Não compensa ser integra...

Pois é:

-pai, à revelia da mãe retira filhos de 3 anos de de 8 meses;
- filhos são recuperados com mandato judicial;
- um mês e meio depois, nova conferência de pais para assegurar férias e regime de visitas;
- hoje, conferência de pais: importância de rapto é completamente posto de parte e são garantidas férias com o pai dos 2 menores...

Mãe alega que bébé de 8 meses é demasiado pequena para estar tanto tempo afastada da mãe. Resposta do juíz: já não mama pois não? Então pode ir
Mãe alega que o filho (depois de lhe terem dito, aquando do rapto, que a mãe o tinha abandonado) não quer o pai e vive aflito que a mãe desapareça. Pede que as visitas sejam restabelecidas com calma e devagar para ver como o filho reage. Resposta do juiz: não vamos dramatizar e vamos enviar já de férias.

Quem conhece a minha história sabe que sempre fui o mais integra. Nunca impedi o convivío do pais com os filhos....pelo contrário, tive que praticamente obrigar o pai a estar com a filha que nasceu após a separação.
Conclusão: quem sai sempre a ganhar é quem faz o mal, quem age como quer, sem se importar com as consequências!!!

Deixei de acreditar!

Tem de haver algo que se possa fazer!!!

Essa "guerra" também conheço, infelizmente.
Divorciada há quase 4 anos, três filhos à minha guarda, visitas reguladas da forma mais abrangente e alargada. Pai ausente nos primeiros 2 anos. Nada, mesmo nada.
Em 2009, resolve aparecer sem avisar para levar os filhos sem se importar se têm uma actividade, se estão doentes, se estão em aulas(!?), se querem ir. Aliás, nem os cumprimenta quanto mais abraçá-los e discute com a mãe. Começa a aparecer aos sábados, sempre sem avisar, afirmando depois à polícia, sim porque tive a polícia à porta de casa, que a mãe não o deixa levar os filhos embora seja o "seu" fim-de-semana. Esqueceu os dias de anos dos filhos, a vida escolar dos filhos, as suas conquistas, os seus receios próprios de quem está a crescer. Como sabê-lo ao fim de dois anos de incumprimentos da parte dele incluindo a da pensão de alimentos? Nunca pedi nada (tonta!)
Incentivei os meus filhos a escreverem ao pai, a não se esquecerem do dia dos anos, do dia do pai. Resposta? Nenhuma. Isto sim deixa marcas num filho. Quem estava lá para receber a prenda do dia do pai feita na escola?

Resultado:
dois processos no tribunal de menores: um para ficar com a guarda das crianças; noutro, sou acusada de incumprimento das responsabilidades parentais;
um processo no ministério público por subtracção de menores.
( um dos nossos filhos estava de cama e com febre atestada por médico e com receita médica que viu; embora o tenha convidado a entrar, não quis e não viu o filho doente). Isto também marca um filho.

Primeira audiência com o juiz: afirmei a minha inocência, apresentei documentos e testemunhas (que ainda estão por ouvir) da forma como trata os filhos. O juiz decide que têm de estar com o pai porque "a figura paterna é importante para um crescimento equilibrado!(sic)

Eu também concordo que a figura paterna é tão importante como a materna. Até digo mais, a figura paterna pode até nem ser a do pai biológico. Pai é quem cria, quem está presente e se esforça por estar perto mesmo estando longe. Pai é em quem eles confiam e não receiam, a quem contam os seus "segredos". Sinceramente, já não tenho argumentos para lhes mostrar que "a figura do pai é importante na vida deles". Agora está a colher o que semeou.

Com o coração fora de mim e por ordem do tribunal, foram almoçar com o pai ,um dia, sem eu ter a certeza se voltariam, para onde iriam, sem ele me dirigir a palavra e depois de mais uma vez não mostrar nenhum afecto pelos filhos.

Depois foram ouvidos pelo juiz, falaram do ambiente pesado, do escândalo que fez no restaurante, de que não lhes tinha perguntado nada sobre eles ao fim de dois anos. Afirmaram que não queriam estar mais com o pai.

Já passaram mais de oito meses sem contactos do pai com os filhos. Enviou um mail que eu fiz questão que eles respondessem. Nada mais.

Nova audiência com o juiz: "se os seus filhos não quiserem comer sopa, não os obriga?"; "a senhora tem de incentivar os seus filhos a estarem com pai."; Perguntei: como se ele não aparece? Se faz escândalo? Se não se interessa de uma forma continuada pelos filhos? Os filhos crescem mesmo quando ele não se lembra deles. Se eles não são importantes na vida dele, como posso convencê-los que ele é importante na vida deles?
Resultado: Resposta chapa 4:"a figura do pai é importante para o crescimento normal das crianças". Alterei as minhas férias para que o pai estivesse com os filhos. Para que não restassem dúvidas. Os filhos choraram porque sentiram que aquilo que tinham dito ao juiz não tinha servido de nada. Era necessário que ele apresentasse um requerimento à juiz. Não apresentou, não apareceu.

A associação que defende os pais que são afastados da vida dos filhos pelas mães maquiavélicas deviam também reflectir sobre casos como o meu. Não pode haver juiz que tenha dado mais oportunidades para que o pai biológico dos meus filhos esteja com eles. Estou curiosa para saber qual vai ser a decisão do juiz depois de, mais uma vez, o pai não ter comparecido na vida dos filhos.
Vou ser julgada daqui a uns meses. As testemunhas vão ser finalmente ouvidas. Os meus filhos vão ser novamente ouvidos.
Enfim, um desgaste tremendo para todos. Isto sim não aproveita ao normal crescimento dos nossos filhos.
O processo do ministério público, no qual fui constituída arguida e com termo de identidade e residência ( eu que nem uma multa de trânsito tenho em atraso), foi arquivado.

Onde está "o superior interesse da criança"?
A batalha continua quando tudo podia ser tão simples. Na minha apresentação disse que gosto de viver e de deixar viver. O afecto de uma criança conquista-se, não se compra, nem se força.

Posso dar uma ajuda?
Tenha sempre testemunhas (os parentes também podem ser testemunhas); Documente-se ( pareceres da escola ou de psicólogo, horários das actividades, cópia dos atestados médicos);
Mantenha um diário com os pormenores de cada visita (na altura, dói reviver a situação, desligue a seguir. Alivia e vai ver que depois dá jeito consultar o diário para argumentar com o juiz);
Não lhe dê o gosto de ver que isto a afecta, mesmo que esteja a sangrar por dentro, apareça calma, poderosa e glamorosa.

Força, muita força, mais tarde ou mais cedo, a verdade vem sempre à tona. Os filhos são ser humanos livres, não são posse de ninguém nem podem ser arma de arremesso para questões individuais mal resolvidas.

NRibeiro e ema.
Abstenho-me de fazer comentarios com frases feitas ou que nada vao ajudar.
Apenas quero dizer que voces sao, e tem que ser, a encarnaçao da coragem.
Admiro-vos. Nao sei se conseguia aguentar tanto sem dar de mim.
Um grande abraço para voces e nunca desistam ( Eu sei que deve custar... )

Muita força NRibeiro... como te compreendo...tb eu fui sempre integra...e tb o pai do meu filho depois de ter fugido com ele durante 5 dias ( a minha historia muito falada), o juiz tb teve o mesmo comportamento....e mais era a 3 vez e mesmo com provas o juiz disse que tinha sido uma vez sem exemplo...e vou eu agora pagar as custas judiciais...e os honorarios aos advogados...custa muito... mas infelizmente é a justiça que temos neste país..

um grande abraço e força que mais te posso dizer....

O que me assusta nisto tudo é a facilidade como pode ser dada uma guarda repartida. O Pai está a lutar em tribunal para o conseguir e se dependessse do juiz de ontem tinha sido concedida, independentemente de todos os comportamentos incorrectos ao longo deste tempo?

Parece-me que no fim não importa quem agiu de forma incorrecta. Basta a promessa de "a partir de hoje tudo vai ser diferente..." e todos sabemos que no fim nada muda e quem paga são os nosso filhos!!

“porque o papá foi embora! Eu quero o papá!”


tao triste... ja passei pelo mesmo... se eu me sentia assim imagino a minha filha...

O que vale é k tudo passa... mais cedo ou mais tarde.

E claro k n compensa ser integra e estar á espera de... algo... ser recompensada.

Interessa sim fazer o k achamos melhor, venha quem vier.

o que eu leio aqui é que os pais fazem merda após merda e mesmo assim nada lhe acontece, ora pk razao é k tentam ser integras e cumprem tudo?

Lamento que as vossas crianças tenham que passar por essas situações...

Infelizmente os laços de sangue por si só nao valem nada, mas quero acreditar que sao lamentaveis excepções.

Nao abdiquem de ser correctas mesmo quando do outro lado os "pais" mereciam outra coisa...

Nao abdiquem de os proteger e de lutar pelo que sabem ser melhor para eles.

Estão ser correctas para com os vossos filhos e nao para com os pais deles.

Com o tempo as crianças sabem posicionar-se e perceber "quem é quem"...

Muita força, muita coragem

Um abraço

Mario,

O que dizes é o correcto mas chega a uma altura que sentimos que apenas há tribunais justiça não há e então

A minha luta continua a ser no sentido de aproximar o pai das filhas, por elas claro, que sempre foram habituadas a um Pai carinhoso, presente e participativo (as verdades tb devem ser ditas) e de repente sentem na pela um pai ausênte, o não querer saber. Está com elas de 6ª final da tarde a Domingo final tarde de 15 em 15 dias sem haver visitas ou um telefonema de inicio foi mais complicado agora ao fim de 1 ano começam a habituar-se a este novo pai que infelizmente mudou para pior.

NRibeiro, Ema, pcristina (e tantas outras que existirão) mta força e coragem!!! Grande Mulheres.
[Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem]

este tema mexe demasiado comigo...

só tenho uma coisa a dizer...

a justiça, nestes casos fica nas mãos das mães...

Pode vir tribunal alguma dizer-me que tenho que fazer assim ou assado... que eu vou fazer somente o que entender que é melhor para as minhas filhas...

em tribunais não acredito... como já foi dito varias vezes, o agressor é sempre beneficiado...

e o juiz quer lá saber das crianças... não são filhos deles...

Caros amigos e amigas,
Obrigada pelas palavras de carinho e de coragem. Quem me conhece no dia-a-dia também me pergunta onde arranjo força. O que fazer? Alguém tem de andar para a frente, não tenho alternativa. Acreditem que também tenho dias em que me sinto muito em baixo, mas aí aparece um a dizer que tem fome, o outro que não percebe o problema de matemática, outro a chorar porque se zangou com a namorada... Quem tem que estar disponível ... sempre? Percebem, não percebem?
A justiça? Estou e os meus filhos também estão a aprender que, infelizmente, a justiça nem sempre é justa. Havemos de sobreviver!

ema,

És um exemplo de MÃE! Um dia serão os teus filhos a andar contigo ao colo [Tens de ter uma conta e sessão iniciada para poderes visualizar esta imagem] . Uma coisa é certa, carregam-te de coração qualquer que seja a fase da vida.

Uma das vezes que eu andava a dormir em pé porque o meu filho bebé constipadito vomitava com a tosse e a expectoração, obrigando-me a mudar-lhe o pijama e a roupa de cama mais que uma vez de noite, noites seguidas no inverno chuvoso...
... disse-me um grande amigo meu "um dia, quando o pai dele for velho, sem nunca se irmportar com o filho, e estiver a babar por um dos cantos da boca, quem ele acarinhou que lhe limpe a baba"...

Fa,

Fazes-me sempre chorar...

Sei que os meus filhos não vão passar fome nem frio e que vão ser acarinhados. Sei também que sou o porto de abrigo dos meus filhos e que casa para eles é onde está a mãe. Mas depois da conferência de pais percebi que é muito fácil chegar alguém que decide que nada disso interessa e que o pai tem tantos direitos como a mãe.
Em teoria seria assim, mas acreditem que este não é o pai que tem maturidade para o fazer e com os quais os meus filhos nunca serão totalmente felizes...Não é, nem nunca foi um pai presente, atento. Pelo contrário, 1º ele depois os outros!!

Já sofro por antecipação!!

Leunam.. o problema é precisamente esse...

O proprio tribunal priviligia o progenitor nigligente...

Principalmente em casos do genero dos que aqui foram relatados...

As nossas leis estão mal reguladas...

O meu caso é ainda mais surreal... e tenho ouvido coisas em tribunal que até me custa acreditar...

Eu custa-me perceber se o problema é das leis ou de quem as aplica.... :S

A mim... custa-me perceber as leis... quem as aplica...

tudo...

custa-me entender as pessoas... a forma como é premiada a criminalidade... porque o é muitas vezes...

a forma como se ignoram certos factos em tribunal..

custa-me compreender como dão relevancia a aspectos e factos que em nada contibuem para a avaliação de certos casos...e como consideram outros tantos factos e argumentos dispensaveis... quando na maioria das vezes deveriam ser considerados de extrema importancia...

parece um jogo viciado...

tenho cada vez mais a certeza disso... então nos tribunais de familias.... mais ainda...

falta a sensibilidade necessaria para decidir a vida das pessoas...

Porque na verdade é isso que acontece... decidem as nossas vidas... oportunidades... os nossos direitos e deveres de forma extremamente nigligente...

Eu não acredito nesta justiça... ainda assim não posso desistir de lutar... não me é permitido

O que eu sinto é que a nova Lei da Parentalidade vem dar relevo à figura do pai, protegendo os seus direitos.

A tónica tem de estar - e a meu ver não está - nos direitos das crianças e não nos dos adultos.

è o que tenho vindo a dizer desde que aprovaram a nova lei

Se a nova lei vem dar relevo ao papel do pai foi porque se sentiu essa necessidade. Olhando para trás é fácil de perceber que a lei sempre deu relevo ao papel da mãe.

FA escreveu:

O que eu sinto é que a nova Lei da Parentalidade vem dar relevo à figura do pai, protegendo os seus direitos.

A tónica tem de estar - e a meu ver não está - nos direitos das crianças e não nos dos adultos.

A meu ver é exactamente a pensar nos direitos das crianças que a balança tenha tendência a equilibrar.

As leis podem existir e ser ou não favoráveis.
Mas o grande problema continua a ser a grande falta de racionalidade dos pais que teimam em não por os filhos á frente de tudo....
Ai não há lei que nos valha. E todas vão ser desfavoráveis e prejudicar a criança.

Tal e qual...

A lei nao tem que ser favoravel... basta q seja equilibrada e de preferencia bem aplicada.

A questão é que se os pais nao conseguem entender-se e transferem a capacidade de decidir para um terceiro (juiz), sujeitam-se sempre aos disparates, preconceitos e estupidez deste...

Ou acham que os juizes sao todos 5 estrelas?

Nao sao... cada vez há mais idiotas com poder para julgar e decidir por nós...