Dúvidas sobre separação e divórcio

Bom dia!
Em maio desse ano (2016), depois de algum tempo de desentendimentos e uma convivência um tanto turbulenta, chamei meu marido para uma conversa e decidimos optar pela separação. Ele me pediu um tempo para definir para onde ele iria, já que a casa que morávamos pertence à minha família (foi "emprestada" a nós até que tivéssemos condições de comprar a nossa casa). No mês de junho ele me chamou pra conversar novamente afim de decidirmos a partilha do mobiliário da casa. Porém nessa conversa ele declarou que isso não era bem o que ele queria, mas se era a minha vontade, ele aceitava. Pela forma como ocorreu a nossa primeira conversa, em maio, onde ele não mostrou nenhuma resistência ao fato da separação (parecia até que já estava esperando por isso) e também por, em nenhum momento, ele se manisfestar a favor da continuidade da relação, não sugerir nenhuma solução para isso, conclui que essa era, também, a vontade dele (e questionei isso na conversa de junho). Separação confirmada, partilha ajustada, ele ficou na casa somente até o tempo de eu conseguir repor as coisas que ele quis levar. Desde meados do mês de maio já não dormíamos mais na mesma cama e, um pouco antes disso, já não tínhamos mais nenhuma "intimidade". Ele saiu de casa, efetivamente, agora no início do mês de julho e foi morar com a mãe.
Minha dúvida é a seguinte: Qual o procedimento para entrar com o pedido de divórcio? Preciso esperar algum tempo para fazer isso, já que a nossa separação foi recente? Posso iniciar um relacionamento (namorado) antes de entrar com esse pedido? Ou só posso me relacionar com alguém depois que for homologado? Gostaria de uma orientação com os prós, contras e/ou consequências, pois pretendo agir dentro das normas. Desde já agradeço a ajuda, obrigado!

Olá Camila.
Começando pelas dúvidas e pelo tempo entre a separação e o divórcio consumado, esse tempo não há como estipular. Há quem decida dar um tempo de reflexão, há quem decida tratar logo do divórcio aquando da separação e há até quem se divorcie e só se separe uns tempos depois. Tudo depende das condicionantes e do tipo de relacionamento entre os dois.
Deduzo, por se encontrar omisso, que não tenham filhos, e que os bens em comum se resumam a bens móveis e sem grande motivo de rivalidade. Um divórcio pacífico e de comum acordo, portanto.
Quanto ao facto que referes de o teu ex-companheiro não ter mostrado resistência, é normal. O casamento é feito de comum acordo entre duas pessoas, e se uma delas não pretende manter, não há razão para o outro querer continuar, por muito que lhe possa doer ou não. Como dizes, ele já devia estar à espera disso!
Sobre iniciar um novo relacionamento, salvo melhor opinião hoje em dia, em Portugal, já não se dá grande importância legal a isso, já que até se encontram a viver em moradas diferentes e as "traições" já não são motivo de divórcio litigioso com culpa.
Como consequências de um novo relacionamento ainda antes da conclusão do processo de divórcio, tudo depende de vocês e das pessoas que vos rodeiam. Muitas vezes, são outras pessoas próximas que mais censura fazem, frequentemente até minando o processo de pacífico para tumultuoso e rancoroso.