uma grande adrenalina. Mas quando se instala a rotina é tramado.
Este tema é muito interessante, pois muita gente já passou por isto, incluindo eu, e digo-vos que olhar à volta, mesmo numa boa casa, mas em que nada é nosso, dá cá um baque, que nos faz tremer todos. É preciso muita força...